Moscovo já anunciou que vai pedir uma
reunião de urgência do Conselho de Segurança da ONU após os ataques ocidentais
contra alvos na Síria. Vladimir Putin condena o ataque que considera um
"ato de agressão contra um estado soberano".
Os ataques com mísseis foram realizados
"sem a aprovação do Conselho de Segurança da ONU, em violação da Carta das
Nações Unidas e de normas e princípios do direito internacional" e
constituem "um ato de agressão contra um Estado soberano que está na
vanguarda da luta contra o terrorismo", refere Putin em comunicado.
Moscovo insiste que não existiu qualquer
ataque com armas químicas por parte de Damasco e acusou as potências ocidentais
de tentarem procurar uma desculpa para executarem o ataque.
"Especialistas militares russos que
visitaram a cena deste incidente imaginário não encontraram evidências de uso
de cloro ou outras substâncias tóxicas, e nenhum morador local confirmou um
ataque químico", afirma Putin no comunicado.
Segundo o líder russo, o Ocidente tem
"mostrado um desprezo" pela Organização para a Proibição de Armas
Químicas (OPAQ), que deveria começar os seus trabalhos de verificação no local
hoje, ao optar por "uma ação militar sem esperar pelos resultados da
investigação".
"Através das suas ações, os Estados
Unidos agravaram a crise humanitária na Síria, trazem sofrimento para a população
civil, favorecem os terroristas que assolam há sete anos o povo sírio e causam
uma nova onda de refugiados", considerou ainda a Rússia.
Horas antes, Moscovo, também em
comunicado, anunciou que vai pedir uma reunião de urgência no Conselho de Segurança
da ONU.
“A Rússia convoca uma reunião de
urgência do Conselho de Segurança da ONU para discutir as ações agressivas dos
Estados Unidos e seus aliados".
"A Rússia denuncia com a maior
firmeza o ataque à Síria, onde militares russos ajudam o governo legítimo a
lutar contra o terrorismo", disse o Kremlin na mesma nota.
Moscovo manifestou a sua oposição com
“máxima firmeza” em relação aos ataques com mísseis a alvos militares sírios,
realizados em retaliação a um alegado ataque com armas químicas por parte do
regime de Bashar al-Assad.
Os EUA, a França e o Reino Unido
realizaram hoje uma série de ataques com mísseis contra alvos associados à
produção de armamento químico na Síria, em resposta a um alegado ataque com
armas químicas na cidade de Douma, Ghuta Oriental, por parte do governo de
Bashar al-Assad.
A ofensiva consistiu em três ataques,
com uma centena de mísseis, contra instalações utilizadas para produzir e
armazenar armas químicas, informou o Pentágono.
O presidente dos EUA justificou o ataque
como uma resposta à “ação monstruosa” realizada pelo regime de Damasco contra a
oposição e prometeu que a operação irá durar “o tempo que for necessário”.
O embaixador da Rússia em Washington,
Anatoli Antonov, advertiu que este ataque “não ficará sem consequências”.
Peritos da Organização para a Proibição
de Armas Químicas (OPAQ) tinham previsto iniciar hoje uma investigação sobre o
alegado ataque com armas químicas. A missão recebeu um convite do Governo
sírio, sob pressão da comunidade internacional.
Mais de 40 pessoas morreram e 500 foram
afetadas no ataque de 07 de abril contra a cidade rebelde de Douma, em Ghuta
Oriental, que segundo organizações não-governamentais no terreno foi realizado
com armas químicas.
A oposição síria e vários países acusam
o regime de Al-Assad da autoria do ataque, mas Damasco nega e o seu principal
aliado, a Rússia, afirmou que o ataque foi encenado com a ajuda de serviços
especiais estrangeiros.
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