A má governação tem reflexos na sociedade. O seu
efeito pode ser imediato ou a longo prazo. De qualquer forma, representa sempre
um prejuízo real para a sociedade.
Pode manifestar-se sob vários aspectos: por exemplo, nas práticas políticas e administrativas, que tendem a favorecer uma parte da
sociedade em prejuízo da outra. Tais práticas são geradoras de tensões sociais, que
têm tendência a agravar-se, com o tempo, através de manifestações de diferenças
salientes entre extractos da População (manifestações de riqueza exagerada de
uma parte e a pobreza extrema de outra).
Toda a gente sabe que, na Guiné-Bissau, há situações
de discriminação social, muitas vezes descaradas, algumas vezes subtis, tendo
como referencial a Etnia do indivíduo.
Existe na sociedade, existe na
política, existe nas relações interétnicas, existe nas relações económicas e
sociais, existe na Saúde, existe nas Relações diplomáticas (o exemplo
paradigmático é a instituição da prática de “soco de baixo”, o acto de passar dinheiro
a um Funcionário, por baixo da mesa, para obter dele a prática de um acto que
constitui seu dever profissional).
Quem não tem capacidade económica para subornar,
sujeita-se a não ver o seu direito satisfeito!
Mas a discriminação mais dolorosa era aquela feita,
tanto pelo Governo, como por Funcionários Públicos, sob a orientação invisível
do Governo, como prática política.
Manifestação
de má governação
Em relação ao Governo deposto, podem encontrar-se
manifestações de má governação, sob vários aspectos, com especial realce, na
Política, na Vida social, na Economia e na Saúde.
No aspecto político, caracterizou-se por uma governação
geradora de conflitos, a diversos níveis, em especial, no domínio da
Defesa. Neste particular, o Povo diz, e com razão: “quem
semeia vento, colhe tempestade!”.
A demonstração disso poderá encontrar-se na Acção
Militar de 12 de Abril.
O Povo quer uma governação para a Paz, não para a
guerra permanente, como estratégia de afirmação do Poder ou para angariação de
apoios e benefícios ilegítimos junto da Comunidade Internacional, sob o falso
pretexto de combate ao narcotráfico nas Forças Armadas para desse modo
acobertar os verdadeiros traficantes e beneficiários.
Para quem vê de fora, a Guiné-Bissau é o País da
instabilidade política e má governação, impróprio para investimento
estrangeiro. Todos sabemos que isso significa perda de oportunidades e
subdesenvolvimento.
Historicamente, a governação do PAIGC está
repleta de tempestades (semeadas pelo próprio Partido), que
contribuíram decisivamente para tornar a Guiné-Bissau no Estado falhado, que,
agora, é (pelo menos, na óptica da Comunidade Internacional).
Assim foi, no caso
17 de Outubro de 1985, durante a governação do General de Brigada João
Bernardo Vieira (Nino Vieira), caracterizada pela incompetência absoluta na
arte de governar e pela violência gratuita, de pendor étnico.
Tanto ele, como os seus conselheiros mais próximos,
eram obsessivamente anti-Balantas, unicamente por ser o grupo étnico
maioritário, no País, mas também, na Luta de Libertação Nacional, em que, mais
que qualquer outro, empenhou milhares de vidas da sua juventude (Homens e
Mulheres, Rapazes e Raparigas), lá dentro do teatro da guerra (no mato), não em
cómodos escritórios e na segurança da Cidade de Conakry ou nos corredores de
Palácios de Países amigos no Estrangeiro.
Como é sabido, selectivamente, mandou prender,
torturar, matar e enterrar, em valas comuns, algumas das mais prestigiadas figuras
da Luta de Libertação Nacional (como o Coronel Paulo Correia, então
Vice-Presidente da República, e tantos outros) e altos Quadros da Administração
do Estado (como o Dr. Viriato Pã, que foi Procurador-Geral da República
da Guiné-Bissau).
Todas as vítimas inocentes tinham em comum o facto de
pertencerem à Etnia Balanta. Entre as vítimas, estavam antigos Combatentes da
Liberdade da Pátria, proclamados, após a Independência, Heróis da Luta de
Libertação.
Como há-de um Pais redimir-se de tal culpa?
