O primeiro-ministro da Guiné-Bissau
Baciro Djá pediu há momentos a sua demissão do cargo numa audiência com o
Presidente da República.
Djá foi informado nesta quarta-feira, 9,
por José Mário Vaz da decisão do Supremo Tribunal de Justiça que considerou
inconstitucional a sua nomeação como primeiro-ministro e, de seguida,
apressou-se a apresentar o pedido de demissão, bem como de todo o Executivo.
Desta forma, o Governo de Djá cai menos
de 48 horas depois da sua posse e dois dias após sido nomeado pelo Presidente
da República.
O acordão do STJ, enquanto Tribunal
Constitucional, 1/2015, a que a VOA teve acesso, foi divulgado na manhã de hoje.
“O colectivo de juizes decidiu julgar
procedente o incidente e, consequentemente, declarar a inconstitucionalidade
formal e material do decreto presidencial número 6/2015, de 20 de Agosto, com
força obrigatória geral – artigo 126, numeros 3 e 4 da Constituição da
República da Guiné-Bissau”, lê-se no acórdão assinado por oito dos 10
juizes-conselheiros em função no STJ, enquanto Tribunal Constitucional.
Com esta decisão, o Presidente da
República terá de voltar a nomear um novo primeiro-ministro, ouvidos os
partidos políticos com assento parlamentar.
Segundo a Constituição, o Chefe do
Governo deve ser indicado pelo partido vencedor das eleições que, neste caso, é
o PAIGC.
Recorde-se que depois de demitir o
Governo de Domingos Simões Pereira, a 12 de Agosto, José Mário Vaz recusou
nomear de novo Simões Pereira para o cargo como proposto pelo PAIGC.
Vaz optou então por convidar Baciro Djá,
terceiro vice-presidente do PAIGC, mas sem o aval do partido fundado por Amícal
Cabral.
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