O Presidente da República, José Mário
Vaz defendeu esta quarta-feira, 25 de maio 2017, que ‘não deve haver uma
justiça a duas velocidades, uma para os ricos e outra para os pobres, em que os
mais influentes na sociedade dizem sempre perseguidas politicamente e outra
justiça em que os mais fracos se sentem marginalizados’.
O Chefe de Estado falava na cerimónia da
tomada de posse do Presidente e do Vice-Presidente do Supremo Tribunal de
Justiça (STJ), Paulo Sanhá e Rui Nene, respectivamente. O evento decorreu nas
instalações do Palácio de Justiça, contando com a presença do Ministro de
Justiça, Rui Sanhá e de outras individualidades.
José Mário Vaz disse no seu discurso que
é ingénuo pensar que todos os males do país são exclusivos do poder judicial,
tendo assegurado que o “problema do sector judicial, não é mais de que um
espelho que reflete as qualidades e virtudes, como também os vícios e
defeitos”. No entanto, afiançou que é a própria instituição da justiça que deve
ser o primeiro a garantir o cumprimento da sua decisão, sob pena de contribuir
pelo seu descredito.
“Não pode deixar de merecer a atenção de
justiça os males como, a corrupção, peculato, nepotismo, tráfico de influência,
enriquecimento ilícito, decisões tardias e inúteis, que estão no topo das
lamentações quotidianas das populações guineense. São esses males que põem em
causa o equilíbrio e a paz social. Afeta a nossa capacidade de atração de investimento,
minam os esforços do desenvolvimento da nossa economia e acima de tudo põem em
causa a credibilidade das instituições da República”, advertiu o Presidente
José Mário Vaz.
O Presidente do Supremo Tribunal de
Justiça reeleito pelo seu segundo mandato, Paulo Sanhá assegurou que não
compete a Direção do Supremo Tribunal de Justiça e nem a do Conselho Superior
da Magistratura Judicial, enquanto o governo da Magistratura na gestão dos
tribunais e no exercício do poder disciplinar sobre os juízes e funcionários
judiciais, de conceber programas de organização, reforma e de modernização do
sistema judicial, sem prejuízo de propostas ou sugestões de reformas
legislativas.
“Todavia, nenhuma divergência nos torna
mais ou menos magistrados, como nenhuma divergência deve justificar que
abandonemos a essência da premissa constitucional que é a independência dos
tribunais, caracterizada pelo auto-governo da magistratura, pela
inamovibilidade e irresponsabilidade dos juízes e pela não sujeição destes a
qualquer ordens ou instruções, salvo o dever de acatamento das decisões
proferidas em via de recurso pelos tribunais superiores”, observou.
Garantiu ainda que o STJ e Conselho
Superior Magistratura Judicial vai tomar melhores providências no sentido de
levar a cabo inspecção judicial que reforça a qualidade de serviço público de
justiça prestado pelos tribunais.
De recordar que Paulo Sanhá e Rui Nene
foram eleitos no passado dia 13 de Abril do ano em curso. Com Odemocrata
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