Treze anos depois, o mesmo estaria na origem da Guerra
Civil de 1998/1999, quando, mais uma vez, tentou utilizar o método
habitual de eliminação dos seus adversários, tendo como alvo Ansumane Mané
(afastado do cargo de Chefe de Estado Maior das Forças Armadas), sob o pretexto
de envolvimento no tráfico de armas para a guerrilha de Casamança.
Foi mal sucedido, como, de resto, era de esperar! A
guerra terminou com a estrondosa vitória da Junta Militar, a derrota do General
e a sua retirada para o exílio em Portugal, apesar do enorme contingente de Tropa
Estrangeira (do Senegal e da Guiné-Conakry), que pediu em seu auxílio, sem
autorização do Parlamento, além da sua Milícia
pessoal (os Nguentas).
Lamentavelmente, o mesmo cenário de violência, tornou
a verificar-se com a introdução no País de uma nova Força Estrangeira, em
Março de 2011 (desta vez, por iniciativa do Governo do sr. Carlos Gomes
Júnior), também sem autorização do Parlamento, mas com uma missão
aparentemente muito clara: eliminação das Forças Armadas Nacionais da
Guiné-Bissau.
Por uma única razão: por se recusarem a aceitar o
perverso plano da Reforma Militar que o Governo tinha como objectivo
impor-lhes, para, depois, substituí-los por outra gente, de sua confiança
pessoal, embora sem história nas Forças Armadas Nacionais.
Toda a gente sabe (ou pelo menos desconfia, com justa
causa) que a pretensa Reforma era o passaporte para a morte certa,
clandestina, sem nobreza, porque nobre não era o plano em execução.
Por sensatez, os visados não aceitaram o convite e
decidiram agir, de maneira superior, como os seus piores inimigos, dentro e
fora do País, nunca imaginaram que fossem capazes. E o Mundo respeitou!
As causas
da instabilidade política
A instabilidade política da Guiné-Bissau teve sempre origem
no Poder Politico. Todos os casos de instabilidade política, que se
registaram, no País, após a Independência, foram (quase sempre)
deliberadamente, provocados, quer pelo Chefe de Estado, quer pelo Chefe do
Governo, em exercício.
Em todos os conflitos, as Forças Armadas Nacionais
apenas intervieram para garantir a integridade territorial do País ou, no caso
de 14 de Novembro, a reposição da legitimidade política usurpada por desvio de
Poder.
É certo que, logo depois, o General Nino Vieira
usurpou, ele próprio, o Poder e governou, com mão de ferro, concentrando em si
todos os Poderes, pervertendo a nobreza das funções do Estado. Acabará sendo
vítima da sua própria ambição de Poder e permeabilidade à violência extrema,
como forma de conservação do Poder, eliminando os que entende serem uma
ameaça em potência.
Nunca, porém, existiu, na Guiné-Bissau, um verdadeiro
regime militar, em que o Poder do Estado estivesse sujeito aos Militares. Uma coisa é um Regime Militar, em que todos (ou a maioria)
dos cargos políticos são detidos ou exercidos por Militares, outra o Poder
pessoal de um Militar chamado João Bernardo Vieira (Nino Vieira). Um tal Poder não serviu de nada aos Militares. Em tempo
algum. Nem com Nino Vieira, nem com Carlos Gomes Júnior.
Pelo contrário, sempre foram eles (os Militares)
as vítimas principais do General Nino Vieira e, depois dele, do
Primeiro-Ministro Carlos Gomes Júnior, sempre mancomunados com alguns civis da
Praça de Bissau, nomeados como seus Conselheiros (inspiradores da má
política, mas em proveito comum).
A causa psicológica sempre foi a limitação política e
intelectual dos intervenientes, limitação que sempre procuraram compensar pelo
recurso à violência, como forma de realização das suas políticas, dos seus desígnios:
liquidação física de Concidadãos, que, pela sua popularidade ou competência
reconhecida, julgam serem uma ameaça para o seu desejo de perpetuação no Poder.
(até próxima edição)
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no dia 30.03.2013.
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clarissima foi a mensagem, pois a situaçao na Guine neste momento deve se envolver a verdade, porque há muitos anos a mentira e injustiça foi a plausa que cantava ali; dado muitos crimes e abusos anterio causadas por aqueles, até então estão com a mesma prestígios, a verdade é que estão confundidos pois jamais o passado situaçao.
ResponderEliminarGuine deve não continuar a lidar com os tipos de pessoas, que matam, ainde mediocres sem nenhum competencia politica e covernaçao opostando no comercio dos recursus do país para os seus bens estados.