A
ministra da Justiça da Guiné-Bissau, Carmelita Pires, considerou hoje que o
país terá que subir nos níveis de respeito pelos direitos humanos, numa altura
em que está prestes a ser sujeito a uma avaliação internacional.
A
Guiné-Bissau vai ser avaliada entre 23 e 27 de Janeiro no exame periódico ao
nível do Alto Comissariado dos Direitos Humanos das Nações Unidas, anunciou a
governante.
Segundo
explicou, a organização vai analisar o cumprimento de uma série de
recomendações deixadas ao país na última avaliação sobre melhoria do quadro
legal, funcionamento das instituições e operacionalidade da Comissão Nacional
dos Direitos Humanos.
No
encontro, a decorrer em Bruxelas, a Guiné-Bissau será representada pelo
Ministério da Justiça, pela Comissão dos Direitos Humanos e por uma organização
não-governamental (ONG) da área.
Carmelita
Pires falava hoje durante a cerimónia de assinatura de um acordo entre o
ministério que tutela e a União Africana (UA).
A
UA entregou às autoridades guineenses 21.500 euros para a realização de
atividades no âmbito da promoção dos Direitos Humanos nas regiões de Gabú
(Leste), Oio (centro), Tombali (Sul) e ilhas Bijagós.
O
acordo para disponibilização da verba foi rubricado pelo representante da UA na
Guiné-Bissau, o santomense Ovídio Pequeno, e por Carmelita Pires, que na
ocasião agradeceu o apoio.
A
governante enalteceu a contribuição da União Africana pelas ajudas que tem
prestado às novas autoridades guineenses com vista à execução de diferentes
ações, particularmente no setor da justiça.
A
coordenadora da Comissão Nacional dos Direitos Humanos na Guiné-Bissau, Aida
Indjai, indicou que a instituição vai utilizar o dinheiro disponibilizado hoje
pela UA para promover inquéritos sobre os direitos humanos nas regiões
abrangidas.
"São
zonas consideradas críticas em termos de violação sistemática dos direitos
humanos", notou Aida Indjai, enumerando o espancamento, o casamento
forçado ou precoce e ainda a mutilação genital feminina como as principais
violações.
Os
inquéritos serão iniciados em fevereiro e os resultados serão anunciados pelo
Governo.
Além
dos inquéritos, a verba destina-se a financiar programas radiofónicos para
sensibilização da população guineense em matéria de administração da justiça,
registos de nascimento e reforço da capacidade da Comissão Nacional dos
Direitos Humanos.
O
representante da UA na Guiné-Bissau destacou hoje que o apoio visa ajudar o
Governo a dar mais atenção aos preceitos e objetivos enunciados na Carta
Africana dos Direitos Humanos.
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