sexta-feira, 28 de setembro de 2018

O presidente da Guiné-Bissau, José Mario Vaz, destacou esta quinta-feira, no debate de alto nível da Assembleia Geral da ONU, os progressos feitos pelo seu país.


“Os últimos progressos políticos e sociais testemunham de que o povo guineense e as Forças Armadas, junto e mobilizados, disseram basta à instabilidade e rumo ao desenvolvimento.”


Mário Vaz apontou várias ações do último ano que mostram que o país está no bom caminho, como a formação de um governo de inclusão, a reabertura da Assembleia Nacional Popular, a prorrogação do mandato dos deputados, a eleição dos membros da Comissão Nacional de Eleições e, finalmente, a aprovação do Orçamento do Estado.

O presidente guineense falou das eleições legislativas marcadas para 18 de novembro. Segundo ele, o recenseamento eleitoral começou este mês, com algum atraso, devido a razões técnicas e financeiras.

Mario Vaz também afirmou que “pela primeira vez na história da democracia guineense uma legislatura chegou ao fim, sem interrupções originadas por golpes de Estado e outros incidentes”.

O presidente guineense mencionou as sanções impostas pelo Conselho de Segurança a vários militares guineenses.

“Aproveito esta oportunidade para apelar à comunidade internacional, ao Conselho de Segurança, com prorrogativas exclusivas nesta matéria, em nome da justiça e da concórdia nacional, que sejam levantadas as sanções que foram aplicadas a alguns oficiais das nossas Forças Armadas. Tal decisão, há muito desejada e esperada, ajudaria também na consolidação das instituições democráticas e da paz duradoura no nosso país.”

Mário Vaz lembrou ainda a aprovação de uma quota mínima de 36% para mulheres em todos os cargos elegíveis, dizendo que “está satisfeito e grato” por esse progresso nacional.

No seu discurso, Mário Vaz agradeceu o “novo impulso” que o secretário-geral da ONU, António Guterres, deu à organização. O presidente também destacou a importância do multilateralismo e das instituições internacionais.

“Vivemos numa aldeia global, onde todos são responsáveis, não apenas pelo que acontece no seu próprio território, mas dada a interdependência dos países, as políticas nacionais de uns podem afetar gravemente todos os outros, o que exige uma responsabilidade partilhada.”

A nível dos desafios internacionais, Mário Vaz destacou os conflitos na Palestina, no Iémen e na Síria. Sobre as mudanças climáticas, o representante declarou que “exigem de todos esforços, novas atitudes e comportamentos mais responsáveis”. Ouvir aqui»»


3 comentários :

  1. 73.ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas - Nova York
    (...)
    No dia 24 de Setembro foi celebrado o centenário do Presidente Nelson Mandela "Madiba", foi uma oportunidade para reflectirmos sobre a vida e obra deste grande humanista. O ex-presidente sul-africano foi um exemplo de coragem, de abnegação e da tolerância. Mandela lutou pela liberdade, justiça, democracia e por uma sociedade onde todas as pessoas possam viver juntas em igualdade e harmonia. Uma grande lição, que deve continuar a servir de fonte de inspiração para nós e para gerações vindouras.
    (...)
    No seu último relatório, sobre as atividades da Organização, o Secretário-Geral, recorda-nos de que para muitos povos a paz ainda é um objetivo difícil de alcançar. Como dizia o saudoso Kofi Annan “a paz é um sonho pendurado”.

    De facto, muitos conflitos persistem no mundo, e muitas pessoas continuam a sofrer os estragos da guerra. Muitas mortes, incluindo crianças, e milhões de pessoas que são forçadas a abandonarem as suas casas, as suas cidades, deixando parte da família e os seus pertences conquistados com trabalho de uma vida, em busca de asilo.

    Não podemos ficar indiferentes à tanto sofrimento e desespero de milhares de pessoas, entre as quais crianças, em busca de protecção e asilo, principalmente na Europa.
    (...)
    No continente africano, subsistem tensões internas, atividades de grupos terroristas, particularmente no Sahel, e que estão a semear o medo no seio da população e impedir que os respetivos governos se concentrem nas questões de desenvolvimento, e criação de melhores condições de vida para os seus cidadãos.
    (...)
    Acredito que todos nós temos uma obrigação face à Carta das Nações Unidas que subscrevemos, e que devemos respeitar seja em que circunstâncias forem, porque os Princípios contidos nela servem de fundamento e base de uma ordem mundial assente em regras. Nomeadamente, o princípio da resolução pacífica dos diferendos, a não ingerência nos assuntos internos de outros países e o multilateralismo como pedra angular para a construção de paz e segurança internacionais.

    Vivemos numa aldeia global onde todos são responsáveis, não apenas pelo que acontece no seu próprio território, mas, dada a interdependência dos países, as políticas nacionais de uns podem afectar gravemente todos os outros, o que exige uma responsabilidade partilhada.

    A este propósito, não posso deixar de referir a questão da reforma do Conselho de Segurança, nomeadamente a melhor representação do continente africano, com vista ao reforço da legitimidade deste órgão principal das Nações Unidas.
    (...)

