quarta-feira, 31 de julho de 2013

Antigo ministro da Educação apresenta candidatura à presidência do país

O antigo ministro da Educação da Guiné-Bissau Tcherno Djaló apresentou-se hoje (terça-feira) como candidato a Presidente da República nas eleições gerais marcadas para 24 de Novembro, sendo o primeiro a lançar-se na corrida eleitoral.  

Numa cerimónia num hotel de Bissau, o fundador e primeiro reitor da Universidade Lusófona da Guiné-Bissau disse estar disponível para ser presidente do país, que pretende mudar radicalmente. 

Tcherno Djaló disse acreditar que é necessária uma "luta intransigente" contra o tráfico de droga para melhorar a imagem do país no palco internacional, bem como uma política externa mais agressiva. 

O candidato vive e trabalha em Portugal, onde é professor de Ciência Politica e Relações Internacionais na Universidade Lusófona de Lisboa, sendo também presidente do conselho orientador e coordenador do grupo Lusófona da Guiné-Bissau.  

No percurso académico, é doutorado em ciências políticas pela Universidade de Genebra, Suíça.

No discurso de apresentação da candidatura, sob o lema "Nova Esperança para a Guiné-Bissau", Tcherno Djaló afirmou que a Guiné-Bissau corre risco de desaparecer "porque caminha para o abismo". 

O candidato considerou que o Estado guineense "falhou redondamente" nas opções que tem tomado para o desenvolvimento ao longo de 40 anos de independência, que se assinalam em Setembro. 

"É por isso que decidi propor-vos um novo caminho, um novo rumo, com futuro", sublinhou Tcherno Djaló.

Quanto às prioridades, caso venha a ser eleito Presidente da Guiné-Bissau, apontou a refundação do Estado como tarefa principal e ainda a convocação de um referendo para questionar os guineenses se aceitam ou não um regime presidencialista.  

Na sua perspectiva, a divisão de poderes que actualmente vigora na governação do país traz conflitos de competências entre o chefe de Estado e o Primeiro-ministro.

Enquanto Presidente da República, Tcherno Djaló promete escolher a energia, a agricultura, a educação e a saúde como pilares da sua magistratura.   

Promete também promover uma profunda reforma do sector da defesa e segurança, bem como da justiça. 

O Presidente da República de transição, Serifo Nhamadjo, e o Primeiro-ministro de transição, Rui Duarte de Barros, têm reafirmado a vontade de realizar eleições gerais a 24 de Novembro, mas está ainda por anunciar o método de recenseamento de eleitores, se manual ou biométrico. 

terça-feira, 30 de julho de 2013

Sporting entra a perder na defesa do "Caso Bruma"

 Comissão Arbitral Paritária da Liga chumba requerimento dos leões em relação à polémica nulidade do contrato do jogador. Advogado de Bruma espera decisão final do caso nos próximos dias.

A Comissão Arbitral Paritária da Liga de Clubes indeferiu, esta terça-feira, o primeiro requerimento apresentado pelo Sporting no âmbito da defesa leonina quanto ao caso que envolve o contrato de Bruma.

O referido órgão negou a impugnação do pedido de nulidade do vínculo interposta pelo clube de Alvalade, de acordo com esclarecimentos prestados pelo advogado de Bruma a Bola Branca.

Percebe-se, por isso, que os leões sofrem a primeira derrota no polémico processo e que o internacional Sub-20 português conquista a primeira vitória. Certo é que esta não é ainda uma decisão final do caso, que continua a ser avaliado pela Comissão Arbitral Paritária.

"Temos duas acções. Uma foi decidida já, que foi o pedido de impugnação de uma eventual rescisão com justa causa, intentada pelo Sporting. Agora, existe uma outra, que pede o reconhecimento da nulidade do contrato para 2013/14. Esse processo ainda está em andamento, porque o Sporting foi notificado e tem oito dias para exercer o contraditório", começa por explicar Bebiano Gomes.

O causídico, que acompanha o caso desde o princípio, está confiante de que a decisão final da Liga possa surgir "até ao final desta semana". "Provavelmente", argumenta Bebiano Gomes, "a decisão da acção principal poderá surgir só na próxima sexta-feira ou na sexta-feira seguinte".

"Mas", ressalva o advogado, "também pode acontecer que a Comissão encurte os prazos, tendo em conta o mediatismo desta acção".

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Libertados os dois polícias cabo-verdianos que estavam detidos na Guiné-Bissau

Os dois polícias cabo-verdianos que estavam detidos na Guiné-Bissau foram hoje libertados pelas 18:15 das instalações da Polícia Judiciária na Avenida Combatentes da Liberdade da Pátria.
De acordo com Franklin Vieira, um dos dois advogados guineenses que assistiram os agentes cabo-verdianos, a libertação foi decidida pelo Ministério Publico que mandou arquivar o processo provisoriamente.

"O processo está provisoriamente arquivado e se, até oito dias, não houver nenhuma contestação" o arquivamento passa a definitivo, referiu Franklin Vieira no local, acrescentando que os dois seguem para Cabo Verde nos próximos dias

A decisão do regresso dos dois agentes estará agora nas mãos do embaixador de Cabo Verde para a Guiné-Bissau, mas com residência no Senegal.

Francisco da Veiga viajou de propósito a Bissau para resolver o caso dos dois agentes e foi ele quem os conduziu, na sua viatura, depois de saírem das celas da Policia Judiciaria em Bissau.

No local, o diplomata não quis prestar declarações.

"Estamos satisfeitos. Mais vale tarde de que nunca", referiu o advogado guineense Franklin Vieira, segundo o qual os dois agentes cabo-verdianos foram tratados na prisão onde estavam desde o passado dia 12 deste mês.

Os dois agentes foram impedidos de sair do país depois de uma missão de escolta de uma cidadã guineense à qual foi aplicada uma pena acessória de expulsão de Cabo Verde - missão que as autoridades de Bissau disseram desconhecer e cujos contornos consideraram ter violado as normas de extradição.
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domingo, 28 de julho de 2013

Ramos-Horta: Discurso na Ministerial de Maputo

Breve nota introdutória

Não foi fácil a minha ultima viagem Bissau-Maputo para estar presente na XVIII Reunião dos Chefes das Diplomacias dos oito países que integram a Comunidade do Países de Língua Oficial Portuguesa: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, Sao Tomé e Príncipe e TimorLeste, cuidadosamente distribuídos pelas quatro regiões do Mundo: Africa, América latina, Ásia, Europa.

Quando eu devia partir para Dakar e dali apanhar um voo da TAP para Lisboa foi-me dito que nao havia voo nesse dia. Dois voos da Air Senegal Bissau-Dakar foram cancelados. Eu devia apanhar esse voo simples de menos de 1hr de Bissau-Dakar e dali para Lisboa e Maputo ja que o voo de SAA Dakar-Joanesburgo, mais direto, estava super cheio. Dai que tinha que recorrer a um itinerário bem mais longo, Dakar-Lisboa-Maputo.

Unica alternativa que restava agora se eu estava mesmo determinado a estar na reuniao de Maputo, era viajar por terra para a pequena cidade/aldeia fronteiriça do Senegal, Zigenshore, em territorio Casamance, uma viagem de umas 3hrs de carro, em velocidade moderada, imposta pela ONU.

Ultrapassando a velocidade estabelecida a maquineta instalada no carro soa o aviso e a infracção fica registada.

Casamance tem sido, desde ha decadas, palco de um “conflito de baixa intensidade” entre tropas Senegalesas e rebeldes autonomistas. Foi aqui que ha alguns meses vários técnicos de desminagem Senegaleses foram feitos reféns pelos rebeldes. As autoridades de Dakar pediram mediação aos militares da Guiné-Bissau e depois de meses de negociação os reféns foram finalmente soltos ha umas poucas semanas passadas. E diz-se que os rebeldes agem naquela regiao com alguma freqüência.

