quarta-feira, 27 de abril de 2016

UNIOGBIS junta dirigentes da Guiné-Bissau em busca de um pacto de estabilidade

As Nações Unidas promovem hoje e quinta-feira um encontro com responsáveis políticos, militares e elementos da sociedade civil numa discussão sobre os caminhos que possam levar a um pacto de estabilidade do país.

No seu discurso de abertura do encontro que junta mais de 200 convidados, o representante da UNIOGBIS em Bissau, Miguel Trovoada, disse que a sua instituição "apenas promove o diálogo".

"Não nos cabe a nós, UNIOGBIS, ou à comunidade internacional dizer aos guineenses o que deve ser feito, apenas promovemos o diálogo", afirmou Trovoada.

O representante da UNIOGBIS diz que "várias tentativas" foram feitas na Guiné-Bissau, visando encontrar mecanismos para a estabilização do país, mas que "nunca havia uma base sólida", o que, afirma, existe nos debates hoje iniciados.

Para os encontros que decorrem na sala da plenária da Assembleia Nacional Popular (ANP), a UNIOGBIS preparou um documento distribuído aos presentes tendo em vista "apresentar subsídios", indicou Miguel Trovada.

No final, pretende-se que os próprios guineenses alcancem um entendimento sobre os mecanismos para a fixação de um pacto de estabilidade para o país, notou ainda o representante da ONU.

Rui Marques, especialista português em questões de construção de consensos, proposto pela UNIOGBIS como facilitador dos debates, disse que "um processo inclusivo" baseado no conceito africano de Ubuntu [partilha] seria o "melhor caminho a seguir pelos guineenses".

Marques, diretor da Academia Ubuntu da Guiné-Bissau, que se dedica à formação de jovens para a liderança, notou que qualquer sociedade "está interligada" pelo que em caso de sucesso ou de derrota todos ficam afetados, sublinhou.

O conceito Ubuntu baseia-se na ideia de que "eu sou porque tu és". Com a Lusa.

1 comentário :

  1. ONU promove jornada de reflexão sobre estabilidade política na Guiné-Bissau

    O Gabinete Integrado das Nações Unidas para Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (UNIOGBIS), em colaboração com as organizações da Sociedade Civil e facilitadores internacionais, apoia e organiza uma jornada de reflexão sob lema “No misti estabilidade” com objectivo de promover uma reflexão que possa apoiar as entidades do país na busca de um consenso nacional sobre a estabilidade política.

    O evento decorre na Assembleia Nacional Popular de 27 a 28 do mês em curso e conta com cerca de 200 participantes entre a Presidência da República, Assembleia Nacional Popular, Governo, Poder Judicial, Militares, Lideres Tradicionais e Religiosos, Sociedade Civil, Partidos Políticos, Sindicatos, Associações e Parceiros Internacionais.

    Os participantes irão discutir possíveis mecanismos de concertação; operacionalização da interdependência dos Poderes na Constituição, um tema que será orado por Rui Marques; mecanismos geradores de confiança e esforços de Reconciliação Nacional, orado por Ismael Fal; e mecanismos de seguimento e apropriação nacional, orado por Carlos Cardoso.

    O Representante Especial do Secretário-geral das Nações Unidas na Guiné-Bissau, Miguel Trovoada, assegurou que os pactos que têm sido falados no país, não tiveram ainda a sua concretização, e não se elaborou nenhum documento a partir do qual se pudesse discutir a questão da estabilidade.

    “Tivemos a iniciativa de organizar esta jornada de reflexão, através das quais haverá uma ventilação de ideias de uma forma participativa e interventiva, tanto das autoridades nacionais como estrangeiras, para poderem enriquecer o debate e fornecer bases de dados que poderão servir para aqueles que têm responsabilidade de negociar o pacto de estabilidade para melhor encontrar subsídios”.

    Recorde-se que desde o início da legislatura, a questão da estabilidade governativa tem sido mencionada por muitos intervenientes nacionais e internacionais. Na base disso, o Representante Especial das Nações Unidas na Guiné-Bissau incumbiu uma equipa da UNIOGBIS a iniciar uma consulta com as autoridades nacionais, partidos políticos, sociedade civil, sindicatos, líderes religiosos e intelectuais para abordar estes temas

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