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  2. Os últimos progressos políticos e sociais testemunham de que o povo guineense, as forças armadas, juntos (mobilizados) disseram basta a instabilidade, e rumo ao caminho da paz e do desenvolvimento.

    O processo eleitoral, para a realização das eleições de 18 de Novembro, está em curso, tendo iniciado o recenseamento no dia 19 do corrente, embora com algum atraso por razões técnicas e financeiras.
    (...)
    Assim, no dia 30 de Agosto passado, o Conselho de Segurança testemunhou avanços positivos na estabilidade política do país. De referir, tal como nos relatórios anteriores, foi felicitada a atitude republicana das Forças Armadas, cujo empenho ao dever cívico tem sido notável nos últimos anos.

    Aproveito esta tribuna para apelar, perante a comunidade internacional, aos membros do Conselho de Segurança, com prerrogativas exclusivas nesta matéria, em nome da justiça e da concórdia nacional, que sejam levantadas as sanções que foram aplicadas à alguns oficiais das nossas Forças Armadas.

    Tal decisão, há muito desejada e esperada, ajudaria certamente na consolidação das instituições democráticas e da paz duradoura no nosso país.
    (...)
    A paz é fundamental para que o desenvolvimento tenha sucesso. Mas a paz não é apenas a ausência de conflito armado.

    Não pode haver paz quando uma grande, se não a maioria da população, constituída por mulheres e jovens em particular, não são suficientemente valorizados, quando a sua educação é considerada de menos importância, quando a sua contribuição para o crescimento económico do país não é reconhecida e remunerada pelo seu justo valor, quando as mulheres não ocupam, em paridade com os homens, funções de destaque, ignorando que a mulher constitui o pilar da sociedade.

    Recentemente, no meu país deu-se passos significativos no sentido de garantir a representação equitativa entre homens e mulheres. O Parlamento da Guiné-Bissau aprovou uma Lei que garante a quota mínima de 36% de representação das mulheres a nível de cargos legíveis, sobretudo na Assembleia Nacional Popular e no Governo.

    Eu, enquanto Presidente da República, garante da equidade e da unidade nacional, estou particularmente satisfeito e grato à estes progressos nacionais.
    (...)
    Gostaria de concluir, reafirmando o compromisso do meu país, a Guiné-Bissau, com os princípios consagrados na Carta das Nações Unidas e com o papel importante, único e insubstituível desta nossa Organização.

    É preciso unir forças para melhor gerir a globalização, erradicar a pobreza, a fome, combater as grandes endemias, garantir educação e água potável para todos, na perspectiva da implementação dos objectivos do desenvolvimento sustentável no horizonte 2030.

    Sejamos solidários e demonstremos a nossa compaixão por aqueles que fogem da perseguição, guerra e miséria, sobretudo migrantes e refugiados, vítimas de crises políticas e de calamidades naturais que desesperadamente batem às nossas portas.

    Num mundo solidário e fraterno, estaremos em melhores condições de preparar um futuro melhor para as gerações vindouras.

    Muito obrigado!

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  3. O Presidente da República pediu quinta-feira o levantamento das sanções impostas a alguns militares guineenses por terem participado no golpe de estado de 2012.


    Citado pela Rádio Capital, José Mário Vaz que discursava na Assembleia Geral das Nações Unidas disse que os últimos progressos políticos e sociais testemunham que o povo guineense, as forças armadas em particular, juntos disseram basta a instabilidade e rumo ao caminho da paz e do desenvolvimento.

    “ O processo eleitoral para a realização das eleições de 18 de Novembro, está em andamento, tendo sido iniciado o recenseamento eleitoral no passado dia 18 do mês em curso embora com algum atraso por razões técnicas e financeiras”, disse.

    No seu discurso, o Chefe de Estado apresentou varias acções desenvolvidas ao longo do seu mandato que mostram sinais positivos e respeite aos compromissos assumidos com os parceiros da sub-região, nomeadamente a nomeação do Primeiro-ministro de consenso, a marcação da data para a realização das eleições legislativas a 18 de Novembro de 2018.

    Ainda no leque de compromissos internacionais assumidos,Mário Vaz indicou a formação de um Governo de inclusão, a reabertura da Assembleia Nacional Popular, a prorrogação de mandato dos deputados, eleição dos membros da Comissão Nacional de Eleições, a provação do Programa do governo e do Orçamento Geral do Estado.

    “Aproveito esta tribuna, para apelar a comunidade internacional, aos membros do Conselho da Segurança com poderes exclusivas desta matéria, em nome da justiça e da concórdia nacional que sejam levantadas as sanções que foram aplicadas à certos oficias das nossas Forças Armadas “, disse.

    Na sua intervenção, o Presidente guineense sustentou que tal decisão há muito desejada e esperada, ajudaria na consolidação das instituições democráticas e da paz douradora no país.

    O Chefe de Estado lembrou ainda a aprovação da cota mínima de trinta e seis por cento para as mulheres em todos os cargos legíveis, declarando que está satisfeito e grato por este progresso nacional

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