Saimos de Bissau eram 13hrs de uma terca-feira, 16 de Julho, quase sempre fustigados por chuva e vento, embora sem muita intensidade. Aqui na Guiné-Bissau chove a serio, um verdadeiro espetáculo da natureza, abrilhantado por uma enorme cacofonia de trovoadas e por relâmpagos que cegam. Mas a viagem, relativamente agradavel, em boa estrada asfaltada e com floresta verdejante dos dois lados, decorreu sem novidades; chegamos aquela pequena cidade/aldeia Senegalesa eram cerca das 16hrs; fomos comer algo no que parecia ser o melhor hotel local.

No menu anunciava-se spaghetti bolonaise, um dos meus pratos favoritos; e foi o que pedi, já com alguma antecipacao, saliva na boca. Mas quando finalmente a comida chegou foi uma decepcao: este foi o pior bolonaise que já alguma vez comi.

Eram ja umas 18hrs quando nos imformaram que afinal nao havia voo para Dakar como me tinham afiançado. Havia um voo sim mas para levar os passageiros do dia anterior que ficaram em terra pelo cancelamento de voo desse dia. Prometeram um segundo voo que nao veio.

Diz-se que a esperança deve ser a ultima coisa a ser abandonada e ela brotou quando disseram que um voo da Forca Aérea de Senegal chegaria por volta das 19 horas e eu poderia ir nele. Meio mundo interveio a meu favor, incluindo dois Ministros Senegaleses muito educados e simpáticos que também aguardavam o regresso a Dakar. Fizeram as demarches necessarias para eu poder embarcar no avião militar e parecia que estava tudo assente.

Entretanto chega o avião militar mas o comandante deu a ma nova, disse logo que não, invocando razoes de segurança: não transportaria “personagem tão importante” sem autorização expressa do Ministro de Defesa.

Esperanças esfumadas, começamos a pensar pernoitar em Zigenshore para de manha regressar a Bissau, abandonando a pretensão de ir a Maputo.

Ja resignados a ma sorte, somos informados que viria um avião menor de Air Senegal, de 17 lugares, la pelas 21hrs. Finalmente quando o aviao milagroso chegou eram ja 23hrs e seguimos para Dakar quase logo a seguir, exausto da longa espera e ja stressados. Depois foi a maratona aérea Dakar-LisboaMaputo.

De forma simplificada essa foi a minha odisseia para estar presente na reunião ministerial da CPLP no dia 18 de Julho naquela bela cidade do Indico, batizada de Lourenço Marques pelos Portugueses, em homenagem aos muitos Lourencos Portugueses que desembarcaram em terras do grande Rei Gungunhana.

Ja não me lembro se na historia de quarta classe de Soibada ou do Liceu Dr. Francisco Machado de Dili incluia-se explicacao sobre o porque e que esse tal Sr. Lourenco mereceu ser homenageado com o seu nome dado a toda uma cidade. Mas esse senhor Lourenco Marques não devia ser lá muito amado pelos Moçambicanos porque a hora da independência em 1975, ele foi logo saneado e descartado para dar lugar a Maputo.

Enfim, os Europeus tinham esse habito de homenagear os seus mais arrojados exploradores com nomes de países e cidades. Os Ingleses chamaram ao Zimbabawe “Rodésia” em homenagem a um tal Cecil Rhodes.

Os Belgas, os piores colonizadores de sempre e que pouco mais sabem fazer para além de bom chocolate e alguma cerveja, decidiram imortalizar o Rei Leopoldo chamando a capital do Congo “Leopoldville”. Em Portugues seria “Cidade do Leopoldo”. Em Timor-Leste os lambe-botas de Salazar queriam batizar a nossa segunda cidade Baucau “Vila Salazar”!

Mas muitas horas depois a odisseia estressante foi amplamente compensada pela calorosa hospitalidade Moçambicana e pela chance de rever velhos amigos, que sao muitos; o tempo nunca suficiente para os ver a todos.

Ponto alto foram as 2 hrs de conversa com um velho amigo – Joaquim Alberto Chissano, ex-Presidente de Moçambique, alguém que verdadeiramente merece o Prémio Nobel da Paz. Joaquim Chissano liderou a viragem de pagina de Moçambique, de partido único para o multi-partidarismo e de guerra civil para a paz. Homem sereno, de poucas falas, simples, acessível, de paciência asiática, Chissano e o Estadista mais respeitado na África.

Nao foi contemplado com o Premio Nobel da Paz mas em 2007 recebeu o “Mo Ibrahim Prize for Achievement in African Leadership” estabelecido nesse mesmo ano pela Mo Ibrahim Foundation, que leva o nome do seu benfeitor, um homem de negocios originario do Sudão, magnata de telecomunicações.

Em termos monetarios – US$5 million em dinheiro, de imediato, mais $200,000 anuais ate a morte – este Premio ultrapassa de longe a cifra do Premio Nobel da Paz cujo valor monetário hoje ronda $1.300.000.

Chissano foi um verdadeiro grande Amigo da causa Maubere nunca vacilando durante os 24 anos de nossa luta, quer como Ministro de Negócios

Estrangeiros, quer como Presidente. Chissano falou-me do seu esforço de mediação, desde ha quatro anos, na busca de paz e democracia no Madagáscar. Ouvindo-o sobre a complexidade do conflito Malgache nao posso queixar-me da minha missão na Guiné-Bissau.

O regresso Maputo-Lisboa não foi menos dramático: foi-me dado um lugar na ultima fila da classe executiva colada a um WC muito frequentado por passageiros que devem ter ingerido muita feijoada antes do embarque.

Uma agravante: a cadeira nao reclinava. Viajei toda a noite, umas 9hrs, sentado em vertical! Nao me queixo do pessoal, desde o comandante aos assistentes de bordo, foram muito atenciosos! So que o avião era tão velho que fez lembrar aqueles aviões da Segunda Guerra do transporte de tropas na Normandia.

O pequeno almoço, frio, fez-me lembrar um pequeno almoço que foi servido na única vez que viajei na Aeroflot da defunta União Soviética em 1985, de Bamako para Moscovo e Paris. Sim fiz Bamako-Moscovo-Paris quando podia ter viajado direto Bamako-Paris na Air Afrique por $400. So que fazendo a viagem na Aeroflot, muito mais longa, com transito por Moscovo, paguei menos de metade. Depois de 18hrs de voo com a longa espera no aeroporto frio de Moscovo cheguei a Paris sem a mala!

A velha TAP esta muito mal cuidada. Eu enviaria a administração da TAP para Singapura para uma semanas de formação básica de como gerir uma linha aérea de sucesso em que o passageiro e o centro do negocio. Um exemplo para a TAP absorver: quando uma vez viajando na Singapore Airlines (para mim a melhor companhia aérea do mundo), o meu sistema de visualização de filmes nao funcionava bem, o comissario de bordo pediu muitas desculpas e ofereceu de imediato senhas para eu fazer compras a bordo no valor de $300!

Leitor amigo, fico por aqui e deixo-lhe o meu pequeno discurso, sem grandes consequências, sobre a Guiné-Bissau. O discurso atualiza o leitor sobre a situação nesta Terra de Deus, sem querer ser exaustivo ou pretender ter as soluções todas para Guiné-Bissau.

Continuo a dizer, esta gente da Guiné-Bissau e muito boa gente; a Terra muito tranquila com uma taxa de criminalidade das mais baixas do mundo; o negocio da droga descaiu muito de ha um ano para cá. A tensão política que estava em rubro a seguir ao golpe baixou muito, vivendo-se um clima mais pacifico politicamente falando.

O atual governo de grande inclusão esta a manter-se, alguns ministros em grande azafama, com muita gente seria, experiente, altamente qualificados.

Vamos continuar a compreende-los e apóia-los.

