O
Governo pretende associar o financiamento das universidades e institutos politécnicos
aos resultados dos alunos e à produção de conhecimento, segundo o documento
hoje apresentado para a reorganização do Ensino Superior.
O Governo quer que o novo modelo de
financiamento do ensino superior público, cuja proposta, ainda com muitas
questões em aberto e em discussão pública, seja integrada, "numa forma
ainda incompleta", no Orçamento do Estado para 2015.
O objetivo foi adiantado pelo
secretário de Estado do Ensino Superior, José Ferreira Gomes, a quem coube
hoje, numa conferência de imprensa no Palácio das Laranjeiras, em Lisboa,
apresentar as linhas de orientação estratégica para o ensino superior, e onde
também esteve presente o ministro da Educação Nuno Crato, e a secretária de
Estado da Ciência, Leonor Parreira.
O Governo pretende associar o
financiamento das universidades e institutos politécnicos aos resultados dos
alunos e à produção de conhecimento, segundo o documento hoje apresentado para
a reorganização do Ensino Superior.
" (...) Será proposto um novo
modelo de financiamento baseado na contratualização com cada instituição da
oferta educativa necessária para dar resposta às expetativas dos estudantes e
da sociedade. Fixados os objetivos quantitativos, serão considerados fatores de
qualidade sempre que existam indicadores auditáveis e compreensíveis, que serão
desenvolvidos em cooperação com as próprias instituições", lê-se num
documento distribuído no final da conferência de imprensa.
No entanto, não foi concretizado
qualquer dos critérios ou indicadores pelos quais se pretende avaliar a qualidade
do trabalho produzido pelas universidades e politécnicos, e que passam a ser um
fator de ponderação para as verbas a ser transferidas pelo Estado.
Esses critérios e indicadores estão
ainda a ser estudados e trabalhados com as universidades e politécnicos, a quem
já foram solicitados contributos, adiantou o secretário de Estado.
No entanto, tendo em conta as
linhas de orientação apresentadas, indicadores como a produção de artigos
científicos, ou o registo de patentes, podem ser alguns dos critérios a definir
o financiamento dado a cada instituição de ensino superior.
O novo modelo não deixará, ainda
assim, de ter em conta o número de alunos matriculados nas instituições, com o
financiamento a ter por base a procura dos cursos e o seu ajustamento "às
necessidades previsíveis".
José Ferreira Gomes disse que com
esta proposta se pretende discutir e trabalhar num modelo de financiamento
"que possa ajustar-se melhor às condições de hoje", e que integre
fatores de qualidade e de aprendizagem dos estudantes.
Questionado sobre o porquê de a
atual fórmula de financiamento do ensino superior -- que já prevê "uma
lista de itens" para avaliar a qualidade do trabalho das universidades --
não estar a ser aplicada na sua totalidade, José Ferreira Gomes não soube
explicar porquê, nem conseguiu comprometer-se com a aplicação futura da
fórmula, ainda em projeto, que hoje apresentou.
"Não dou garantias sobre o
futuro", disse.
//Lusa
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