O crescimento económico é um conjunto da
evolução do país através do seu aumento da capacidade produtiva, da economia,
da produção de bens e serviços do país ou área económica e de nível de
produtividade, volume da sua exportação e pelo aumento do Produto Interno Bruto
(PIB), Produto Nacional Bruto (PNB) e grau de alfabetização, que corresponde a
somatória de bens, produtos e serviços produzidos pelo país durante um
determinado período. Pode-se levar também em consideração que o crescimento da
economia, não necessariamente significa o crescimento económico do país, se em
termo geral, com essa economia não ocorrer um processo sólido de redistribuição
de rendimento, recursos económicos e financeiros, provocando um efeito dominó
em outras áreas como, agricultura, saúde, educação e saneamento básico, não
poderá obviamente haver o crescimento económico, porque não faz sentido. Em
Deczembro de 2015, a Guiné-Bissau foi caracterizado como um dos países mais
pobre do mundo (Ref. ONU, 2015). O crescimento económico também baseia-se no
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), avaliado de zero a um nível mais alto,
é composto pelo PIB pela paridade do poder de compra, a expectativa de vida ao
nascer e o nível de instrução (alfabetização de adultos mais as taxas de
escolarização nos níveis da educação básica).
Por outro lado, quando existe
crescimento económico num país, é quando o rácio de solvabilidade no tesouro
público supera o coeficiente de endividamento. Pelo contrário não há
crescimento económico, porque quanto maior for o índice de solvabilidade, menor
deverá ser o indicador de endividamento. Alto endividamento é quando o país usa
maior capital de terceiros (dívidas). O rácio de solvabilidade é um rácio
financeiro que indica a proporção relativa dos activos financeiros por capitais
próprios. Guiné-Bissau atualmente é um país com alto nível de endividamento.
Nesta condição, o país não consegue investir nos novos projetos, por falta de
liquidez nas finanças públicas e por causa de baixo nível de receitas ou
rendimentos.
Se não houver uma compatibilidade com os
fatores acima referenciados, não podemos afirmar que existe ou houve
crescimento económico na Guiné-Bissau. Devido que o país não dispõe de um
índice razoável de autonomia financeira e o seu balanço de pagamento apresenta
uma maior debilidade financeira. Por isso acho que a declaração do ministro de
economia e finanças não corresponde a realidade de padrão estatístico e
económico da Guiné-Bissau – isto é simplesmente uma especulação e propaganda
política. È uma declaração barata. Porque quanto maior for a especulação dos
dados económicos e financeiros, maior será o desvio de padrão estatístico e
económico do país. O que poderá afastar uma nova perspetiva da nova realidade
relacionada com o setor. Crescimento ecõnomico é quando um país cresce em todos
os setores da economia incluindo principalmente, do avanço tecnológico.
Baseado nesta análise, como é que
podemos afirmar que houve crescimento económico? Se houver crescimento
económico qual foi o seu impacto direto na sociedade guineense, e em que setor?
Qual é o Valor Presente Líquido no tesouro público? Acho que na realidade o
Valor Presente Líquido (VPL) da Guiné-Bissau é negativo. Portanto, actualmente não pode haver o tal crescimento económico, tendo em conta a instabilidade
política e económica que o país enfrenta. Por isso tudo não passa de propaganda
política para justificar a eventual queda do governo. Temos neste momento os
salários dos professores em atraso e estradas em mãs condições. Com esta
situação, o povo a viver na pobreza, onde é que está o crescimento económico?
Quando estamos a referir o crescimento económico é quando se verificam os
seguintes fatores:
- Aumento de produtividade e exportação;
- Alta taxa de transformação estrutural, e crescimento rápido de infras-estruturas;
- Aumento de emprego e salário mínimo e baixo nível de corrupção, o que não se verifica na Guiné-Bissau;
- Eficiência de gestão racional dos recursos económicos e financeiros e qualidade da política fiscal;
- Baixo nível de incerteza e de risco político e aumento da confiança política no país;
- Aumento de investimento pelos empresários nacionais, estrangeiros e nível de vida;
Portanto, o pleno desenvolvimento humano
passa a considerar variáveis relativas ao crescimento econômico nacional
agregadas a progressivas melhorias de indicadores sociais. Estes fatores, não
são visíveis no país.
