
No fundo, este fundamento tradicional
africano articula um respeito básico pelos outros. Ele pode ser interpretado
tanto como uma regra de conduta ou ética social. Ele descreve tanto o ser
humano como “sercom-os-outros” e prescreve que “ser-com-os-outros” deve ser
tudo. Como tal, o ubuntu adiciona um sabor e momento distintamente africanos a
uma avaliação descolonizada – contou o especialista e membro fundador da South
African Philosopher Consultants Association.
Na esfera política, o conceito é
utilizado para enfatizar a necessidade da união e do consenso nas tomadas de
decisão, bem como na ética humanitária. Dirk lembra que também existe o aspecto
religioso, assentado na máxima zulu (uma das 11 línguas oficiais da África do
Sul) umuntu ngumuntu ngabantu (uma pessoa é uma pessoa através de outras
pessoas) que, aparentemente, parece não ter conotação religiosa na sociedade
ocidental, mas está ligada à ancestralidade. A ideia de ubuntu inclui respeito
pela religiosidade, individualidade e particularidade dos outros.
Ubuntu ressalta a importância do acordo
ou consenso. A cultura tradicional africana, ao que parece, tem uma capacidade
quase infinita para a busca do consenso e da reconciliação (Teffo, 1994a: 4 –
Towards a conceptualization of Ubuntu). Embora possa haver uma hierarquia de
importância entre os oradores, cada pessoa recebe uma chance igual de falar até
que algum tipo de acordo, consenso ou coesão do grupo seja atingido. Este objetivo
importante é expresso por palavras como Simunye (“nós somos um”, ou seja, “a
união faz a força”) e slogans como “uma lesão é uma lesão para todos”
(Broodryk, 1997a: 5, 7, 9 – Ubuntu Management and Motivation, de Johann
Broodryk). Uso da palavra com a democracia na África do Sul Após quase cinco
décadas de segregação racial apoiada pela legislação, o processo de construção
da África do Sul no pós-apartheid exigia igualdade universal, respeito pelos
direitos humanos, valores e diferenças. Desta forma, a ideia de ubuntu estava
diretamente ligada à história da luta contra o regime que excluía a cidadania e
os direitos dos negros. Com o Por dentro da África
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