"Isso é uma brincadeira de mau
gosto", disse à Lusa Afonso Dhlakama, líder da Resistência Nacional
Moçambicana (Renamo), maior partido da oposição, a partir da sua aldeia natal
em Mangunde, distrito de Chibabava, centro do pais, de onde acompanhou a
divulgação de resultados.
O Conselho Constitucional validou hoje
os resultados eleitorais, com algumas décimas de diferença da contagem da
Comissão Nacional de Eleições (CNE), e proclamou a vitória da Frelimo, partido
no poder, e do seu candidato presidencial Filipe Nyusi, colocando a Renamo e o
seu líder em segundo lugar e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) e o
seu presidente, Daviz Simango, em terceiro.
A Renamo apresentou duas queixas ao
Conselho Constitucional (CC) moçambicano, alegando numerosas irregularidades,
contra oito do MDM e uma da Frelimo, que foram chumbados pelo órgão, por
inaptidão de petição e improcedente por falta de fundamento legal, tendo
validado a contagem por considerar que as alegadas irregularidades não
influenciaram os resultados finais.
"Experimente (a Frelimo) formar um
Governo, eu vou formar o meu", garantiu o presidente da Renamo.
"Não venham dizer que (Afonso)
Dhlakama dividiu o pais", insistiu o líder da Renamo, considerando que
"a bola está do lado da Frente de Libertação de Moçambique
(Frelimo)", e manifestando-se disposto a uma negociação.
Dhlakama assegurou contudo que os recursos
naturais, nas provincias onde reivindica vitória, vão dar suporte ao seu
Governo, que vai trabalhar nas reformas das instituições publicas nos próximos
cinco anos, até a realização de novas eleições.
"A madeira, carvão mineral, boas
terras e a maior riqueza está no centro do país. A Hidroelectrica de Cahora
Bassa está em Tete, onde ganhei. Os projectos de gás e petroleo estão em Cabo
Delgado, onde ganhámos", afirmou Afonso Dhlakama, questionando onde vai o
novo Governo a formar pela Frelimo buscar dinheiro para o seu funcionamento.
O presidente da Renamo, que prometeu
regressar à capital, Maputo, na primeira semana de janeiro, garantiu que não
vai recorrer à guerra para reclamar os resultados eleitorais, mas reiterou que
não quer ser forçado a confrontações "com provocações da Frelimo".
A Renamo insiste na ameaça de promover
uma campanha de desobediência civil e manifestações, sem recurso à guerra, caso
a Frelimo rejeite a sua exigência de formação de um Governo de Gestão, como
solução para a alegada fraude que ocorreu nas eleições gerais de 15 de outubro.
O partido no poder já reiterou que não
vai "tolerar ameaças" à paz.
//Lusa
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