quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

O “REI” VAI NÚ, MAS RODEADO DE PARASITAS MEDROSOS E MERDOSOS.

 “A mim interessa-me a Guiné-Bissau acima de qualquer religião ou etnia e interessa-me mais a união e respeito inter-étnico e inter-religioso entre os guineenses, do que ter qualquer Rei de meia tigela a eternizar-se no poder…” - Jorge Herbert


 

Ainda em relação ao assunto N’Batonha, sempre ouvi dizer que a ignorância e a estupidez têm muita força, principalmente quando aglutinados. No entanto, até este assunto N’Batonha, apenas tinha constatado a veracidade disso, em pequenos assuntos da vida. Agora, ver um país inteiro a aceitar participar numa tamanha manipulação de sentimentos e convicções étnico-religiosas, apenas para servir um aspirante a Rei com vontade de se perpetuar no poder, é coisa que ainda não esperava ver na Guiné-Bissau!

Depois de múltiplas viagens sem inequívoca rentabilidade para o país, perseguições e espancamentos arbitrários de todos que ousarem questionar as suas negociatas, uma indubitável participação num negócio obscuro com gentes tão ou mais “séria” que ele (segundo o próprio disse) com uma criminosa aeronave que violou o nosso espaço aéreo e aeroportuário e aí ficou abandonado com total conhecimento e consentimento da Presidência da República e agora aparentemente também do Primeiro-ministro que mantém o conveniente silêncio em relação ao assunto que a maioria dos guineenses temem sequer abordar, uma clara fantochada de tentativa de golpe de Estado com contornos de um filme de cowboy barato, que serviu apenas para limpar os indesejados e conseguir oprimir e silenciar os opositores, eis que o Presidente da República da Guiné-Bissau destapou a cara e mostrou aos guineenses a sua verdadeira intenção e dos seus financiadores… Sendo um homem com provas dadas de ser portador de forte complexo étnico-religioso, estimulou a sociedade guineense a dividir-se e até incendiar-se com ataques e defesas de questiúnculas religiosas, para ele melhor conseguir reinar o país!

Desenganem-se guineenses, o problema não está na construção de uma Mesquita no centro da cidade de Bissau, nem tão pouco está no benefício dos islâmicos contra o resto da população guineense! O guineense não é nem nunca foi um povo tribalista e nunca conhecemos graves conflitos étnico-religiosos, como já se viu noutros destinos deste planeta. O Presidente da República quer apenas estimular uma divisão no seio dos guineenses, para melhor conseguir reinar no país. por isso, peço por favor aos muçulmanos, cristãos e animistas, fulas, mandingas, papeis, balantas e mestiços, não se envolvam em conflitos que vos levem a agredir ou confrontarem-se, porque isso não servirá a Guiné-Bissau nem aos guineenses, mas apenas a um único tribalista e islâmico, que quer perpetuar-se no poder, à custa da divisão de um povo que sempre viveu com tolerância e miscigenação do seu mosaico étnico e religioso.

É certo que o próprio aspirante a Rei já se apercebeu que, apesar de poucos se manifestarem, a grande maioria dos guineenses estão fartos dele, têm vergonha do presidente que têm e o querem ver pelas costas! Até mesmo aqueles parasitas que orbitam a sua volta e se alimentam das suas migalhas, já não podem vê-lo, porque volta e meia os humilha aqui ou acolá, mas por medo, mantêm-se em silêncio ou até o elogiam na esperança de cair mais migalhas. A maioria dos políticos que o apoiaram na segunda volta das eleições presidenciais em que saiu vencedor, já estão fartos dele e o querem ver fora do trono…. Obviamente que há aqueles cuja a ignorância é ainda maior que a do Rei e continuam a servi-lo de forma incondicional, quer faça sol, quer faça chuva, porque a inteligência só dá para a submissão, seguidismo e fazer eco das palavras do Rei sem Roque.

Portanto, o próprio Rei sem Roque já ganhou consciência que vai nú, mas rodeado de parasitas medrosos e merdosos que não lhe chegam para a sobrevivência prolongada no trono e aposta na divisão dos guineenses, estimulando conflitos étnico-religiosos, para dessa forma enfraquecer a maioria que já não o suporta na presidência e ao mesmo tempo angariar, dentro dessa maioria da população, a simpatia dos muçulmanos…

Nunca foi tão importante e urgente respeitarmos as nossas diferenças étnicas e religiosas e contestar ou defender as obras de N’Batonha ou outros assuntos do interesse nacional, com base em argumentos ambientais, técnicos, legais e até políticos, mas nunca com base em argumentos étnico-religiosos, que apenas vai servir para incendiar e dividir a sociedade guineense e facilitar a continuidade do aspirante a Rei…

Pela minha parte, sou contra as obras nesse local, porque agride a Avifauna e faz com que a cidade de Bissau perca a possibilidade de ter no futuro o seu parque da cidade com uma fauna como nunca visto noutro ponto do planeta, independentemente de ser uma Mesquita, uma Igreja, um Mosteiro ou até uma estátua do Rei todo nú, a ser construído no local… A mim interessa-me a Guiné-Bissau acima de qualquer religião ou etnia e interessa-me mais a união e respeito inter-étnico e inter-religioso entre os guineenses, do que ter qualquer Rei de meia tigela a eternizar-se no poder…


Nota: Os artigos assinados por amigos, colaboradores ou outros não vinculam a IBD, necessariamente, às opiniões neles expressas.

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