Bissau, 16 fev (Lusa) -
Dirigentes políticos, militares e da sociedade civil da Guiné-Bissau debateram
hoje no Parlamento o prolongamento do período de transição para mais seis meses
ou três anos após o término do atual período, em maio.
Num debate dirigido pelo
Presidente de transição, Serifo Nhamadjo, líderes partidários, as chefias
militares e representantes das organizações da sociedade civil analisaram os
passos a serem encetados no país tendo em conta a impossibilidade de se organizar
eleições gerais em abril próximo.
Falando à imprensa no final dos
debates, que duraram sete horas sem interrupção, Serifo Nhamadjo afirmou que
"as partes estiveram na procura do meio-termo" sobre a prorrogação do
período de transição, com uns a defenderem seis meses e outros mais três anos.
Para o chefe de Estado guineense
de transição o tempo da "nova transição até nem é o mais importante",
desde que se saiba de concreto "quais os itens" que serão englobados
nas várias reformas que devem ser realizadas no país.
Sobre o exercício de hoje, o
Presidente de transição diz ter ficado encorajado com o diálogo "aberto e
franco" entre os vários atores da vida do país, sublinhando que "os
guineenses têm que ter coragem de conversar".
"É esse o elemento que me
motiva, que haja diálogo franco e sincero, frente a frente", disse,
Nhamadjo, que quer ouvir a opinião de todas as franjas da sociedade guineense
antes de cimeira de chefes de Estado da CEDEAO (Comunidade Económica dos
Estados da Africa Ocidental) no dia 27 em Abidjan, na Costa do Marfim.
Na sequência do golpe de Estado
de 12 de abril, protagonizado pelos militares, foi fixado o prazo de um ano
para realizar eleições gerais, mas as autoridades de transição têm vindo a
público admitir que vai ser impossível realizar eleições nesse período.
Em princípio, as eleições gerais
deveriam ter lugar em abril próximo.
Na reunião de hoje, os
militares, pela voz dos tenentes-coronéis Júlio Nhaté e Daba Na Walna,
advogaram o prolongamento do período de transição, e consequentemente a
realização de eleições, para três anos.
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