quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Por ocasião dos quarenta e um anos da proclamação da independência da república da Guiné-Bissau...


Por, Fernando Casimiro (Didinho)

Parabéns Guiné-Bissau; parabéns guineenses!

Escolhi alguns textos que escrevi entre 2003 e 2011 por ocasião da celebração do dia da Proclamação da Independência Nacional da Guiné-Bissau, Minha Terra/Meu umbigo, para voltar a partilhar convosco (meus queridos leitores e seguidores) independentemente da interpretação e posicionamento de cada um...

Algo novo que trago hoje à vossa consideração é sobre o termo UNILATERAL com que se tem apresentado o registo da data Histórica da Proclamação da nossa Independência. Acho que deveria deixar de acompanhar a referência a uma PROCLAMAÇÃO digna do termo, fundamentada pelas evidências no terreno e tão importante para o nosso país, quiçá, para o nosso povo, e que desde o seu acto, marca de forma exclusiva/única, a celebração oficial do dia da Guiné-Bissau, em todo o Mundo, quer para os guineenses, quer para os amigos da Guiné-Bissau e, ainda, nos diversos organismos dos quais fazemos parte como Estado-Membro!

Não celebramos o dia 10 de Setembro, dia do reconhecimento oficial por parte de Portugal (10.09.1974) relativamente à nossa Independência, proclamada a 24 de Setembro de 1973 e reconhecida dias depois, por mais de oito dezenas de Estados-Membros da Organização das Nações Unidas, reconhecimento esse, que passou desde então a colocar Portugal como um Estado invasor de outro Estado, a República da Guiné-Bissau.

Não celebramos o 10 de Setembro, porquanto, não ter sido uma data nossa, ou seja, não foi proposta ou estabelecida pelo Partido Libertador, que solenemente Proclamou a nossa Independência.

A Proclamação da nossa Independência a 24 de Setembro de 1973 simboliza a VITÓRIA incontestável do nosso povo, de armas na mão, obrigado que foi a isso pelo regime colonial português, através de um processo cultural, como o classificou Amilcar Cabral, pai das Independências da Guiné-Bissau e Cabo-Verde.

A Guiné-Bissau não obteve a sua Independência através de negociações, ainda que depois da Proclamação da Independência e face ao derrube do regime fascista em Portugal, tenha havido negociações para os arranjos da "descolonização".

A Guiné-Bissau OBTEVE a sua INDEPENDÊNCIA do regime colonial português, com SANGUE, SUOR e LÁGRIMAS, através de um processo libertador vitorioso, e contagiante quer para Portugal, quer para as demais colónias portuguesas.

Não devemos continuar a aceitar um "menosprezo" para a data da PROCLAMAÇÃO da nossa INDEPENDÊNCIA, agregando a expressão "UNILATERAL" à PROCLAMAÇÃO da nossa INDEPENDÊNCIA, trazendo à colação um "reconhecimento" que jamais poderia inviabilizar a PROCLAMAÇÃO ocorrida a 24 de Setembro de 1973!

Parabéns e viva a Guiné-Bissau!

Parabéns guineenses!

Honra e Glória a todos os que deram suas vidas para a libertação e pela independência do nosso país, mas também, pela liberdade do nosso povo! Ler mais no projecto Guiné-Bissau contributo

Nota: Os artigos assinados por amigos, colaboradores ou outros não vinculam a IBD, necessariamente, às opiniões neles expressas.

Sem comentários :

Enviar um comentário


COMENTÁRIOS
Atenção: este é um espaço público e moderado. Não forneça os seus dados pessoais (como telefone ou morada) nem utilize linguagem imprópria.