Esteve aqui uma delegação do Governo de Timor-Leste, chefiada pelo ViceMinistro de Negócios Estrangeiros Dr. Constâncio Pinto, sendo o primeiro governante de um Pais da CPLP a romper com a ortodoxia diplomática da CPLP em nao relacionar-se com o atual Governo de Transicao. Este ato conquistou os corações de todos os Guinenses e a admiração de países como Senegal, Nigéria, Gana, etc que tem estado na linha de frente de apoio ao regime de transição e tem apelado em vão a CPLP, União Africana e União Europeia para reatar relações normais com a Guiné-Bissau.

A diplomacia Timorense esta a marcar pontos nesta região do mundo como alias já tem estado a fazê-lo desde que o Primeiro Ministro Xanana Gusmao decidiu apadrinhar e liderar o consórcio dos 18 Estados Frágeis, os chamados “G7+”.

Jose Ramos-Horta



Intervenção
de J. Ramos-Horta,
Representante Especial
do Secretário-Geral da ONU
para a Guiné-Bissau
No XVIII Conselho de Ministros
da
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa

Maputo, 18 Julho 2013

Excelências,
Srs. Ministros,
Embaixadores:

Antes de mais, agradeço o honroso convite que me foi dirigido para estar presente neste XVIII Conselho de Ministros da CPLP e a inexcedível hospitalidade bem Moçambicana.

Os meus Irmaos Ovidio Pequeno (UA), Murade Isaac Murargy (CPLP) e eu próprio realizamos uma visita de trabalho a esta bela capital Moçambicana ha escassos meses; na ocasiao tivemos a oportunidade de ouvir os bons conselhos, as preocupacoes e observacoes de Suas Excelências os Srs. Presidente da Republica e Ministro de Negócios Estrangeiros sobre a situação política na Guiné-Bissau e os passos a serem dados com vista a restauração da Ordem Constitucional naquele Pais Irmao.

No decurso dos ultimos seis meses, tivemos oportunidade em atualizar V. Exas. com muita regularidade, seja em encontros de trabalho nas capitais, a margem de reunioes internacionais e em encontros com os Embaixadores/Representantes dos Paises Membros da CPLP em Lisboa, Bruxelas e Nova Iorque.

Decorridos cerca de seis meses desde que pisei o chão Guineense podemos partilhar com Vossas Excelências o que objetivamente constatamos no terreno.

Mas antes devo dizer aqui que me comoveu a forma afetuosa como fui recebido pelo povo e pelas Autoridades de Transição. Por parte do Sr. Presidente de Transição, Sr. Primeiro Ministro e demais Membros do Governo, Deputados, altas entidades do poder judiciário, Chefia Militar, dirigentes partidários, organizações de mulheres, autoridades das Províncias, sociedade civil, lideres religiosos, régulos, jovens e estudantes, acadêmicos, membros do setor empresarial, enfim, da parte de toda a sociedade Guineense so recebi palavras e manifestações de amizade, confiança e expetativa.

Devo acrescentar que igualmente o corpo diplomático sediado na Guine-Bissau – Embaixadas, as representações da União Africana, CEDEAO, União Européia, Agencias Especializadas, Programas e Fundos da ONU que integram a UNIOGBIS- nao regateou apoio, franqueou as suas portas para o dialogo e concertacao de esforços.

Os progressos registrados nos últimos seis meses resultam em primeiro lugar da boa vontade e determinação dos nossos Irmaos Guineenses em encontrar soluções Guineenses para os grandes desafios e perigos que afetam o seu Pais.

Certamente que a comunidade internacional acima citada, os parceiros bi-laterais, sub-regionais, regionais e multilaterais, contribuíram decisivamente para esses progressos mas sabemos como o papel dos atores externos no processo de resolução de conflitos e sempre condicionado pela vontade política dos atores nacionais, pelo seu nivel de compromisso e determinação.

Excelências,

No dia 28 de Junho, o Presidente da República anunciou a realização de eleições presidenciais e legislativas na Guiné-Bissau para o dia 24 de Novembro deste ano.

Este anuncio foi o culminar de um longo processo que começou no dia 12 de Abril do ano passado com o golpe de Estado – mais um golpe na sucessão de muitos outros, graves crises políticas, culminando nalguns casos em assassinatos bárbaros, aprofundando a dor e o luto de famílias, germinando as sementes e raízes de ódio e vingança.

Desde que cheguei à Guiné-Bissau, em Fevereiro deste ano, dando cumprimento as diretivas do Sr. Secretario-Geral Ban Ki-moon e Conselho de Seguranca, temos tido como um objectivo importante a concertação de posições entre as organizações parceiras da Guiné-Bissau, nomeadamente a União Africana, CEDEAO, CPLP, União Europeia e ONU.

A ONU da o seu apoio, cede a primazia e liderança na promoção da paz e cooperação regional, prevenção e solução de conflitos, as instituições sub-regionais e regionais. Esta e uma mantra da ONU, a convicção do Sr. Secretario-Geral a qual emulei e procurei implementar desde a primeira hora.

E tem sido nossa preocupação nao pretender protagonizar ou assumir um papel que mais caberia as organizações regionais, nomeadamente, a CEDEAO e a UA, mesmo sabendo nao existir unanimidade de postura e abordagem do problema por essas instituições.

Nao sao inéditas as divergências entre países e governos em relação a determinados temas e conflitos; vejamos que da Europa a Asia e as Américas, no seio de organizações multi-laterais, regionais ou sub-regionais, nem sempre as percepções e avaliações que se tem em relação a um determinado problema sao convergentes. Alias as divergências tem sido quase a norma.

A Assembleia Geral da ONU, o Conselho de Seguranca, Conselho de Direitos Humanos, a Oraganizacao Mundial do Comercio, etc sao palcos de divergências e conflitos entre os Estados Membros. Por isso, nao deveríamos considerarmo-nos menos bafejados pela inteligência quando na sequência do golpe militar de 12 de Abril de 2012 na Guine-Bissau a comunidade internacional apareceu ou pareceu dividida.

Se o tempo e a melhor cura para os males românticos do coração – eu diria que muitas vezes o tempo e tambem a melhor cura para os nossas divergências diplomáticas e zangas politicas. Se hoje a comunidade internacional parece estar mais unida em torno da questão da Guiné-Bissau acredito que o fator tempo contribuiu para isso.

No plano interno, tenho advogado que em situações pós-conflito, em que os desafios sao muitos e complexos, a estabilidade política deve ser encarada como a prioridade das prioridades e ela so pode ser conseguida através do dialogo paciente, sabendo que o dialogo e sempre dificil, as negociações intermináveis e frustrantes. Mas os nossos irmaos da Guine-Bissau tem dado dar provas de maturidade política e sentido de Estado.

Os dois principais partidos, o PAIGC e o PRS, que em grande parte determinam a paz ou conflito na Guine-Bissau, tem dialogado intensamente e aproximaram posições, celebrando um Acordo Politico que muito esta a contribuir para o desanuviamento politico no Pais.

Aqui devo referir o papel solidário e paciente do Emb Ovídio Pequeno o qual labutando horas a fio facilitou a aproximação entre aqueles dois grandes partidos políticos. A sua experiencia diplomatica de mais de tres decadas e talvez o facto de ser originario de uma Ilha-Postal que a partida nao suscita medos, conferem-lhe algumas vantagens para gerir situacoes melindrosas.

Um novo governo de transição tomou posse em Junho. Trata-se de um governo de base muito alargada, mais inclusivo, que inclui representantes de quadrantes políticos que não integravam o anterior Executivo. Creio mesmo que nunca houve na história da Guiné-Bissau um Governo tão representativo de todos os interesses e sensibilidades da sociedade Guineense.

Esperamos que nas próximas eleições nao haverá perdedores pois o partido mais votado deveria convidar os outros seguintes a formar um Governo de grande inclusão para que juntos possam reorganizar todo o Estado, relançar as bases para uma economia sustentável, diversificada e equitativa; combater a corrupção e crime organizado. Esta tem sido a mensagem que desde a primeira hora temos procurado fazer passar.

