sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Timor-Leste vai apoiar processo eleitoral na Guiné-Bissau com quatro milhões de euros



O Governo de Timor-Leste anunciou hoje, em comunicado, a criação de uma Missão de Apoio ao Processo Eleitoral na Guiné-Bissau com um financiamento de seis milhões de dólares (cerca de 4,3 milhões de euros).

"O Governo de Timor-Leste decidiu criar uma Missão de Apoio ao Processo Eleitoral na Guiné-Bissau. Esta missão, com um financiamento do Estado timorense no valor de seis milhões de dólares, tem como principal objetivo contribuir para a preparação do processo eleitoral", refere o documento.

Segundo o comunicado, o apoio vai incidir sobretudo na fase de recenseamento eleitoral "que é crucial para resultados democráticos credíveis".

O comunicado do Governo refere também que a Missão de Apoio ao Processo Eleitoral na Guiné-Bissau vai trabalhar em "estreita articulação" com o Gabinete Integrado da ONU para a Consolidação da Paz naquele país, liderada pelo antigo chefe de Estado timorense José Ramos-Horta, e vai dar assistência ao Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral guineense, que vai integrar na equipa técnicos timorenses.

A missão timorense vai chegar a Bissau na próxima semana e vai permanecer no país por um período de quatro meses.

"A missão conta com a elevada capacidade técnica e experiência no âmbito da realização de eleições legislativas e presidenciais que Timor-Leste tem vindo a acumular, decorrente da sua história recente e de situação de pós-conflito", refere o comunicado.

O Governo timorense acrescenta que "Timor-Leste assume aquele compromisso considerando não só os laços de solidariedade que unem os países da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), mas, sobretudo, considerando que a Guiné-Bissau é um dos países que faz parte do grupo G7+ que Timor-Leste lidera e advoga, numa iniciativa de aproximação dos Estados frágeis".

O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, realizou uma visita de trabalho à Guiné-Bissau no início de outubro para conhecer de perto as dificuldades existentes no país.

A Guiné-Bissau está a ser dirigida por um Presidente e um Governo de transição na sequência do golpe militar de 12 de abril de 2012.

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental CEDEAO) determinou que o período de transição tinha que terminar antes do final deste ano com a organização de eleições gerais, que estão marcadas para 24 de novembro.

Com o prazo já comprometido, Ramos-Horta defende que a ida às urnas não deve acontecer para lá das primeiras semanas de 2014 e uma nova data para o escrutínio deve ser anunciada hoje na cimeira de chefes de Estado e de Governo da CEDEAO, em Dacar, Senegal.

Lusa

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