
Por, Jornalista João de Barros
Depois de terminado o período da
fratricida guerra de 1998, desde essa época que o país foi sacudido por
diversos conflitos político-militares, salpicados com golpes de Estado militar
e matanças indiscriminadas. O último golpe militar ocorreu no 12 de Abril de
2012, tendo os militares golpistas sido sancionados a nível internacional. Dois
anos depois do golpe, a comunidade internacional disponibilizou-se a financiar
novas eleições gerais. Alguns partidos tinham direções caducas e realizaram
congressos eletivos para legitimar os seus novos representantes, como manda a
lei, rumo às eleições legislativas.
O PAIGC, partido que libertou a nação do
jugo colonial, organizou o seu congresso na terra que foi, no passado, o
principal centro de negócios de escravos de toda a África.
O congresso, que se previa durar três
dias, prolongou-se por duas semanas, com cenas de narração indescritíveis,
muito dinheiro a circular entre aglomerados de congressistas, todo o dia e toda
a noite até ao amanhecer. A votação não foi electrónica, mas usou-se outro
invento tecnológico, o telemóvel! Depois, foi a guerra dos telemóveis. Desliga!
Não desligo!
Apesar de tudo, os congressistas
conseguiram eleger o presidente do partido.
O evento eletivo ficou denominado de
Congresso de Cacheu. De regresso à capital e ainda aquela reunião magna não
tinha acabado, já havia troca de acusações que se mantiveram até ao presente.
Entretanto havia ainda tarefas
importantes por concluir, destinadas a definir todo o processo eleitoral que se
avizinhava rumo às eleições gerais.

Chegou, então, a hora de escolher os
deputados da nação. Os vencidos ficaram com 16 deputados eleitos. Entre os
deputados da ala vencedora foram privilegiados alguns delfins com contas na
justiça, com o objetivo de beneficiarem de imunidade no campo judicial como
representantes do povo.
Na escolha do candidato à Presidência da
República, o presidente do partido mais votado tinha preferência por outra
figura fora da sua área partidária e foi desarmado por uma coesão dos “in
memoriam”.
A escolha desse candidato presidencial
não foi tarefa fácil, prolongando-se por dezenas de horas até ser encontrado o
candidato, já raiava o sol do dia seguinte.
Os libertadores venceram as eleições
gerais com maioria absoluta somando 57 deputados, tendo o seu candidato às presidenciais
saído vencedor com mais de 60 por cento.
Após os deputados terem tomado posse, o
Presidente da República foi empossado e, posteriormente, o Governo assumiu
funções.
Na sequência da retoma da normalidade
constitucional, a comunidade internacional brindou a Guiné-Bissau numa
mesa-redonda de doadores que resultou numa oferta de um bilião e quinhentos mil
USD.
Entretanto, antes e depois da
mesa-redonda, uma espécie de djirus di praça, com muita experiência de vivência
de saques financeiros e patrimoniais do Estado, montaram uma quadrilha com um
código genético identificativo, decidindo assaltar as finanças públicas e tudo
que havia para roubar e sacar.
Formado que foi o grupo de bons
malandros da nossa praça, fazendo-se passar por doutores, economistas e
engenheiros que nunca provaram o domínio das suas reclamadas académicas e
profissões, porque nunca se notabilizaram em nada na vida, para além da
refinada trapaça burlesca, amantes de meninas de programa, viagens, Rubanes,
Dakar e Nova Iorque…. Terrenos e casas ampagai.
Os bons malandros de Bissau mamaram logo
as primeiras remessas vindas da mesa-redonda, criando uma certa robustez para
os próximos crimes, com reuniões e encontros de luxúria e orgia sexuais. Histórias
desta quadrilha de bons malandros de Bissau, quase se confundem com a história
da Guiné-Bissau e dos seus sucessivos fracassos. Pretendiam montar uma ação
golpista nunca antes imaginada, com lucros suficientes para divisão entre todos
os membros da quadrilha. Esta oportunidade criminosa, de lesa-pátria, seria o
golpe maior da vida deles. O último golpe, pois não precisavam de roubar mais.
A partir daí, passariam a dominar a sociedade numa espécie brutal de ditadura
de luvas sangrentas.
Mas, depois de alguns saques no Tesouro
Público, com algum sucesso, deixaram os cofres vazios e tentaram, a seguir, um
audacioso golpe, que lhes tiraria da vida do crime e se transformavam em
ditadores endinheirados. E quem quisesse sobreviver teria de vergar,
obrigatoriamente, perante o reino da quadrilha.
A meio do percurso, O Banco Mundial e o
FMI manifestaram grande preocupação sobre a deriva das finanças públicas.