Excelencias,

Ha muitos que atribuem todos os males que tem ocorrido no Pais nas ultimas quatro décadas aos militares. Explicações plausíveis para os muitos males de que a Guine-Bissau padece poderão ser encontradas junto das lideranças políticas, no seu comportamento e cultura politica, no modelo Constitucional vigente, no sistema político-partidário importado da Europa e ensaiado em muitas regiões do mundo, etc.

Tenho mantido um dialogo frequente, franco e respeitoso com a Chefia Militar e acredito que ela esta comprometida na reorganização e modernização das FAs. Nao tenho duvidas em relação a isto. Mas esta agenda deve ser gerida e liderada pelas autoridades nacionais e pela CEDEAO.
A ONU nao vai substituir-se aqueles que tem maior legitimidade e responsabilidade em área tao central para a paz, estabilidade e Estado de Direito na Guiné-Bissau.

Generosas consultorias foram financiadas, estudos e relatórios produzidos, propostas de legislação generosamente financiadas e copy-paste. Mas os militares continuam a viver em condiçõesextremamente precárias, em verdadeira afronta a dignidade militar.

Nao nos surpreendamos que façam golpes ou que os mancebos se envolvam em atividades menos honrosas como extorquir alguns miseráveis dinheiros ou cigarros em check-points improvisados.

Este fenômeno nao e singular da Guine-Bissau. Pelo mundo fora sabemos como agentes das forcas de Defesa e Segurança, negligenciados pelos governantes, tornam-se eles próprios em delinquentes, envolvendo-se em todo o gênero de atividades ilícitas que vao desde o pequeno crime ao crime organizado.

Por isso, devemos passar dos estudos a accao, a implementacao da tao falada reforma das Forcas Armadas, umas FAs como os Guineenses as desejam, equacionadas aos desafios, necessidades e possibildades do Pais.

Excelencias,

A marcação das eleições é apenas mais um passo do processo eleitoral. As autoridades nacionais definirao o método de recenseamento que pretendem efectuar. Isto permitirá desencadear todos os outros actos subsequentes, nomeadamente a finalização do orçamento eleitoral, que permitirá aos parceiros decidir como apoiar as eleições presidenciais e legislativas na Guiné-Bissau.

Introdução de um novo método de recenseamento da população eleitoral poderá trazer dificuldades acrescidas a um processo que se quer eficiente, transparente e que ponha termo a suspeições recorrentes que ocorreram no passado.

Em época de crise económica e financeira global e, sobretudo, face ao desencanto dos tradicionais parceiros da Guiné-Bissau, estes terão mais dificuldades em contribuir financeiramente para um processo eleitoral para alem do que e financeiramente razoavel.

A principal preocupação, no entanto, deverá ser a de assegurar a lisura de todo o processo. O recenseamento eleitoral deverá ser um passo em frente em relação ao que foi feito no passado, incluindo a introdução de medidas adicionais através, por exemplo, da emissão de cartões de eleitor com a fotografia do portador.

Do ponto de vista da segurança, há razões para acreditar que as eleições vão correr com normalidade. A CEDEAO, através da ECOMIB, está a considerar a transformação da sua presença na Guiné-Bissau de uma força militar para uma força policial de apoio a manutenção da ordem pública.

Uma missão técnica eleitoral da ONU acaba de emitir o seu parecer e recomendações sobre o processo eleitoral, os quais foram por mim transmitidos ao Presidente da República da Transição.

De referir que essa missão técnica alertou para os graves riscos de introdução do sistema bio-métrico nesta fase, tendo como uma das implicações graves a impossibilidade do cumprimento do calendário eleitoral já anunciado.

Lembramos que todos os parceiros internacionais secundam a expectativa dos Chefes de Estado da CEDEAO que o período da transição na Guiné-Bissau terminara a 31 de Dezembro de 2013.

O momento que marcará o fim da transição serão as eleições e a tomada de posse de um novo Presidente e de um novo Governo. Mas mais importante ainda é que as eleições, factor de perturbação no passado, sejam um passo em frente na consolidação da paz na Guiné-Bissau. As eleições têm de contribuir para o início de uma nova era – sem vencidos.

Nas democracias ha eleições com vencedores e vencidos, os primeiros governam e os outros ocupam a bancada da oposição que lhes esta reservada. Mas ninguém se sente realizado ou se conforma na oposição, muito honrosa que seja, e quanto mais essa oposição se sente marginalizada por aqueles que detém os privilégios do poder mais procurará fragilizar e derrubar quem governa.

Dados os grandes desafios e os graves perigos que ameaçam a própria viabilização do Estado, dado que nenhum partido político, mesmo detendo maioria parlamentar absoluta, tem conseguido reunir toda a sociedade e consolidar a paz, estabilidade e o Estado de Direito, e encetar as reformas indispensáveis, parece-nos aconselhável que a actual experiência de um Governo de base alargada venha a ser adotada após as próximas eleições legislativas e que perdure durante os próximos anos.

Excelências,

A Guiné-Bissau continua estigmatizada pela reputação de ser o primeiro e único “Narco-Estado” no mundo, adjetivo que nao corresponde a realidade no terreno.

Em mais do que uma ocasião, publicamente dissociei-me desta nefasta alegação lançada contra todo um colectivo de pessoas.

Mas isto nao quer dizer que nao exista um problema serio de crime organizado na Guine-Bissau. Este flagelo existe na Guine-Bissau como existe em toda a região da Africa Ocidentale tem que ser combatido a todos os níveis.

No entanto, estranhamente a mesma comunidade internacional que denuncia a existência da ameaça do crime organizado naquele Pais irmão nega-lhe apoio financeiro, técnico e humano para apetrechar o Estado com os meios adequados para eficazmente poder fazer frente aos agentes dos cartéis da droga oriundas da Bolivia, Colômbia e Peru.

A chefia militar, a quem se atribui todos males do Pais, declarou aceitar uma investigação internacional imparcial para se apurar da verdadeira dimensão da penetração da droga na Guiné-Bissau e para identificar os verdadeiros beneficiários deste negocio ilícito.

Mas a Guiné-Bissau e afinal uma vitima fácil de poderosos cartéis originários de outras regiões do Mundo, América latina, e dos países receptores na Europa.

A pesca ilegal, descontrolada, um fenómeno recorrente em todo o mundo, ameaça os stocks alimentares de centenas de milhões de seres humanos que vivem nas zonas litorais da Ásia-Pacifico e África.

A Guiné-Bissau assim como outros países da costa ocidental africana e vitima das atividades ilegais e irresponsáveis das grandes frotas de pesca oriundas da Europa e Ásia. Nao podemos denunciar um mal e escamotear outro; nao podemos denunciar o vil crime da transação da cocaína e outros estupefacientes e escamotear o crime da rapina dos mares da Africa perpetrado pelos grandes.

Em relações internacionais ha princípios e valores, regras e formas de procedimento que devem alicerçar cada vez mais as relações entre Estados. Mas também sabemos que a comunidade internacional nem sempre e coerente e consistente: nalguns casos exige-se o cumprimento dos princípios e normas, invocando-se a política da chamada “tolerância zero” contra golpes de Estado ou outras formas anti-democráticas de alteração de uma Ordem Constitucional, impõe-se sanções diplomáticas e económicas.

Noutros casos, realpolitk prevalece e adotam-se atitudes mais pragmáticas apesar da similitude de situações.

A actual situação prevalecente no Egito em que a Primavera democrática foi interrompida por um golpe militar gerou posicionamentos mais dispares, sendo talvez a única coerente a assumida pela União Africana.

Nao escapa a nenhum observador minimamente atento a aplicação da pratica de dois pesos, duas medidas, perante os casos do Mali e Guine-Bissau.

No caso da Guine-Bissau membros a comunidade internacional doadora optou pela política de “tolerância zero”, impôs sanções diplomáticas, econômicas e financeiras. As consequências tem sido nefastas para o povo, este inocente, nao responsável do golpe.

E todos sabemos como e mais fácil imporem-se sanções contra países pequenos e frágeis do que contra paises maiores, detentores de recursos estratégicos.

