O Presidente do Partido Africano da
Independência da Guiné e Cabo-Verde (PAIGC) felicitou quarta-feira “a postura de dignidade do
Supremo Tribunal de Justiça” em considerar de Inconstitucional o Decreto
Presidencial que nomeou Baciro Djá como Primeiro-ministro.
“Com esta decisão, o poder judicial
reafirmou a sua independência e restituiu à todos os guineenses a esperança de
ver consolidada no país um verdadeiro Estado de direito democrático
consubstanciado numa clara separação de poderes”, disse o Presidente do PAIGC, Domingos
Simões Pereira, em conferência de imprensa realizada na sede do partido, em Bissau.
Acrescentou que a decisão do Supremo
Tribunal de Justiça representa igualmente um acto de coragem dos venerandos
juízes daquele órgão de soberania dado o contexto político conturbado e
complexo em que foi tomada.
“O poder judicial do nosso país tantas
vezes descredibilizado, fustigado e até vilipendiado vem mostrar-nos que é
capaz de se erguer à altura da esperança do povo. Sentimo-nos pois orgulhosos
da nossa justiça e, mais do que nunca, sentimo-nos o dever de continuarmos a
trabalhar para que o Poder Judicial se afirme como verdadeiros guardiões da
legalidade e se posicione como uma das alavancas fundamentais do Estado de
Direito Democrático”; disse o o Presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira.
Domingos Simões Pereira,afirmou que, do
ponto de vista político, a decisão do poder judicial representa uma vitória
importante para o PAIGC e para democracia.
O PAIGC venceu as eleições legislativas
em Abril de 2014 com maioria absoluta.
“O sufrágio popular foi claro e sem
ambiguidade, o povo guineense decidiu dar a governação ao PAIGC e essa vontade
deve ser respeitada”; refere Simões Pereira.
Domingos Simões Pereira prometeu fazer
de tudo para dar continuidade ao Governo inclusivo, quer dizer que integra as outras forças políticas.
“Os primeiros resultados dessa
governação inclusiva, visíveis aos olhos de todos, não enganam. O país começou
a dar passos firmes rumo ao desenvolvimento. “Terra Ranka”, como simbolicamente
foi denominado o Plano Estratégico e Operacional 2015-2025, foi amplamente
sufragado pelos guineenses e posteriormente pelo conjunto da comunidade
internacional no dia 25 de Março de 2015 em Bruxelas”; explicou Presidente do
PAIGC.
Simões Pereira lamentou o facto do
Presidente da Republica da Guiné-Bissau tem posto em causa o desenvolvimento do
país com a demissão do governo liderado por ele.
Sublinhou que, apesar da angústia que a
decisão de demitir o seu governo causou na população em geral, o PAIGC aceitou
e restringiu os seus actos ao respeito pelas regras basilares que caracterizam
um Estado de direito democrático, isto é, o respeito pela Constituição e pelas
leis.
“O PAIGC entendeu que o Decreto
Presidencial nº 6/2015 que nomeia o Dr. Baciro Dja como Primeiro-Ministro
estava ferido de inconstitucionalidade. consagrando o nosso regime político o
princípio da separação de poderes (executivo, legislativo e judicial), não
compete ao governo, nem tão pouco aos partidos políticos, interpretar as leis,
essa decisão só cabe ao poder judicial”, confirmou Presidente do PAIGC.
Domingos Simões Pereira,disse que,
apesar das peripécias já vividas e que deixaram o país sem governo há quase um
mês com a consequente paralisia do aparelho do Estado e com custos políticos,
económicos e sociais enormes, o PAIGC ainda vai repor as coisas no seu lugar.
“O PAIGC saberá produzir uma solução
para esta crise política. Hoje não existe alternativa ao desígnio da
estabilidade política tão almejada, que não seja devolver ao PAIGC a
responsabilidade de governar”, assegurou.
O Supremo Tribunal de Justiça através de
um plenário de oito Juízes Conselheiros
decidiu declarar inconstitucional o Decreto Presidencial nº 6/2015 que nomeia o
Dr. Baciro Djá como Primeiro-Ministro da República da Guiné-Bissau após quase
um mês que o Presidente José Mário Vaz demitiu o governo liderado por Domingos
Simões Pereira.
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