“Na verdade, eu acho que as mídias esta
distorcer esta declaração. Porque, foi feita internamente (para militares) cujos
eles próprios tem as suas normas que admite uso de forca e outras abordagens
para neutralização de subversão de ordem
Claro que isso, só é aceite num caso
real e de perigo eminente, não vejo que esta declaração vincula outras
instituições, a não ser classe castrense. Por isso há menos dose de
infelicidade no mesmo “ - Carlos Sambu
Por, Fernando Casimiro
Sobre as declarações do General Biague
Nan Tan, espero que não sirva apenas para a abordagem de uma perspectiva do
conteúdo das suas declarações.
Como tenho dito ao longo dos anos,
devemos ajudar os nossos políticos, os nossos governantes e, também, os nossos
militares a assumirem uma postura condizente com as regras de um Estado de
Direito e Democrático.
Matar quem quer que seja, por que motivo
for, sem ser num ambiente de guerra ou de resposta a um ataque militar que
ponha em causa a Defesa Nacional, num Estado de Direito onde não existe pena de
morte, é cometer um crime.
Porém, também podemos compreender o
contexto e a mensagem transmitida pelo actual Chefe de Estado-Maior General das
Forças Armadas da Guiné-Bissau numa nova realidade guineense onde não impera a
força das armas, ainda que, e salvaguardando o nosso caso concreto, o conceito
de Estado de Direito Democrático, onde não há pena de morte, como um desabafo
perante um desgaste difícil de gerir.
Todos nós recordamos da acção dos
políticos perante os militares guineenses que, ao longo dos anos culminaram em
barbaridades, praticadas por militares, é certo, mas ordenadas por políticos.
Desde que o General Biague Nan Tan
assumiu o Comando do Estado-Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau,
que ninguém se queixou mais das nossas Forças Armadas, sendo que, foi graças a
isso que muita gente percebeu que afinal, os problemas na Guiné-Bissau são
orquestrados pelos políticos que usam os militares para atingirem os seus fins.
Isso acabou, pelo menos até ao dia de
hoje e no momento em que estou a escrever estas linhas. Mas acredito nas nossas
Forças Armadas e pelas declarações do Chefe de Estado-Maior General das Forças
Armadas, reprovando a punição de execução, que deveria ser, a meu ver, de
detenção e apresentação ao Tribunal Militar, concordo com ele no essencial da
estratégia de alerta aos políticos de que, as Forças Armadas da Guiné-Bissau
não estão mais aí para servirem de arma de arremesso dos políticos guineenses.
Não estou a defender a execução de
ninguém, mas mesmo nos países civilizados e que são Estados de Direito e
Democrático, em casos de terrorismo ou de segurança interna, a ordem é clara e
não difere daquela transmitida pelo General Biague Nan Tan.
Da mesma forma não vejo como é que
alguém ou um grupo armado investindo numa tentativa de assumir o poder pela
força das armas, não é repudiado pelas forças nacionais de defesa e segurança,
numa abordagem idêntica à manifestada pelo Chefe do Estado-Maior General das
Forças Armadas.
Há que decifrar a mensagem do General
Biague Nan Tan e distinguir o seu contexto e a sua abrangência.
O que temos assistido é que desde que
ele está no Comando das nossas Forças Armadas, muita coisa mudou positivamente,
por isso e sem deixarmos de referenciar a necessidade de se preservar o Estado
de Direito Democrático que é a Guiné-Bissau, onde não há pena de morte, também
compreendemos que nas suas declarações ele não fala em executar prisioneiros,
mas sim, numa acção de resposta contra suspeitos de tentativa de golpe de
Estado, as Forças Armadas agirem em conformidade, isto, considerando uma
situação atípica que põe em causa a defesa da soberania e da integridade
territorial.
Respeito todas as opiniões contrárias à
minha, mas dispenso lições de moral e juízos de valor sobre este assunto.
Positiva e construtivamente.
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