Excelências,

Enquanto incentivamos progressos na actual fase de transição, devemos pensar ja pensar e planear para a segunda fase, o pos-eleição. A comunidade internacional tem que assumir uma postura mais ativa e solidaria, apoiando seriamente a reorganização e modernização do Estado e o relançamento da economia.

Sem uma estratégia multi-facetada de apoio a reorganização do Estado a Guine-Bissau estara condenada a instabilidade e pobreza.

Dados os progressos visíveis e substanciais registrados na Guine-Bissau espero que a comunidade internacional normalize as relações com o Pais, encete dialogo ativo com o novo regime de transição e reative os programas de ajuda.

O Estado esta depauperado e o povo sofre duplamente; a colheita da castanha de caju, base de sustentação de uma grande parte das famílias Guinenses, esta muito aquém das previsões. A ameaça da fome começa a pairar sobre aquele Pais abencado por Deus com água em abundância, terra fértil, mar rico em proteínas – e um povo bom, pacifico, tolerante.

Sou o testemunho do Sr. Secretario-Geral e do Conselho de Seguranca na Guiné-Bissau; no dia a dia observo a situação nas suas múltiplas dimensões, social, humanitária, política e seguranca; viajo frequentemente para as Províncias; visito escolas, hospitais, os mercados populares; converso com as “Bideras”.

Sou o testemunho dos esforços genuínos realizados pelo Presidente de Transição Manuel Serifo Nhamajo, Primeiro Ministro Rui Barros e lideres políticos para conduzirem o seu Pais para a normalidade Constitucional, a vivência democrática e uma verdadeira Paz.

O meu diagnostico geral e que deram-se passos significativos; estamos no bom caminho; a atmosfera politica e muito distendida; sente-se mais otimismo e esperança; a criminalidade continua muito baixa; nao tenho tido informações de graves violações de direitos humanos; nao tenho tido informações credíveis de aumento no trafico de droga.

Mas muitos cidadãos Guineenses continuam desencorajados a regressar ao seu pais, as suas casas, optando por continuar a viver na diaspora. Vamos continuar os nossos esforços para que a Guiné-Bissau sonhada por Amilcar venha a ser um oásis de paz, tranquilidade e seguranca para todos, para que os seus filhos refugiados no exterior possam regressar sem receios, com esperança e confiança.

A comunidade internacional deve dar sinais de que esta a acompanhar a situação no terreno, que regista os progressos havidos, que reconhece os esforços realizados pelas Autoridades de Transição, que incentiva mais progressos, – reencetando o dialogo com as Autoridades de Transição, normalizando as relações diplomáticas, providenciando ajuda económica, financeira e humanitária.

Que Deus, o Todo Bondoso e o Todo Poderoso, continue a iluminar-nos a todos na nossa missão quotidiana de preservação da paz e harmonia entre os povos.

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COMUNICADO : A Embaixada da República da Guiné-Bissau no Brasil

                                                                COMUNICADO 

A Embaixada da República da Guiné-Bissau no Brasil apresenta os seus respeitosos cumprimentos a Comunidade guineense residente no Brasil e, aproveita o ensejo para comunicar que, está suspenso o pagamento da taxa de Renovação do Passaporte no valor de $50,00(cinquenta reais) para todos os estudantes guineenses no Brasil.

Ainda se informa que os estudantes têm doravante que arcar apenas, com os custos relacionados com as taxas de reenvio pelos Correios do Brasil, e relembramos que, em casos urgentes, aconselhamos o depósito do montante necessário para custear o serviço Sedex para reenvio do documento supracitado.  

Aproveitamos também para pedir a vossa atenção ao novo endereço da Embaixada em Brasília e, reafirmamos mais uma vez, a total e incondicional empenho em garantir os melhores serviços possíveis, tendo em conta que é de domínio público a situação difícil que o País atravessa, e concomitantemente às Representações Diplomáticas, no que concerne a capacidade de resposta ao pleno apoio à Comunidade guineense residente no Brasil. Mesmo assim, colocamo-nos à disposição de todos contando na mesma amplitude com a vossa colaboração e participação para a melhoria dos nossos Serviços.

Fraternais Saudações,

EMBAIXADA DA REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU NA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
SHIS, QI 03, CONJUNTO 09, CASA: 11 – LAGO-SUL , BRASÍLIA-DF, CEP: 71.605-290
Tel:(61) 3366-1098/ fax: (61) 3366-1554 Email: embaguibrasil@gmail.com

Papa conclama jovens a continuarem manifestações por mundo “mais justo”


Diante de cerca de 3 milhões de fiéis que lotaram a praia de Copacabana na noite deste sábado, o papa Francisco conclamou hoje os jovens que participam da Jornada Mundial da Juventude a “seguirem superando a apatia e oferecendo uma resposta cristã às preocupações sociais e políticas presentes em seus países”. Em um discurso coloquial, marcado por referências ao futebol, o pontífice convidou os peregrinos de 170 países a serem “atletas de Cristo”.

Da enviada especial ao Rio de Janeiro
“Acompanhei atentamente as notícias sobre tantos jovens que, em muitas partes do mundo, saíram às ruas para expressar o desejo de uma civilização mais justa e fraterna”, comentou o papa, na abertura da vigília deste sábado. “São jovens que querem ser protagonistas da mudança. Encorajo-lhes a seguir superando a apatia e oferecendo uma resposta cristã às preocupações sociais e políticas presentes em seus países.” Ele completou que o começo das mudanças deve vir deles mesmos.

O papa lembrou que, no Brasil como em outros países, “o futebol é uma paixão nacional”. Como no esporte, o cristão deve “treinar muito”. “Jesus nos oferece algo maior do que a Copa do Mundo: nos oferece a possibilidade de uma vida frutífera e feliz”, disse, sob aplausos.

De acordo com o pontífice, o “diálogo” com Deus, através das orações, dos sacramentos, do “amor fraterno” e do saber escutar, compreender e perdoar, é a melhor maneira de “estar em forma” e ser “verdadeiros atletas de Cristo”. "Sejam protagonistas da mudança. Joguem sempre no ataque, na linha de frente", afirmou. "Sejam construtores do futuro. Não sejam covardes na vida. Saiam às ruas."

O pontífice iniciou as atividades noturnas a bordo do papamóvel, às 18h45 (23h45 em Paris). Ele percorreu o trajeto do Forte de Copacabana até o Leme, onde está instalado o palco principal da Jornada Mundial da Juventude. No caminho, mais uma vez abençoou os fiéis, abraçou e beijou crianças e desceu do veículo para cumprimentar deficientes físicos. Como nos outros dias, o pontífice foi recebido com fervor e euforia pelo público.

Noite na praia

Na cerimônia, o papa assistiu a apresentações e ouviu depoimentos de jovens. Francisco lançou então a vigília que vai durar até a manhã de domingo. Depois das orações, o pontífice retornou à residência da Arquidiocese do Rio de Janeiro, onde está hospedado, enquanto milhares de peregrinos permaneceram acampados na praia, onde dormirão. A atividade é uma das mais importantes da jornada.

Muitos peregrinos trouxeram barracas; outros, apenas colchonetes. A prefeitura do Rio de Janeiro recomendou que eles levassem agasalhos, já que a temperatura durante a madrugada deve ficar em torno de 15 graus. Vários fizeram barricadas de areia, na tentativa de impedir o avanço do mar durante a noite. A vigília estava programada para ocorrer em Guaratiba, a 50 quilômetros do Rio, mas o local acabou inundado depois de quatro dias de chuvas incessantes na cidade.

As atividades começaram cedo neste sábado. Desde às 7h, no horário local, os jovens realizaram a peregrinação do centro da cidade até Copacabana, em um percurso de 9,5 quilômetros. Durante toda a tarde, eles se divertiram com a apresentações de grupos musicais católicos e exibições teatrais.

