A guerra em
Casamança, no sul do Senegal, que já dura há mais de três décadas, nunca deixou
de ter reflexos importantes na Guiné-Bissau. Os dirigentes políticos e
militares que passaram pelo poder na Guiné-Bissau, sempre tiraram dividendos
políticos da sua influência junto do MFDC e junto do Senegal. O conflito
político militar de 7 de Junho de 1998 foi um exemplo dessas jogadas
geopolíticas dos dirigentes guineenses.
O Senegal sempre suspeitou que alguns
políticos e militares guineenses se envolviam com o movimento separatista de Casamança,
MFDC, mas, oficialmente, nunca se atreveu em apontar o dedo, mesmo quando
certos militares foram acusados, entre 1997 a 1998, de tráfico de armas ao
Movimento, por sinal, causa imediata do conflito político-militar de 1998. Na
altura, Ansumane Mané era Chefe de Estado-maior General das Forças Armadas, que
em consequência da situação, foi suspensa e mais tarde exonerada das suas
funções.
Iniciada a guerra, entre Nino Vieira,
então Presidente da República, e Ansumane Mané, Chefe de Estado-Maior
exonerado, o Líder do Movimento da Frente Democrática de Casamance, Salif
Sadio, justificou assim as razões que levou os seus homens a se envolverem nos
teatros de operação ao lado da junta militar: ” O Senegal havia dito, na
altura, que enviou as suas tropas para Guiné como objectivo de ajudar o então
Presidente “Nino” Vieira a controlar a Junta Militar e para que o Nino Vieira o
ajude depois a controlar as tropas do MFDC. Ora, isto é um convite que nos foi
feito pelo governo senegalês, porquanto não podíamos ficar à espera que nos
venham a atacar em Casamance. Então fomos obrigados a intervir naquele conflito
para circunscrever e limitar a intervenção militar do Senegal no território
guineense”.
Nesta entrevista, Salif Sadio desmente
que nunca foi amigo de Ansumane Mané. “Eu só conheci Mané durante e depois de 7
de Junho de 1998”, ressalvou o líder do Movimento da Frente Democrática de Casamance,
isto contrariamente ao que se dizia na altura, em como eram amigos de longa
data. Sadio lembrou que Ansumane Mané e Nino Vieira os traíram, quando período
antes do conflito, enganaram e prenderam o seu líder Diamancoune, entregando-o
depois ao Senegal.
O líder do MFDC, que durante toda a
entrevista, fez o paralelismo da luta de libertação nacional na Guiné-Bissau
contra o colonialismo português ao conflito em Casamance contra o Senegal,
enumerou um outro motivo que justificou a intervenção do seu movimento no
conflito da Guiné-Bissau:”A segunda razão da nossa intervenção na guerra de 7
de Junho de 1998, na Guiné-Bissau, apesar da traição de Ansumane Mané contra o
nosso Movimento, ao se envolver na detenção do nosso líder, era para salvar os
guineenses e casamancenses, já que, em virtude do conflito no nosso território,
muitos dos nossos concidadãos refugiaram-se para a Guiné-Bissau, claro, junto
aos seus familiares e parentes. O que, enfim, prova, uma vez mais, que somos o
mesmo povo. O grave seria se o Senegal vencesse aquela guerra, é evidente que
iria atacar a nossa população que havia refugiado e que ainda se encontram no
território da Guiné-Bissau”.
Sobre o divisionismo no interior do
Movimento, havendo actualmente várias faccões internas, Salif Sadio, sublinhou
que o MFDC, nascido em 1982, para conquistar a independência de Casamance, não
tem divisão.
O líder do MFDC diz que são estes grupos
que operam na zona fronteira do interior da Guiné-Bissau e que foram aí
instalados por uma certa autoridade militar e política da Guiné-Bissau em
conluio com o Governo senegalês. E são os mesmos grupos que tinham sido
infiltrados na Junta Militar como espiões a mando do Senegal. Enfim, o líder do
MFDC declarou que Casamance nunca foi e nunca será inimigo da Guiné-Bissau.
Mais uma reportagem encomendada pelos gangues da CPLP(angola e fascistas lusos) com o intuito de denegrir a imagem dos nossos militares e políticos considerados inimigos da CPLP. A equipa de reportagem, esqueceu-se de perguntar ao Salif Sadjo, quem fincancia o movimento que lidera? Como é que conseguiu o contacto do Salif? Como é que conseguiu chegar a sua base? Kumba Yala, foi Presidente à custa do sangue derramado em Casamança? Jornalistas de meia tigela corrompidos pela máfia da CPLP.
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