O militar falava no âmbito da segunda
sessão de um ciclo de conferências sobre os desafios estruturais do sector da
justiça na Guiné-Bissau, organizado pelo Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisa (INEP).
Para Daba Na Walna, se o país voltar um
pouco para a história, começar pela independência olhando para forma como as
coisas correram e como a população estava dividida entre os que mandam e os que
não mandam, pode se chegar à conclusão que, “a par da inércia do Estado, a
impunidade explica-se igualmente pela própria cultura”, declarou perante cerca
de uma centena de participantes.
“Temos um problema cultural. E para mim
a impunidade remete-se a isso e encaixa-se à educação. Temos um ensino mau.
Vamos até à décima segunda classe, continuamos analfabetos e não dominamos o
português”, acrescenta.
Neste particular, o Brigadeiro-general
alerta para a necessidade de o português ser encarado para todos como a língua
de acesso à ciência “e quando não a dominamos, não dominados consequentemente a
ciência e esperamos ter um país maravilho, o que segundo o militar não é
possível”.
De acordo com Daba Na Walna, o maior
problema de justiça da sociedade guineense é o problema cultural e cita exemplo
de preconceitos culturais que podem, na sua visão, potenciar a ação dos
criminosos.
Referindo-se aos crimes económicos e
crimes de sangue, Na Walna afirmou ter visto alguém atropelado por um autocarro
por negligência e são os próprios familiares da vítima que se apresentam
perante às autoridades para dizer que a origem da morte tinha a ver com a obra
de um feiticeiro”, insistiu.
No entendimento do militar guineense, o
indivíduo que deve ser punido por ter cometido um crime de forma negligente e a
punição que lhe é aplicável servir para que no futuro não haja a negligência e
chamar a atenção a potenciais criminosos de modo a absterem-se de fazer o
mesmo.
“Mas se o cidadão comum acreditar que
aquilo que aconteceu tem uma explicação transcendental, mandar para prisão o
criminoso não surtirá efeito dissuasor a essa comunidade porque simplesmente os
membros da mesma não acreditam que o indivíduo em causa é o verdadeiro autor do
crime”, assinala. Com Odemocrata
Avelina Andrade É mesmo isso, este senhor e falou e disse!! Este é uma das razões da impunidade na GB. A demasiada crença no oculto
ResponderEliminarA verdade est a dit a em grande parte
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