Terminaram esta quarta-feira (09.09) as
primeiras Jornadas Parlamentares conjuntas dos partidos da oposição em Angola.
Isaías Samakuva, lider da UNITA, pediu "processo criminal e destituição de
José Eduardo dos Santos".
O evento decorreu entre 8 e 9 de
setembro em Luanda e contou com a participação dos partidos da oposição com
assento parlamentar, nomeadamente, a UNITA, CASA-CE, PRS e FNLA.
Várias figuras da sociedade civil,
diplomatas e académicos também marcaram presença e foram convidados a dissertar
sobre temas ligados à atual situação politica e socioeconómica do país, nos
três painéis que completavam o programa de dois dias.
Mas estas primeiras Jornadas
Parlamentares ficaram marcadas com as declarações do líder do principal partido
da oposição, a UNITA.
Isaías Samakuva desafiou os deputados a
darem início a um processo de responsabilização criminal contra José Eduardo
dos Santos, por “crimes de suborno, peculato e corrupção” destacando a “má
gestão do erário público, os escândalos do BESA (Banco Espírito Santos Angola),
o secretismo à volta dos acordos com a China e os efeitos danosos de uma lei
geral de trabalho concebida para defender o patronato e os interesses da
oligarquia”.
O líder da UNITA acredita que estas
sejam “matérias suficientes” para a “destituição do Presidente da República”.
Para Samakuva a “corrupção do Governo de
José Eduardos dos Santos tem empobrecido consideravelmente a vida dos angolanos
e beneficiado um pequeno grupo ligado ao circulo presidencial e do partido, o
MPLA.. As denúncias e os factos são por demais evidentes no país e no
estrangeiro”.
Samakuva terminou o seu discurso dizendo
que “aqueles que vivem do peculato e governam na corrupção são quem deviam
estar na cadeia e não os 15 jovens ativistas”, concluiu o líder do maior
partido da oposição em Angola.
A CASA-CE na voz do seu líder, Abel
Chivukuvuku, disse por seu lado, que Angola se encontra atualmente em “falência
económica devido às politicas implementadas pelo MPLA há 30 anos e que são
desajustadas”.
Chivukuvuku acrescentou que Angola está
“bloqueada ao desenvolvimento e à institucionalização de um sistema democrático
pela vontade de uma só pessoa que não tem convicções democráticas e condiciona
a seu belo prazer todos os parâmetros da vida nacional”.
Oposição unida para derrotar MPLA nas
eleições de 2017?
Chivukuvuku considera ainda que nos
últimos tempos impera no país “a lei do mais forte”, onde o regime amordaça as
populações através de perseguições politicas e detenções arbitrárias no sentido
de desencorajar qualquer contestação ao governo como por exemplo a “invenção de
golpes de Estado e a prisão de jovens”.
Estas primeiras Jornadas Parlamentares
conjuntas pelos partidos da oposição acontecem a dois anos das eleições gerias
de 2017, dando sinais da criação de uma possível plataforma conjunta entre os
partidos da oposição contra o MPLA, partido do Presidente José Eduardo dos
Santos. Com o dw
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