Conclusão
Não há nenhum crescimento económico
neste período da instabilidade governativa. Para o governo da Guiné-Bissau, é
essencial efetuar um estudo profundo da realidade: política, social, económica
e cultural, e considerar as opiniões dos nossos técnicos ligados a matéria
sensível de interesse publico. A declaração do senhor ministro, apresenta uma ineficiência
na apuramento dos indicadores que refletem a nossa realidade macroeconómica.
Neste contexto, não se deve basear na especulação, mas é imprescindível focar
nas prioridades e soluções para inserção social e na realidade da conjuntura
económica da Guiné-Bissau, em que essas soluções obviamente irão promover o seu
futuro desenvolvimento.
Professor
Adelino Biague Na Dum Londres, 17 de Janeiro de 2016
PhD in Economics, Business and Management &
Financial Risk Management
Nota: Os artigos assinados por amigos, colaboradores ou outros não vinculam a IBD, necessariamente, às opiniões neles expressas.
Carta Aberta Aos Funcionários do Ministério da Economia e Finanças
ResponderEliminarCaros colegas,
No início do Ano Novo, gostaria de renovar os meus melhores votos a todos e agradecer-vos pelo trabalho árduo em 2015. É gratificante trabalhar com profissionais tão comprometidos e eu tenho orgulho em ser o líder desta nossa equipa.
2015 foi um bom ano. Apesar da turbulência política que atingiu o país no meio do ano, fomos capazes de manter o foco no nosso trabalho e de cumprir com as nossas obrigações. E os resultados são encorajadores.
Registou-se a consolidação da retoma económica, com a economia a crescer em torno de 5%. As receitas correntes (dados ainda provisórios) atingiram o nível mais elevado de sempre (83 bilhões contra 61 bilhões em 2014) e os principais critérios modeladores do programa com o FMI foram alcançados. O crescimento das receitas foi acompanhado de uma criteriosa execução orçamental que privilegiou os sectores da educação (16,7 %), saúde (13,3%) e obras públicas (9,9%). Continuámos os esforços de regularização dos atrasados salariais de 2011-2014, sobretudo nos sectores sociais, e estamos prestes a concluir a bancarização de todos os salários dos servidores públicos. Graças ao sucesso da bancarização, alguns bancos comerciais lançaram programas de crédito de curto e médio prazo aos funcionários públicos. Este ano estamos também em condições de anunciar uma data fixa para o pagamento dos salários --- o dia 27 de cada mês.
2015 foi também o ano em que pusemos muito esforço no apoio à campanha de comercialização da castanha de cajú. Em parte graças a políticas fiscais correctas e a medidas administrativas adequadas, o país exportou 178000 toneladas de castanha (136000 toneladas em 2014) a preços vantajosos para os camponeses. Mais de cem mil milhões de francos CFA passaram pelo BCEAO por conta da campanha de comercialização do cajú.
Prosseguimos igualmente com as reformas estruturais. A Comissão para a Reforma Fiscal iniciou os seus trabalhos e lançámos as bases para várias reformas nos domínios da planificação e gestão orçamental, modernização dos serviços do tesouro, introdução da conta única do tesouro e centralização das receitas. Algumas medidas importantes foram tomadas para melhorar a administração fiscal, nomeadamente o recrutamento, por concurso público aberto e transparente, de cerca de 120 quadros, para a Direcção Geral das Contribuições e Impostos e outros Departamentos do Ministério da Economia e Finanças. Estas reformas são importantes para continuarmos a beneficiar da confiança dos nossos principais parceiros de desenvolvimento como o FMI, o Banco Mundial, o Banco Africano de Desenvolvimento, a União Europeia, as Agências das Nações Unidas, a UEMOA, a CEDEAO, bem como os parceiros bilaterais.
