quinta-feira, 20 de novembro de 2014

O primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves, ambiciona ser "porta para África"



O primeiro-ministro de Cabo Verde reafirmou hoje a estratégia de tornar o país numa "porta aberta" para África, pediu mais parcerias público-privadas e apelou a mais investimento estrangeiro no arquipélago.

José Maria Neves discursava hoje à noite na abertura da 18.ª edição da Feira Internacional de Cabo Verde (FIC), onde estão centena e meia de empresas de 18 países, entre eles Portugal, e destacou o facto de o certame deste ano ser o maior de sempre e o primeiro organizado através de uma parceria público-privada.

"A feira está a crescer e Cabo Verde está, gradualmente, a cumprir a sua vocação, a de ponto de encontro, a de uma plataforma de negócios, um «gateway to África». É isto que queremos para Cabo Verde e que, gradualmente, esta feira simbolize um pouco esta ideia", salientou José Maria Neves, já em declarações aos jornalistas.

Para o chefe do executivo cabo-verdiano, em Cabo Verde, é "fundamental" haver, hoje, uma colaboração entre os dois setores, de forma a tornar o país mais competitivo, melhorando o desempenho, gestão, produtividade, competitividade e sofisticação na administração pública, central ou municipal, e nas empresas .

"Tem de haver espaços de articulação e colaboração. Só numa perspetiva mais colaborativa podemos melhorar o ambiente de negócios e subir em termos de competitividade", afirmou, salientando a presença na FIC de empresários, empresas e associações empresariais de três continentes - África, América e Europa.

Presentes este ano na FIC estão várias missões e associações empresariais, como da União Europeia (UE), Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), Portugal, Brasil e Estados Unidos, tendo José Maria Neves salientado ainda a participação de empresas da Macaronésia (Açores, Madeira, Canárias e Cabo Verde).

"Temos de ter a ambição de transformar Cabo Verde e isso implica roturas, reengenharias e novos modelos e paradigmas e tal também passa por uma forte parceria entre os setores público e privado", salientou, dando como exemplo a organização da própria FIC, promovida conjuntamente pelas câmaras de comércio e pelo Governo.

A ideia é, sustentou, "ir mais longe e mais depressa" no desenvolvimento de Cabo Verde e, estando o arquipélago no centro geográfico de um triângulo em pleno oceano Atlântico, pode servir de base para investimentos dos três continentes na costa ocidental africana, em particular, e em África, no geral.

"Somos um país estável, em que as instituições funcionam, em que há um bom ambiente para o investimento. Somos um país que pode tornar-se também um espaço para a realização de negócios", concluiu, aludindo à construção, em curso, do parque tecnológico e do centro internacional de negócios.

Portugal, com 20 empresas, é o país estrangeiro mais representado na 18.ª FIC, o maior evento comercial com dimensão internacional realizado no arquipélago, contando com uma oferta variada de produtos e serviços, que passam pela alimentação, energia, construção, hotelaria, indústria e transportes.

A feira, que encerra domingo, é uma organização da Fundação AIP, através da AIP - Feiras, Congressos e Eventos, em parceria com a FIC, certame que se realiza anualmente e de forma alternada na Cidade da Praia e no Mindelo (ilha de São Vicente).

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