Mas eis que, do alto do Palácio da
República, alguém gritou: “Aqui-d’el-rei”, parem com corrupção e nepotismo, e
perguntava-se do paradeiro de 160 milhões de dólares.
Começou a grande batalha contra o rei,
loucura da quadrilha atingiu o clímax, com dinheiro roubado e algum que veio
das instituições internacionais, foram aos tribunais e perderam, corrompendo
advogados e juristas, jornalistas, comentadores, músicos, intelectuais,
escritores e poetas, UE-PAN, Casa dos Direitos Humanos, sociedade civil, ONG,
RTP África, RDP África, RFI, Voz da América, todas as rádios e jornais,
correspondentes internacionais, figuras emblemáticos da comunicação social do
tempo do partido único com muita experiência na manipulação da opinião na
ditadura, todos a bombear a favor da quadrilha.
Criaram associações de todo o género e
feitio. Organizaram conferências, dividiram a classe empresarial, os partidos
políticos, expulsaram altos dirigentes do partido, afastaram deputados da nação
considerados indesejáveis e sobreviventes do Congresso de Cacheu, utilizando a
máxima de dividir para reinar…com o uso de muito dinheiro, claro!…
No entanto, ficámos a aprender algo com
esta crise: a má, desleal e suja propaganda, excessiva e tóxica, satura no
ouvido do povo, produzindo efeitos contrários junto das massas. Foi o que
aconteceu com a quadrilha de bons malandros de Bissau!
Esta quadrilha exibiu, nesta crise, uma
enfadonha malcriadez; usaram e abusaram de insultos, a violência, ameaças
contra tudo e contra todos; vandalizaram instituições da República e fecharam,
de forma abusiva e obstinada, as portas da Assembleia Nacional Popular. Um ato
de puro terrorismo político.
Lá do alto do Palácio sai, um decreto!
Foi o fim da macacada, foi o princípio do fim o fim da quadrilha, que prometeu
remover a Guiné-Bissau do seu lugar ao declarar guerra civil total e a morte do
rei.
Tentaram comprar a consciência dos
militares e fracassaram nesse intento. Ao mesmo tempo, o povo e os militantes
começaram a desmobilizar-se das arruaçadas na Praça dos Heróis Nacionais.
Mas o rei resiste e, sabendo dos
desmandos da quadrilha e do crime que planeavam contra o tesouro público, tira
o segundo decreto e zás… a demissão do cota consumava-se!

Esta foi o fim, de vez, da macacada,
macacões e macaquinhas.
Uma das características intrínsecas da
quadrilha é a violência verbal, inaudita, nunca antes praticada ao longo dos 22
anos de democracia. Ameaças e tentativas de atos criminosos públicos,
prometendo um novo 7 de junho. A quadrilha de bons malandros de Bissau sofre de
amnésia aguda, esquecendo-se que sofreu há 18 anos de uma estrondosa derrota
militar no conflito de triste memória, “ 7 de junho de 1998”.
A quadrilha mandou o seu exército
avançar para a destruição do palácio da República, convencida de que tinham
agentes fardados suficientes para o efeito, apesar da estranha tolerância das
forças da ordem pública de mais de 30 minutos, em que tentaram invadir e
incendiar o palácio; tok é unhi bunda. Depois, irromperam pela Praça dos Heróis
Nacionais as gloriosas forças armadas que distribuíram umas pancadinhas no
“exército dos libertadores”, que abandonou a manifestação e foi refugiar-se na
sede do partido, onde o coronel proclamou: a Guiné-Bissau, a partir de hoje,
terá dois Presidentes da República e dois primeiros-ministros.
Mas ku foronta qui é passa na mon di tropa, é
curi, é fussi é enrea porta principal da sede do p-a-i, é camba quintal de
sede i é bai ocupa ou refugia palácio di
governo ainda ku curpo kinti.
Cuma é na sai na palácio de Governo só
hora que rei riba trás…
Ao fim de 15 dias, cansados, esfomeados
e isolados, sem o esperado apoio popular, saíram pacificamente depois de uma
encenação de mediação que nunca existiu, pois uma mediação pressupõe a
existência de dois contendores à mesa de umas negociações.
É o fim triste de todos aqueles que
tentam banalizar este país, não respeitando as instituições da República e
prejudicando fortemente a imagem do Estado.
Moral de toda esta história da quadrilha
de os bons malandros de Bissau: o país perdeu mais de 200 milhões de euros suma
mon di sal na água, num espaço de cerca de dois anos em que, infelizmente, com
o ensino parado e hospitais sem condições de funcionar e vazio de pacientes.