ResponderEliminar2015 foi também o ano da Mesa Redonda de Bruxelas. Graças a um trabalho colectivo de elevado nível, a mesa redonda foi um sucesso, com uma promessa sem precedentes de 1,5 mil milhões de dólares para financiar o Plano Estratégico e Operacional Terra Ranka (2015-2020). Instituímos um mecanismo de monitoramento da ajuda pública ao desenvolvimento, incluindo os compromissos da Mesa Redonda, com o apoio de assistência técnica ao Ministério da Economia e Finanças. Em relação aos compromissos da Mesa Redonda, vários acordos de financiamento já foram assinados, designadamente com os seguintes parceiros:
• FIDA (12 milhões de US$ para a agricultura);
• Fundo de Consolidação da Paz das Nações Unidas (10 milhões de US$ para acções de consolidação da paz e de reconciliação nacional);
• Banco Africano de Desenvolvimento (4,5 milhões de UC para a rede de interligação eléctrica no âmbito da OMVG; 13,3 milhões de UC para a rede de distribuição eléctrica da cidade de Bissau; 5 milhões de UC para o Projecto de Apoio à Governação Económica; 4, 2 mil milhões de CFA para apoio orçamental em 2015; e 0,6 milhões US$ para o estudo de viabilidade da barragem de Saltinho);
• Banco Mundial (78 milhões de US$ para a rede de interligação eléctrica da OMVG);
• Banco Oeste Africano de Desenvolvimento (11,6 mil milhões de CFA para a rede de interligação eléctrica da OMVG; 12 mil milhões de CFA para a conclusão da reabilitação das vias urbanas de Bissau);
• Portugal (40 milhões de Euros no âmbito do Quadro Indicativo de Cooperação).
Outros Acordos de Financiamento deverão ser assinados em 2016, nomeadamente com o Banco Islâmico de Desenvolvimento (edificação de um Centro de Formação Profissional, apoio ao sector agrícola), o BADEA (construção da via marginal de Bissau e da rotunda da chapa de Bissau), o Banco Mundial (Apoio orçamental aos sectores da educação e saúde; projecto de transportes e telecomunicações, Turn Around Facility), etc.
Por forma a melhorar o ambiente de negócios e promover o investimento privado, incluindo o investimento directo estrangeiro, iniciámos um trabalho de revisão da legislação sobre a criação de empresas, estabelecemos um roteiro para a melhoria gradual da posição da Guiné-Bissau no Doing Business e um outro para a operacionalização da Agência Guineense de Promoção de Investimentos, adoptámos uma agenda para a introdução do leasing, com o apoio da Sociedade Financeira Internacional (SFI), e começámos a esboçar uma proposta de enquadramento legal e institucional das Parcerias Público-Privadas (PPP). Lançámos igualmente um programa de microcrédito para as mulheres e jovens, através de um Fundo perene constituído com uma dotação inicial de 3m US$.
No domínio da integração regional, 2015 foi o ano em que consolidámos a imagem positiva do país junto da UEMOA e da CEDEAO, passando a Guiné-Bissau a ser citado como modelo em termos de cumprimento das suas obrigações, nomeadamente no pagamento de taxas comunitárias e na regularização dos atrasados acumulados.
ResponderEliminarEm 2016 temos muitos desafios pela frente. Desde logo, a necessidade de melhorar a cadeia de despesas e o funcionamento do Comité de Tesouraria, de modo a exercermos um melhor controlo sobre as despesas. As reformas estruturais devem avançar a um ritmo mais rápido. Com o apoio da Unidade de Coordenação das Reformas, e com base nos diversos trabalhos de assistência técnica em domínios-chave da gestão das finanças públicas, devemos imprimir maior dinâmica às reformas, com vista a institucionalizar processos e procedimentos que estejam alinhados com as melhores práticas internacionais. A reforma fiscal deverá progredir nas suas várias componentes, de entre as quais a criação de condições para a introdução do IVA no OGE 2017. A execução do Programa de Investimento Público (PIP) deverá ser melhorada, particularmente na perspectiva de um aumento do esforço de investimento com recursos internos. Na proposta do OGE 2016 figura uma verba de 10 mil milhões de CFA (cerca de 20m de US$) para investimento com recursos internos (contra 4 mil milhões em 2015).
Em 2016, a Guiné-Bissau acolherá três eventos internacionais importantes para a consolidação da sua imagem e a melhoria da sua atractividade para o investimento: (i) a Conferência Económica Terra Ranka, em Março, para assinalar um ano da Mesa Redonda de Bruxelas; (ii) o Fórum Empresarial China-Países de Língua Portuguesa, no âmbito do Fórum Macau, em Abril; e (iii) a Conferência da Aliança Mundial para o Cajú, em Setembro. Devemos trabalhar com afinco para assegurar que estes eventos sejam coroados de êxito.
Finalmente, convém realçar a importância de continuarmos a ter um programa com o Fundo Monetário Internacional, respeitando os nossos compromissos e reforçando a credibilidade já conquistada na gestão das finanças públicas.
Em 2015 fizemos um esforço, dentro dos limites conhecidos, para melhorar as condições de trabalho dos funcionários no Ministério da Economia e Finanças, particularmente em termos de infra-estruturas, de modo a melhorar a eficiência das nossas acções. Contamos prosseguir esse esforço em 2016.