Neste domingo, às 10h (15h em Paris), o pontífice retornará a Copacabana para realizar a missa de encerramento da jornada. Eram esperadas 3 milhões de pessoas nos eventos de sábado e domingo, o que seria um recorde para a cidade e o dobro do tradicional réveillon. Os números divulgados até o momento são do comitê organizador da jornada e da prefeitura do Rio.

O papa embarca de volta a Roma na noite de domingo, após sete dias de programação no Brasil. Esta foi a primeira viagem internacional do sumo pontífice desde que assumiu o cargo, em março.

Marcha das Vadias

Enquanto os fiéis celebravam a presença do papa, um grupo de pelo menos 500 manifestantes fez a “Marcha das Vadias”, um protesto a favor de temas feministas, como a legalização do aborto e contra os altos índices de estrupros no país. Os participantes iniciaram a mobilização em frente ao posto 5 de Copacabana, a quatro quilômetros do evento católico, e levavam cartazes contra a igreja.

Mulheres com os seios nus e palavras de ordem escritas no corpo distribuíram camisinhas aos pedestres e chegaram a quebrar imagens de santos, provocando a indignação de católicos que viram as cenas. Conflitos verbais entre manifestantes e peregrinos foram registrados, sem violência.

Na medida em que a marcha seguiu em direção a Ipanema, no lado oposto à jornada, novas adesões deram um tom político ao protesto, com cartazes contra os custos da jornada, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e a favor da lacidade no Brasil. Na altura do posto 9, quando já eram em torno de 1 mil, eles decidiram retornar a Copacabana, enquanto o papa ainda desfilava no papamóvel.

Nas proximidades do palco, homens da Força Nacional fizeram uma barreira humana para impedir aproximação dos manifestantes, que aos poucos se dispersaram.

sábado, 27 de julho de 2013

Culto ao «deus dinheiro» está a excluir jovens e idosos

O papa afirmou esta quinta-feira no Rio de Janeiro que o «culto» ao «deus dinheiro» está a excluir «os dois polos da vida que são as promessas dos povos»: os mais velhos e os mais novos.

Os idosos são vítimas de uma «espécie de eutanásia escondida», porque não são devidamente acompanhados, e também de uma «eutanásia cultural», porque são impedidos de «falar» e «atuar», disse Francisco num encontro com compatriotas argentinos.



Esta «filosofia» de vida também ataca a juventude: «A percentagem de jovens sem trabalho, sem emprego, é muito alta. E é uma geração que não tem a experiência da dignidade adquirida pelo trabalho. Ou seja, esta civilização levou-nos a excluir os dois extremos que são o nosso futuro».

Francisco pediu «de coração» aos anciãos argentinos que «não claudiquem de ser a reserva cultural» do povo, «que transmite a justiça, que transmite a história, que transmite a memória».

«E vós - pediu o papa dirigindo-se aos jovens - por favor, não se ponham contra os velhos. Deixem-nos falar, escutem-nos e sigam em frente. Mas saibam, saibam que neste momento, vós, os jovens e os anciãos, estão condenados ao mesmo destino: exclusão. Não se deixem excluir».

Na intervenção improvisada que ocorreu na catedral do Rio de Janeiro, Francisco sublinhou a urgência de os católicos não se fecharem entre quatro paredes.

«Quero que a Igreja saia para a rua. Quero que nos defendamos de tudo o que seja mundanidade, do que seja instalação, do que seja comodidade, do que seja clericalismo, do que seja estar encerrados em nós mesmos», vincou.

A cruz de Cristo «continua a ser um escândalo, mas é o único caminho seguro», acentuou Francisco, que encorajou os compatriotas a lerem as bem-aventuraras e o capítulo 25 do evangelho segundo S. Mateus.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Musica: A nossa mandjuandadi

Patche Di Rima

A madjuandadi é, numa tradução nua e crua, a convivência. Convivência essa que se faz, atendendo a numerosos factores, nomeadamente idade, gênero, etnia etc… Mas tendo sempre como pano de fundo a música, o cantar guineense que exterioriza o sentimento humano em todos os seus estados, recorrendo muita das vezes aos (proverbios) ditos para fazer passar as mensagens. Destaca-se o crioulo como a língua por meio da qual as cantigas de dito são expressas; investiga-se a origem dos termos mandjua e mandjuandadi, este último visto como organização de mulheres com estrutura, regras de funcionamento e eventos dos quais participam. 

As mandjuandadi são vistas também como lugar de manifestação cultural no qual as cantigas de dito são criadas, ganham corpo, ritmo, performance. A análise dessa performance vale-se, dentre outros recursos, da construção de operadores de discursos dos quais a cabaça e o pano se mostram como elementos de um sistema de sentido, na sua relação e articulação com as cantigas de dito. Procura-se demonstrar que as cantigas de mandjuandadi constituem uma das matrizes da poesia guineense poesia, já que em ambas fazem-se presentes tanto os recursos poéticos quanto temas que remetem a lugares e sentimentos que o sujeito poético encena. 

Para concluir deve-se realçar e, na Guiné-Bissau, a oralidade ocupa um lugar muito importante; o cantar é onipresente, pois acompanha o contar – a narrativa –, o riso e o pranto, a alegria e a dor. O nascimento, a iniciação, o casamento, a morte, os mortos e os ancestrais proporcionam momentos de exaltação coletiva e são motivos para se entoarem as mais diversas canções. Por isso, diante da reduzida fonte escrita sobre as tradições guineenses, julga-se que, mais do que lamentar essa falta, é preciso tomar iniciativas que possam inverter a situação, abrindo caminhos para estudos e pesquisas sobre esse volumoso e rico patrimônio cultural. Por isso trouxemos para aqui hoje a nossa mandjuandadi para juntos cantarmos a nossa guinendadi.

Opinião: Ainda sobre a inclusão e o recenseamento eleitoral

Já em Dezembro passado falávamos da premente necessidade de uma remodelação governamental, por razões óbvias, e que nada tinha a ver com a pressão internacional, que ainda nem se fazia sentir com tanta frequência nessa matéria. Nessa altura, nem a CPLP, e nem a União Europeia se lembraram de incluir nas suas agendas a exigência de uma alegada inclusão do partido que defendiam, porque ele já lá estava, faltando apenas engrossar o Governo de transição com mais elementos a serem designados pela direção oficial dessa formação política.

O que nós defendíamos, em nosso entender, obedecia à dinâmica de uma qualquer equipa governamental, que ao fim de um certo tempo, por razões políticas e, ou técnicas, deixou de dar as devidas respostas, neste ou naquele sector, e que por consequência, urge corrigir. Na realidade, no nosso caso, alguns sectores acusaram algum desgaste, e a linha orientadora, apesar das dificuldades de entendimento, leia-se de agenda, inerentes a este tipo de governo, tinha o dever de fechar o ciclo, emitindo sinais fortes de mudança. E acabou por fazê-lo, mau grado alguns amargos de boca, internos e externos.

Acresce-se às razões invocadas a necessidade de promover uma política realista em concertação com os demais parceiros da cooperação internacional para que o alinhamento de teses sobre a dimensão das requeridas mudanças se faça, em sintonia, e em moldes a permitir um maior desanuviamento nas nossas relações externas, dado o grau, em crescendo, da insuportabilidade do nosso isolamento.

A maneira como somos apreciados lá fora, dependerá do nosso comportamento e da forma como este dossier da inclusão for tratado. Independentemente, da forma como os interesses políticos se perfilam, com o piscar de olhos nas próximas eleições, era de prever, desde logo uma divergência de fundo, entre os principais atores, sobre a metodologia da inclusão, que, apesar de tudo, acabou por ser implementada no processo de remodelação.

Se para uns, o conceito da inclusão significava, tão só, o alargamento da orgânica do governo a mais umas quantas pastas ministeriais, já para outros, incluindo a comunidade internacional, a inclusão era condição sine qua non para o retorno gradual à normalidade constitucional, e consequentemente, à retoma da cooperação. Neste último caso, com uma pequena nuance, mas que é, ao mesmo tempo, um argumento de peso, ou seja, a entrada da ala oficial do PAIGC no governo remodelado.

