A Polícia da Guiné-Bissau denunciou hoje casos de
furto de gasóleo na central elétrica da capital, que diz estarem a causar
"graves prejuízos" ao Estado e aos habitantes que ficam privados de
energia elétrica e água potável.
A denúncia foi feita pelo tenente-coronel Dr. Samuel
Fernandes, porta-voz do Ministério da Administração Interna, numa conferência
de imprensa destinada a explicar uma situação de furto que terá ocorrido no
passado dia 09.
De acordo com aquele responsável, o furto de gasóleo
na central elétrica remonta a 2006, "envolvendo os próprios funcionários
da EAGB (Empresa de Eletricidade e Águas da Guiné-Bissau) ", que diz serem
"cúmplices e alguns deles recorrentes".
O porta-voz do Ministério da Administração Interna
afirmou que a polícia, que tem elementos de vigia na central, já sugeriu à
empresa que reforce as medidas de segurança no local "há muito tempo, mas
nada foi feito" até hoje.
"O gasóleo é furtado há muito tempo, o que
causa graves prejuízos ao Estado e deixa os citadinos sem energia elétrica e
sem água potável", dado que é necessário eletricidade para a bombear,
sublinhou.
Segundo tenente-coronel
Dr. Samuel Fernandes, vai haver um reforço do patrulhamento da polícia no
perímetro de acesso à central elétrica de Bissau.
Na mesma conferência de imprensa, o porta-voz da
polícia guineense apresentou aos jornalistas um conjunto de "materiais
pertencentes ao Estado" que teriam sido desviados em proveito próprio.
Para ilustrar aquilo que diz ser "um ato
vergonhoso", tenente-coronel Dr. Samuel
Fernandes apresentou um gerador elétrico (60 kVA de capacidade) que teria
sido retirado de um Ministério "por um responsável", para uso
pessoal, além de outros equipamentos.
Os equipamentos "furtados" foram
confiscados pela polícia que logo que tenha concluído as averiguações irá
entregar o caso ao Ministério Público, precisou.
O porta-voz da polícia guineense apresentou hoje
também o caso de um comissário da
polícia da zona leste do país (regiões de Gabu e Bafatá) que teria vendido
no mercado de Bafatá um conjunto de géneros alimentícios destinados aos agentes
das duas corporações.
Arroz, farinha, óleo alimentar, tomate em polpa,
entre outros, foram descobertos no mercado de Bafatá pelos agentes da polícia
que os confiscaram, disse tenente-coronel
Dr. Samuel Fernandes, adiantando que o comissário está sob alçada
disciplinar.
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