Desejo a todos um excelente ano.
Geraldo Martins
Ministro da Economia e Finanças
QUANDO OS (BONS) QUADROS/ESPECIALISTAS DESTOAM A FAVOR DA POLITIQUICE...
ResponderEliminarFernando Casimiro (Didinho)
didinhocasimiro@gmail.com
25.09 2014
Fernando Casimiro (Didinho)Muito sinceramente, duas notícias hoje publicadas sobre a Guiné-Bissau, deixaram-me à beira de um ataque de nervos...
Não, não posso acreditar que a demagogia política consiga ser tão cruel, ao ponto de, não só prejudicar o Interesse Nacional, como também, insultar a Inteligência do cidadão guineense, independentemente do estatuto de referência que se quiser levar em conta.
As duas notícias estão relacionadas uma com a outra, bem assim, as Instituições de referência entre elas: O Ministério da Economia e Finanças da Guiné-Bissau, por um lado e, o Fundo Monetário Internacional, por outro.
Não posso acreditar que a Guiné-Bissau tenha contraído um empréstimo de 4,1 milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional http://www.oje.pt/pt/fmi-empresta-4,1-milhoes-a-guine-bissau- num acordo, cujo montante as nossas autoridades se apressaram a anunciar como solução para pagamento de salários, fornecimento de eletricidade e serviço de dívida...
O que é que são 4,1 milhões de euros, de empréstimo, para um país necessitado como a Guiné-Bissau, pelo Fundo Monetário Internacional, quando só a República de Timor-Leste, de ajuda em ajuda, que não empréstimos, doou nos últimos anos milhões de euros à Guiné-Bissau, incluindo, o pagamento de salários à Função Pública guineense...?
O que são 4,1 milhões de euros, de empréstimo, para um país necessitado como a Guiné-Bissau, pelo Fundo Monetário Internacional, quando países da África Ocidental, entre eles a Nigéria, têm desembolsado milhões de euros em dinheiro e materiais de apoio para a Guiné-Bissau?
O que são 4,1 milhões de euros, de empréstimo, para um país necessitado como a Guiné-Bissau, pelo Fundo Monetário Internacional, quando a CEDEAO e a UEMOA têm disponibilizado, como ajuda desinteressada milhões e milhões de euros em dinheiro, em financiamentos de projectos locais e outros, à Guiné-Bissau?!
Porque é que as autoridades da Guiné-Bissau não destacam os apoios recebidos em forma de doações, através de países como Timor Leste, a Nigéria, ou de Organizações como a CEDEAO e a UEMOA, mas fazem questão de salientar um empréstimo cujo montante, para cálculos de utilização de um país, é ridículo...sendo que, não foi dado a conhecer os termos de referência sobre o acordo relativamente às taxas de juro que serão aplicadas pelo empréstimo, que a Guiné-Bissau terá que pagar...
Não, não posso acreditar que, perante tantas ajudas recebidas, "à borlix", nos disponibilizemos ao "colete de forças" do Fundo Monetário Internacional, quando pagar por pagar, poderíamos inclusive, negociar, propor aos países e Organismos que nos têm ajudado sem interesse em retornos/pagamentos pelos favores que nos têm prestado, empréstimos solidários, para lá das suas iniciativas de doação, que assumiríamos a responsabilidade de pagar, ao invés de recorrermos ao Fundo Monetário Internacional que, jamais nos dará 1 cêntimo em forma de doação solidária...
Como é que encaramos a Solidariedade que temos recebido dos nossos verdadeiros amigos, quando, por 4,1 milhões de euros, fazemos do Fundo Monetário Internacional, o "messias" para todos os problemas financeiros da Guiné-Bissau?!
Somos de facto, um povo difícil de perceber...
Não nos admiremos pois, se um dia, os que nos dão muito sem nada pedirem em troca, nos deixarem à mercê de quem pouco nos dá e quando isso acontece, acaba por nos tirar depois, cinco ou seis vezes mais do que nos "emprestou"...
http://www.oje.pt/pt/fmi-empresta-4,1-milhoes-a-guine-bissau-
http://www.noticiasaominuto.com/mundo/281190/guine-bissau-promete-pagar-ate-ao-final-do-ano-salarios-atrasados
Nao Estudaram economia mas sim quimio-marketing!!! Tudo kim ku boka gudo i ta muntrus!
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