quarta-feira, 20 de abril de 2016

O Presidente da Republica da Guiné-Bissau avisa partido no Governo de que pode ser forçado a admitir nova maioria parlamentar

O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, avisou o partido maioritário no Parlamento de que caso este não consiga promover consensos na governação será forçado a admitir uma nova maioria no hemiciclo e consequentemente um novo executivo.

Num discurso à nação no Parlamento, José Mário Vaz acusou o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), de forma implícita, de recusar o diálogo no país e ainda de promover atitudes de bloqueio ao normal funcionamento do órgão legislativo.

Perante estes cenários José Mário Vaz perguntou aos guineenses "até quando" estão dispostos a continuar a "assistir impávidos e serenos" que o actual Governo continue a exercer sem que tenha o seu programa e Orçamento-Geral do Estado aprovados.

Para o chefe de Estado guineense, a "governação não pode continuar dependente de uma única narrativa de um partido formalmente maioritário", sem que o mesmo consiga promover o consenso necessário, disse referindo-se ao PAIGC.

Este partido obteve a maioria absoluta nas últimas eleições, com 57 deputados ao Parlamento, mas tem enfrentado cisões internas ao ponto desta maioria ser agora questionada.

Caso o PAIGC não consiga promover um diálogo e consensos internos, o Presidente guineense disse que será obrigado a ter que tomar "outra opção (de governo) dentro do quadro parlamentar", frisou.

Quinze parlamentares da bancada do PAIGC juntaram-se ao Partido da Renovação Social (PRS), líder da oposição, no passado mês de Janeiro e chumbaram, na altura, o programa de governo do primeiro-ministro Carlos Correia.

O PRS detém 41 mandatos no Parlamento e numa eventual nova união com os 15 dissidentes do PAIGC passariam a formar uma nova maioria, que, contudo, é contestada pelo partido maioritário por ser um mecanismo não previsto na lei guineense.

No seu discurso hoje no Parlamento, o Presidente guineense disse ser evidente que "algumas entidades políticas" do país pretendem criar um clima de anarquia no hemiciclo, o que o levaria a ter que dissolver aquele órgão e consequentemente convocar eleições antecipadas, coisa que não tenciona fazer, avisou.

Disse que ao país apenas restam dois caminhos: Ou o Parlamento volta a funcionar normalmente e o Governo governe de forma actuante -- resolvendo os problemas prementes da população - ou então terá que tomar outras medidas dentro das suas prerrogativas constitucionais. Com a Lusa


Sem comentários :

Enviar um comentário


COMENTÁRIOS
Atenção: este é um espaço público e moderado. Não forneça os seus dados pessoais (como telefone ou morada) nem utilize linguagem imprópria.