Mal se fechou o referido capítulo, eis-nos de novo enfiados numa encruzilhada e a braços com interesses antagónicos, na questão da introdução da biometria no processo de recenseamento eleitoral. Para aqueles cuja memória é seletiva, relembramos que foi das primeiras exigências dos contestatários das últimas eleições, por isso esteve sempre na ordem do dia, de tal modo, que o próprio parlamento guineense o inscreveu e adotou em alternativa ao recenseamento manual.

Porém, a dura realidade da vida, acabou por nos mostrar que o caminho a percorrer não deve ser esse, pelo menos, para já, dado que se põe a questão dos elevados custos de tamanho empreendimento. Sibilinamente, a comunidade internacional foi-nos dizendo duas coisas: primeiro, convidou-nos a marcar uma data realista, a de 24 de Novembro, e depois, na mesma linha, mostrou-nos a sua indisponibilidade e incomportabilidade financeira em apoiar tal aventura, que a ser implementada, ultrapassaria a data fixada. Em suma, e numa linguagem mais terra a terra, a comunidade internacional quis dizer-nos, que quem não tem dinheiro, não tem vícios.

Agentes Cabo-verdianos em solo guineense

Uma insólita situação reteve a nossa atenção nos últimos dias, e passo a explicar: Quando muito recentemente, por alegadas acusações de tráfico de estupefacientes e contrabando de armas, as autoridades cabo-verdianas se precipitaram em cooperar com as autoridades norte-americanas na captura, em solo guineense, de três cidadãos nossos, entre os quais, um, com um passivo histórico de fazer inveja, porque se trata de um combatente da liberdade da Pátria e herói da luta de libertação nacional, a questão da legitimidade e da legalidade do nosso governo de transição foi posta em cima da mesa e não conseguia ser ultrapassada, porque a legitimidade do Governo de Cabo-Verde, e a sua intransigência perante a lei não podiam ser postos à prova.

Não foi o Primeiro-ministro de Cabo Verde que disse ao mundo que não negociaria com governos ilegítimos, e muito menos com governos saídos de golpes de estado?

Mas, felizmente, Deus escreve direito por linhas tortas!

Na realidade, tratava-se, nada mais, nada menos, de uma questão de valores inegociáveis, ou seja, o legítimo governo de Cabo-verde, agora transformado em gendarme na região oeste-africana, não podia, por razões ainda não totalmente esclarecidas, tolerar atos de banditismo na sub-região. E não havia melhor exemplo para mostrar ao mundo, do que o da Guiné-Bissau. Um país irmão. Até aqui, e por mais estranho que pareça, estamos inteiramente de acordo, embora, salvaguardemos as devidas distâncias relativamente aos procedimentos. Até porque, e à luz da hipocrisia reinante nas relações internacionais, ninguém deve subestimar o alcance da iniciativa do Governo de Cabo-Verde.

Agora, pasmem-se! Pelos tais inconfessáveis e não ruidosos canais, o Governo cabo-verdiano anda a pressionar, as autoridades guineenses a transgredir a lei para a soltura de dois agentes da Polícia Nacional de Cabo-verde, que mais uma vez despachou para a Guiné-Bissau, um país, cujas autoridades nem reconhece, para mais uma daquelas missões secretas de manter a ordem na sub-região. O incauto, mas arrogante Primeiro-ministro cabo-verdiano podia ao menos contactar as autoridades da CEDEAO, já que não chega à fala com as autoridades golpistas. A não ser que a nobre missão que lhe foi cometida, não se sabe bem por quem, de combater o grande banditismo na região, lhe tenha subida a cabeça, e já nem reconheça a própria CEDEAO.

Mário Varela Brito e Júlio Centeio Gomes, os dois polícias, em missão e ao serviço de José Maria Neves, ao regressarem ao país de origem, depois de estadia em solo guineense, não só tentaram vender gato por lebre às nossas autoridades aeroportuárias, como ainda, e é aqui que reside o busílis da questão, tentaram fazer crer que teriam estado no nosso país para acompanhar uma alegada deportada guineense que teria cumprido pena em Cabo-Verde.

Segundo fontes bem colocadas, entre várias contradições constatadas nas declarações dos dois polícias cabo-verdianos, retivemos a que julgamos mais importante, a que reporta a existência de uma cidadã guineense expulsa. Infelizmente, da cidadã guineense alegadamente “deportada?”, nem rasto. E quando falamos de rasto, queremos exatamente dizer que ao contrário das declarações dos agentes cabo-verdianos, não só não se encontra o nome da referida cidadã expulsa no registo das fichas aeroportuárias de entrada, como ainda, após várias buscas não se localiza a cidadã em solo guineense. O que nos leva a supor o pior. Mas não vamos entrar em especulações desnecessárias. Limitamo-nos a perguntar, legitimamente, às autoridades cabo-verdianas o verdadeiro paradeiro da alegada cidadã guineense.

O Primeiro-ministro de Cabo-Verde a isso não responde, preferindo, ao seu estilo, continuar a ignorar a existência legítima e de fato do governo guineense, quando, se pronuncia na media, em termos intimidatórios, insinuando que a vinda dos agentes da polícia cabo-verdiana em território guineense seria resolvida dentro de dias e que se inscrevia numa simples missão de rotina, para acompanhar uma deportação, como se a Guiné-Bissau fosse terra de ninguém.

O Primeiro-ministro José Maria Neves, para não dar o dito por não dito, por causa das fortíssimas tiradas em que se envolveu contra a Guiné-Bissau, esqueceu-se de mencionar à media, e sobretudo, à RDP, que na última Cimeira da CEDEAO em Abuja esteve a pedinchar às autoridades “golpistas” que libertassem os dois polícias suspeitos. O Primeiro-ministro cabo-verdiano esqueceu-se de dizer que a homóloga cabo-verdiana da autoridade guineense de migração e fronteiras já emitiu um pedido de desculpas formais ao homólogo guineense. Agora só falta ao Primeiro-ministro de Cabo-Verde, e ficava-lhe bem, assumir a elegância e a humildade de pedir desculpas formais ao povo guineense por mais esta afronta, já que das autoridades guineenses nem quer ouvir falar.

É claro que não almejamos que estes dois cidadãos cabo-verdianos tenham a mesma sorte que a alegada e expulsa cidadã guineense, e muito menos, aquela, que normalmente, é reservada pela Polícia cabo-verdiana aos cidadãos guineenses expulsos de Cabo-verde, acorrentados e algemados nas prisões e nos aeroportos cabo-verdianos de regresso ao país.

Muito Obrigado

Bem-haja!

Bissau, 26 de Julho de 2013

Victor Pereira

Um só gene da palmeira-de-óleo explica espessura diferente da casca do fruto

Descodificado o genoma da planta que é a principal fonte de óleo comestível do mundo.

A descodificação do genoma da palmeira-de-óleo, revelada na última edição da revista Nature, permitiu identificar um gene que poderá revelar-se essencial para aumentar o rendimento e aliviar a pressão sobre as florestas tropicais.

A palmeira-de-óleo é cultivada pelos seus frutos, de onde se extrai o óleo de palma, a gordura vegetal mais consumida em todo o mundo. Não só é a principal cultura oleaginosa a nível mundial (33% da produção de óleo vegetal e 45% da produção de óleo comestível), como é a mais produtiva (dá cinco a sete vezes mais óleo do que o amendoim e dez vezes mais do que a soja). 

Para fazer face às crescentes necessidades mundiais de óleo de palma, devido à procura da indústria agro-alimentar e dos biocombustíveis, a área cultivada de palmeiras-de-óleo aumentou consideravelmente nos últimos anos, sobretudo no Sudeste asiático, em detrimento da floresta. A enorme expansão da cultura da palmeira-de-óleo enfrenta um duplo problema de imagem: é acusada de destruir florestas e ameaçar a saúde humana originando produtos prejudiciais ao sistema cardiovascular.

