sábado, 15 de abril de 2017

Músico e poeta guineense, Mú M’bana encantam o público no salão dos congressos

O músico, compositor, interprete e poeta, Mú M’Bana, encantou o público que assistiu na última sexta-feira, 07 de abril, ao seu concerto musical realizado no antigo salão dos congressos (atrás do edifício do ministério da educação), onde funciona actualmente o Instituto Nacional de Cinema.

O salão estava repleto de gente constituída, na sua maioria, por cidadãos estrangeiros residentes no país e que trabalha nas instituições internacionais e nas embaixadas.

O espectáculo do músico e poeta guineense que vive no reino de Espanha contou com a participação dos sogros vindos da Espanha. O Grupo Teatral ‘Netos de Bandim’ e o jovem poeta Vital foram convidados a abrir o concerto, com a apresentação de uma peça teatral, acompanhados de uma récita dos poemas.

Mú M’bana misturou diferentes ritmos e tons produzidos por instrumentos tradicionais. Entrou no palco vestido de roupa tradicional guineense (Pano di Pinti) e descalço, levando três violinos na mão, capazes de produzir ritmos diferentes.

Com a sua melodia fabulosa acompanhada de sons da corda de viola, encantou o público que assistia ao concerto. A maioria não conseguiu ficar sentada para ver a façanha do conceituado cantor guineense e acabou por ‘invadir’ o palco para dançar e cantar. M’bana aproveitou algumas paragens, durante o concerto, para narrar a sua história, acompanhado sempre de leves sons de seu violino.

Após o concerto, Mú MBana disse na sua declaração à imprensa que o concerto serviu igualmente de ocasião para render homenagem a vários músicos nacionais, com especial destaque para o falecido cantor Fernando Bidinte, que confessou ter-lhe ajudado muito, ensinando-o a tocar ‘Tina’.

“Bidente foi um pilar muito importante para a minha vida no estrangeiro. Não posso esquecê-lo. Tenho que lembrar dele hoje e peço glória eterna para ele”, notou.

Mú M’Bana mostrou a sua habilidade durante o concerto, tendo tocado vários instrumentos musicais, designadamente: simbi, tonkorongh e violino. M’Bana explicou que não quer perder a identidade cultural guineense, por isso aprendeu a tocar diferentes instrumentos musical tradicional.

“Os guineenses estão a perder a sua identidade cultural. Houve uma alienação cultural muito forte nos meados da década 80, quando tomamos outras fontes musicais e misturamo-las com as músicas da Guiné-Bissau. Depois de muito tempo de reflexão e pesquisa, notei que era possível recuperar o ‘simbi’ que é um instrumento balanta e ‘Tonkorongh’ um instrumento mandinga, fula, felupe, manjaco e bijagó. Todos os grupos étnicos que constituem a nação guineense têm instrumentos musicais fabulosos que podem ser usados para produzir a música. Se não fizermos isso, ou melhor, se ignorarmos esses instrumentos musicais, isso quer dizer que deixamos a nossa cultura e a nossa poesia”, advertiu o músico e compositor.

Assegurou ainda que é chegado o momento de o povo guineense e os artistas em particular começarem a valorizar e a proteger a cultura da Guiné-Bissau. Afiançou, contudo, que a “música guineense é uma música de alto valor com conteúdo poético muito profundo e com desenvolvimento melódico altamente sofisticado”.


Para Mú M’Bana, a música é uma meditação constante, razão pela qual leva maior parte do seu tempo a pesquisar, a ouvir músicas de diferentes artistas do mundo, músicas das novas gerações guineenses que, em sua opinião, estão a divulgar mensagens construtivas e positivas. Com Odemocrata

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