
O repto do chefe de Estado foi feito num
encontro anunciado como sendo reunião com os cinco partidos políticos com
representação no Parlamento, órgãos de soberania e sociedade civil, mas que
acabou por ser uma comunicação do Presidente aos presentes.
Numa mensagem lida e sem que os
presentes pudessem falar, o Presidente guineense informou-os sobre o que se
passou na cimeira de líderes da Africa Ocidental que teve lugar na Nigéria no
passado sábado e o que aí foi abordado sobre a crise política na Guiné-Bissau.
Disse que "em nenhuma
circunstância" os líderes da Comunidade Económica de Estados da Africa
Ocidental (CEDEAO) colocaram em causa o Governo em funções na Guiné-Bissau e
muito menos a legitimidade da equipa liderada pelo primeiro-ministro, Umaro
Sissoco Embaló.
José Mário Vaz pediu à classe política
para que abrace o diálogo para a busca de uma solução para a saída da crise
política "ao invés de persistência em cavar mais o fosso na sociedade
guineense", frisou.
"Entendo que terminada a busca de
uma solução além-fronteira para os nossos problemas é chegado o momento de
assumirmos os nossos desafios nas nossas próprias mãos. Doravante convido a
todos para entramos numa nova oportunidade de diálogo nacional se quisermos,
realmente, salvar o nosso país", defendeu José Mário Vaz.
Para o chefe de Estado guineense, para
fazer face aos problemas "criados pelos próprios cidadãos" apenas o
dialogo sério e franco "apenas entre os próprios guineenses" poderá
ser a solução.
José Mário Vaz elegeu a Assembleia
Nacional Popular (ANP, Parlamento) como a "sede por excelência" para
o diálogo nacional ainda que o processo possa conduzir, por vezes, às
divergências entre os atores políticos, notou.
Mesmo perante as divergências, José
Mário Vaz entende que ninguém pode desistir de promover e participar do diálogo
que se pretende.
Disse ainda que, enquanto chefe de
Estado e cidadão guineense, estará sempre aberto ao diálogo desde que seja para
apresentação de "soluções inovadoras" para a saída da crise política
que afecta a Guiné-Bissau há 16 meses.
Três partidos com assento no Parlamento
(PAIGC, PCD e UM) não estiveram no encontro bem como a direcção do hemiciclo
sem que se conheçam as razões das ausências. Com a Lusa