Agora, investigadores do Painel Malaio para o Óleo de Palma (MPOB, na sigla inglesa), uma agência governamental para apoiar este sector agro-industrial da Malásia, o segundo maior produtor mundial depois da Indonésia, apresentaram dois artigos na revista Nature sobre a descodificação do genoma das duas espécies principais que dão o óleo de palma – a palmeira-de-óleo-africana (Elaeis guineensis), também conhecida por palmeira-dendém ou dendezeiro e que é originária da África Ocidental, e a palmeira-de-óleo-americana (Elaeis oleifera), da América latina.

Os investigadores identificaram um único gene – chamado Shell – que determina quão dura é a casca do fruto. Mutações neste gene explicam a existência de três variedades de palmeiras, em função da espessura da casca: o tipo dura, com uma casca espessa, o tipo pisifera, sem casca mas que geralmente não produz fruto, e o tenera, um híbrido dos dois tipos que tem a casca fina.

Na forma tenera, existe uma versão normal do gene Shell e uma versão mutada, uma combinação óptima que se traduz numa produção de óleo por fruto 30% superior ao do tipo dura.

Como as palmeiras-de-óleo tem um ciclo de reprodução muito longo, os agricultores têm de esperar até seis anos para determinar qual dos três tipos de fruto uma planta irá produzir. Na sequência da identificação do gene Shell, o desenvolvimento de um marcador genético permitirá acelerar o processo de selecção das plantas e diminuir as áreas cultivadas.

“Esta descoberta poderá ajudar a conciliar os interesses divergentes entre a crescente procura mundial de óleo alimentar e os biocombustíveis, de um lado, e a preservação da floresta por outro”, considera um dos autores do trabalho, Rajinder Singh, do MPOB.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Guiné-Bissau: Domingos Simões Pereira garante que ambiente no interior do PAIGC não representa responsabilidade histórica do partido

Bissau - O candidato à presidência do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) advertiu que o ambiente que se vive no interior da maior formação política do país não representa a responsabilidade histórica que lhe é incumbida.

No âmbito de um encontro, em Bissau, com os núcleos dos seus apoiantes e as suas representações no interior do país, esta quarta-feira, 24 de Julho, Domingos Simões Pereira referiu que já é hora do partido regularizar a sua situação interna, passando pela realização do seu VIII Congresso Ordinário.

«Já é hora de marcarmos um encontro em Cacheu, discutirmos os nossos problemas. Depois disso, informar os guineenses que encontrámos a fórmula de resolver os nossos problemas», disse.

Neste sentido, o ex-secretário Executivo da CPLP definiu esta fórmula, na verdade e justiça, para a união do partido e enfrentar novos desafios.

Por outro lado, S disse que falar do PAIGC é falar de todos guineenses, justificando que qualquer problema desta formação política afecta a todos. «Se existem problemas no partido é porque temos de ter também a solução deste problema», referiu.

Durante o encontro, Simões Pereira denunciou que um alto responsável político na Guiné-Bissau afirmou à comunidade muçulmana que abraçar o seu projecto é dividir esta comunidade. Segundo Pereira, isto aconteceu na altura em que um grupo de pessoas decidiu ingressar na sua iniciativa, tendo informado que não há divisão de confecções religiosas no partido.

Em termo de perspectivas futuras, o candidato do PAIGC garantiu, mais uma vez, ter um projecto viável para o desenvolvimento da Guiné-Bissau, apelando à comissão de veteranos do partido para ceder-lhe a oportunidade de dirigir os destinos do país.

A terminar, o candidato à liderança do PAIGC pediu calma aos seus apoiantes, garantido melhores condições aos antigos combatentes de liberdade da pátria.

Manuel Serifo Nhamajo, presidente da Guné - Bissau, preside o Conselho de Ministros alargado

Bissau – O Presidente da República, Manuel Serifo Nhamajo presidiu no dia 23 de Julho de 2013, a  reunião do Conselho de Ministros alargada aos representantes da Comunidade Internacional na Guiné-Bissau.

São momentos raros, mas que acontecem quando as circunstâncias o exigem e em função da importância de assuntos a abordar nesse fórum governamental. Não é para menos, o caso da Comissão Técnica Nacional de Planeamento e Coordenação Estratégica (CNPC), apresentada neste Conselho de Ministros aos parceiros de cooperação.

Serifo Nhamajo atribui muita importância à essa comissão e por isso disse aos jornalistas à saída que, “vim dar força à criação de uma Comissão Técnica Nacional de Planeamento e Coordenação Estratégica (CNPC), que pretendemos que seja uma Comissão que vai pilotar os projetos a curto, médio e a longo prazo, tudo no sentido de procurarmos vias que criem melhores condições de vida às nossas populações e permitir dotar o país, de uma estabilidade desejável”.

Serifo Nhamajo adiantou ainda que, “pretendemos que a transição não termine com a tomada de posse de novos eleitos a 31 de Dezembro próximo, mas que continue com esta dinâmica de inclusão e de debate de ideias e que, consiga lançar as bases necessárias para que o Governo que sair das eleições, possa ter algo preparado para moldar a sua estratégia, por forma a poder continuar com os progressos da estabilização do país”.

Participaram no Conselho de Ministros, os Embaixadores acreditados na Guiné-Bissau e representantes de Organismos internacionais residentes no país, como forma de poderem contribuir com as suas expertises no enriquecimento do projeto.

A Comissão irá funcionar sob tutela do Primeiro-ministro e integrará todos os ministérios e técnicos de vários departamentos, terá como tarefa, apresentar uma proposta de apoios de emergência que suportarão até 31 de Dezembro próximo, os setores considerados prioritários, sejam eles saúde, educação e segurança alimentar.

A tarefa é aberta a todos os parceiros internacionais, sendo até aqui confirmadas as disponibilidades do PNUD e da CEDEAO em trabalhar no melhoramento do projeto que posteriormente será submetido aos parceiros internacionais para financiamento.

A mesma Comissão voltará ao trabalho a partir de Fevereiro próximo, para preparar uma mesa redonda que perspetive os aspetos económicos sustentáveis do país.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Reflexao : 23/7/2013


Ma i ten kussas di guine ku alguin kata bim pudi nguli pa...
Fffoooggooo...!!!

Bo kontan de..ke liga guineense de direitos humano i partido politico ou ke??

Sinceramente ami nkata ntindi se tarbadju..! kim propi kuta paga elis pa fassi ke ku eta fassi..???

Pabia i stan suma e ta kudji nan casos di finka pe parel....
no jornalista milocas(fidju di gb) pirdi na angola te aos... lgdh ka fassi nenhuma pressao internacional pa sibi di caso...(si e ki e tchiga nan di papia del propi)...paka bim fala di utrus casos ku tudo mundo sibi del...na ki bissau di bom mintida la..!!
 
Policias cabriano fitchadu na bissau menos de 24h e lanta ena bel beli.. toca latas.. te aos....exibi gravatas marlotado na midia..busca odjada...enquanto propi guberno di cabo verde na fala kilas sta na tratadu drito.
 
Dipus nunca alguin odja bos na da entrevista na tabanca…nos tan limarias ku sta na ki lado?? ... Humanos i so na bissau??
 
Kal dia ku bona bai buruntuma, kanlengue, olossato, tchugue, salquenhe,dutato, etc...pa bo falanu di diritu humano di mininus ku ta dadu kassamenti forsadu tudo dia,botado fanadu, kilis kuna muri pa abuso domestico, utrus pabia di fomi...kilis ku se papes ta fassi elis sirbi di mindjer....bo sibil na ki bissau bo kala kel na mukur mukur..pabia i bo amigos...

So sinta fassi relatorio di kafumban na baiana…
Ora demblas pa...bo rispita bo kabessa pa bo rispitado omi...!
Ami me i assin...kil ku mpensa nta papial..mbes di nguardal na korson...
Aos es i nha opinion sobre bos, dia ku bo muda manera(pa bem)...nta muda nha opinion...

por: Anizio Indami