Por, Augusto Tchuda
O ressuscitar de expectativas coincide com o fim de
uma etapa e início de outra. A etapa que se encerra, ficou marcada pela
controvérsia situação político militar incontestavelmente difícil, tanto no
aspecto diplomático como no económico, na medida em que a Comunidade
Internacional, na tentativa de colocar um ponto final em cíclicas crises de
mesma natureza, de motivações bem identificadas, manteve o País no isolamento
durante dois anos e meses somados, salvo erro dois, tendo o povo consumido a
amarga consequência de uma causa, se é perdida ou é justa, ao tempo cabe
julgar.
Volvidos dois anos de transição, o País finalmente
vai reencontrar as amizades outrora perturbadas por uma causa, vai tentar
reconquistar o seu lugar no convívio das nações, vai puder tranquilamente
traçar o novo percurso que preveja caminhos sem espinhas, mas tudo isso será
possível, se de facto for civilizada atitude dos homens, enfim ter em conta que
um País prospero não se faz apenas com uma ou duas pessoas, um Partido e ou uma
tribo. Portanto, por mais poderosa que possa ser o Primeiro-ministro, o
Presidente da Republica, não terão sucessos se a unidade não funcionar sobre a
fórmula traçada por Amílcar Cabral. Porque na realidade, ninguém é panaceia. A
utopia, a demagogia e o nepotismo não fazem parte de padrões da democracia. Ela
requer homens com preparação, capacitados e abertos ao diálogo, tolerantes e
com sentido de estado, gestores e responsáveis dos seus actos. Sobretudo, a
democracia funciona com a justiça.
Na verdade ninguém poderá ser uma panaceia, quando
se lê na cara dos cidadãos imensos problemas sociais e estruturais, num País
maltratado em todos os sentidos, adiado pelo machismo, autocracia e arrogância.
O comportamento dos homens deve-se mudar, adaptado ao contexto e a realidade do
mundo globalizado, aí está o verdadeiro sentido da palavra mudança. Mudar a
forma de encarar a nação, o interesse pessoal do colectivo, as diferenças que
nos marcam na modesta sociedade, sobretudo como encarar as instituições do
estado. Não basta mudar a pessoa, para se vangloriar.
O mundo espera de nós a impressão de nova dinâmica
que acelere a marcha, porque o País necessita andar lado a lado com aqueles que
lhe são amigos e colegas de infância. A infância que até aqui marca o nosso
quotidiano, apesar de umas quarentenas de anos a viver na penúria na miséria,
no narcotráfico e em práticas maléficas impróprias de uma nação que se deseja
una e tranquila.
Ai vem mais uma maratona de quatro anos, com uma
cara nova e bem fresca a frente dos destinos dos Guineenses. As capacidades não
lhe faltam, aliás, até já deu provas do saber fazer, o resto é lá com ele e
como cuidar-se das sanguessugas, preguiçosos mentais que apenas prestam serviço
de parasitismo, com o fito de encontrar sobrevivência e assegurar o estatuto de
“Djintons de Bissau”.
Nota: Os artigos assinados por amigos, colaboradores ou outros não vinculam a IBD, necessariamente, às opiniões neles expressas.
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