Entretanto neste espaço de tempo registou-se mais a pobreza colectiva, para
além da famigerada expressão “dinheru cá tém”!
O momento, é de ponderação, e, cada um
que assuma as suas responsabilidades, sem se esconder atrás da moldura humana,
retóricas inúteis ou manobras dilatórias inconsequentes!
Mas quando iremos ter noções das coisas e da própria democracia? Esta crónica de bons maladros de bissau deixou bem patente aquilo que eram as intensões deles, só que essa ideia foi descoberto a tempo de não poder assumir proporção ainda maior. Parabéns aos...
ResponderEliminarObrigado irmão, sei que dói quando a ferida(TCHAGA NA FEDI) é tocada, até quando é que haverá alguém para parar esta maratona de mama tacu sem que seja responsabilizado? Quando é que Nhu Samba, Nhu Womba, Nhu Demba ou Nhu Djoquin é na reconhecido como TAMBEM, filhos deste país? Esses se roubarem uma VACA a comunicação social, OS RESPONSAVEIS REGIONAIS COMEÇAM a tocar DJANBADON nas suas cabças, enquanto que os ditos bons malamdros desviam BBBBBBLLLLoes e ninguém pia, será que é essa sociedade que o AMILCAR queria? Pergunto onde esta o Ministério Publico? Sera que esse dito Ministerio também existe no país e será que ele pode atuar para esses que VENDEM DROGA, DESVIAM FUNDOS, COMPRAM TUDO MAIS TUDO e ninguém fala....Obriga Nhu João. publica os artigos do teu jornal para que a diáspora deixe de ler PANFLETOS de três linhas com insultos
ResponderEliminarCamilo Baldé
Pobre espirito de um guineense
ResponderEliminarA verdade na guiné Bissau. Bem na sua maioria dos guineenses, só questionam ou bem levantam falsas acusações quando os seus interesses estiver em jogo , ou deixarem de fazer parte da equipa, pelos vistos. Estamos perante um total ausência dos princípios dos valores básico do ponto de vista nacional, a humildade, a honestidades e muito menos a imparcialidade, visão face ao gestão de coisas publicas , repare! as pessoas não fazem nada, se não, defender os tachos, família, tribalismo regionalismo etc.. e aonde esta os interesses do país? a defesa na implementação dos projetos ambiciosos para o desenvolvimento nacional?
Falar dos bons MALANDROS da Guiné Bissau , os que cometeram crimes públicos , lesando sobre maneira os interesses do nosso povo, e por que não, começar, pelo catual PRESIDENTE da REPUBLICA , JOMAV, com processo congelado na Procuradoria Geral Republica. Quero dizer de que estamos perante um Tigre, disfarçado com pele de Carneiro. Com certeza , vamos ter há oportunidade de o conhecer mais adiante, e os seus comparsas, como se diz o tempo é o melhor tribunal para uma justiça divina. Na realidade ainda estamos muito longe de toda verdade, e quem são os verdade vigaristas da praça de Bissau.
O autor do texto, “ Crónica de bons malandros de Bissau” só veio confirmar o que a pessoa leva no peito, e na cabeça em contra o povo Guineense , e os governo destituído do DSP ou PAIGC. Pensamos o povo da guiné Bissau, num contesto coletivo e nacional.
Figuram três nomes como potênciais candidatos ao cargo do Primeiro-ministro do futuro Governo de consenso nacional da Guine Bissau no sentido de levar avante as reformas espelhadas no acordo de Conacri. Entretanto, as rixas pelo poder persistem e ninguém quer ceder ou melhor, ninguém quer esperar o amanha, todos dizem agora ou nunca.
ResponderEliminarMuitos querem pintar responsabilidade ao Sr. Presidente da República ocultando as verdadeiras demagogias orquestradas por volta deste bloqueio. Se não vejamos, quem disse que não os políticos egoístas e inimigos do povo que estão boicotar o progresso que o povo tem direito?
Em várias ocasiões tentaram criar ambiente para que haja os motivos para o golpe de estado mais não tiveram sucesso. Por isso em nome de paz e desenvolvimento que tanto este povo mártir merece, eu, Doka Internacional, aviso a todas forças vivas da nação para que se abstêm de qualquer método ante democrático para chegada ao poder.
Quem tentar por via não legal vai assumir consequência desastrosas porque o País não vai entrar na história dos países como: Iraque, Tunísia, Líbia e Síria que até agora estão a ferro e fogo. Quem ganhou com isso nestes países pergunto? Ninguém vai participar numa marcha que possa trazer guerra civil com consequências devastadoras ao País.