Nós não temos que ser avaliados por
nenhum Governo, para que, o nosso TRABALHO em prol da Guiné-Bissau seja
reconhecido em função dessa alegada avaliação. O Governo, ou seja, quem
governa, esse sim, deve ser avaliado por todos os cidadãos, porquanto, o
desempenho de uma Governação ao serviço do povo e das populações, ser merecedor
de contrapartidas financeiras e privilégios que são custeados pelo Estado,
ainda que, o Estado da Guiné-Bissau seja "financiado" pela Comunidade
Internacional e Parceiros de Desenvolvimento.
Quando os Governos homenageiam por
razões estratégicas, sobretudo, políticas, sem um planeamento prévio, sem uma
organização estruturada, capaz de traçar e definir critérios para Homenagens de
âmbito Nacional, com alcance às Comunidades da nossa Diáspora, obviamente que,
por mais que se queira reconhecer o mérito dessas iniciativas, a ausência de
informação/esclarecimento, antecipado, sobre os critérios e os requisitos neles
presentes, deixa transparecer tudo menos reconhecimento, propriamente dito.
Homenagear em nome da Guinendadi; em
nome da promoção da Guiné-Bissau pelo mundo fora; e resumir essa homenagem,
maioritariamente a músicos, para mim, é sinónimo de agradecimento pelo apoio
prestado desde sempre, nas campanhas eleitorais, por uma série de músicos,
incluídos nesta homenagem recentemente realizada.
E os nossos Professores; os nossos
Médicos e Enfermeiros;
As nossas "Bideiras"; os
nossos Pescadores; Agricultores e Comerciantes;
É certo que não se pode distinguir e
homenagear todos os cidadãos, mas a maioria do povo guineense não se dedica à
música, como todos sabemos e foram dezenas de músicos homenageados...
E quando se homenageia os vivos, também
deve haver espaço para homenagens póstumas e, alguns dos melhores filhos da
nossa terra, que faleceram neste ano de 2014 deveriam ser homenageados
postumamente.
O Primeiro-Ministro Domingos Simões
Pereira fez questão de sustentar que, «este é o primeiro passo para a mudança
em termos de valorização daqueles que se destacam na sociedade», servindo para
mostrar ao mundo um outro lado da Guiné-Bissau, «que não é só de conflitos».
Se assim fosse, ou seja, valorizar
aqueles que se destacam na sociedade, obviamente não seria o Governo a
escolher/indicar as pessoas ou instituições merecedoras de
reconhecimento/homenagem.
O Governo é suspeito nesta matéria.
Deveriam ser Instituições Públicas, ainda que no exercício de actividades da
Administração Pública tutelada pelo Governo, a organizar a iniciativa, por
sectores de reconhecimento/homenagem pré-estabelecidos, tendo em conta o modelo
organizacional com sustentação dos requisitos dos seleccionáveis/escolhidos e
em função dos critérios estabelecidos.
É por estas e por outras que digo que,
os críticos serão eternamente, inimigos, na óptica dos governantes...
Uma sociedade como a Guineense, que
praticamente tem sido instruída, orientada e motivada no seu percurso de
mudança e evolução, por acções de poucos, mas bons promotores de uma cultura
cidadã recente, cujas abordagens têm ajudado a exercitar a mente das nossas
populações/comunidades, não pode, ela mesma, ignorar, podendo comparar,
princípios e valores, perante conjunturas nacionais, quer políticas, quer
sociais, que hoje, são demonstrativas de um novo ideal, de uma nova forma de
ser cidadão, que, obviamente, não é obra de nenhum acaso, mas fruto da dinâmica
social de diversas acções sustentadas, de pessoas que de facto, se destacam, no
pioneirismo de um processo estruturante de mudança social.
O Governo da Guiné-Bissau deve evitar a
tentação de subestimar, ou humilhar os guineenses que pensam diferente (em
jeito de revanchismo) quando têm que pensar diferente!
O Governo da Guiné-Bissau deve evitar
ter dois pesos e duas medidas quando fala de inclusão.
O Governo da Guiné-Bissau deve respeitar
a "classe" intelectual guineense, e não apenas, os amigos da
sustentação de uma postura conivente, de cumplicidade, nas boas ou nas más
práticas de uma Governação, que se deseja e se recomenda, ao serviço das
populações.
Que fique claro que, criticar ou elogiar
assuntos de Interesse Nacional não é ser, nem estar contra ou a favor de quem
quer que seja. É apenas querer ser participativo na busca de
respostas/soluções, para o país e para todos os guineenses em geral.
Um Bom ano de 2015 para todos!
Nota: Os
artigos assinados por amigos, colaboradores ou outros não vinculam a IBD,
necessariamente, às opiniões neles expressas.
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