A China criticou hoje o ataque conjunto
dos Estados Unidos, França e Reino Unido contra a Síria, por considerar que
viola a Carta das Nações Unidas e complica as negociações de uma solução para o
conflito.
"Qualquer ação militar unilateral
sem o aval do Conselho de Segurança é contrária aos propósitos e princípios da
Carta da ONU e viola os princípios e normas básicas do direito
internacional", afirmou em comunicado uma porta-voz do Ministério dos
Negócios Estrangeiros chinês, Hua Chunying.
Este ataque "também acrescenta
fatores novos e complicados para a solução da questão síria", acrescentou
a porta-voz.
"Nós opomo-nos ao uso da força nas
relações internacionais e apoiamos o respeito pela soberania, a independência e
a integridade territorial de todos os países", disse.
A China "apela a todas as partes
para que ajam no quadro do direito internacional e para que resolvam a crise
através do diálogo e da negociação", referiu a porta-voz.
Os Estados Unidos, a França e o Reino
Unido realizaram hoje uma série de ataques com mísseis contra alvos associados
à produção de armamento químico na Síria, em resposta a um alegado ataque com
armas químicas na cidade de Douma, Ghouta Oriental, por parte do Governo de
Bashar al-Assad.
A ofensiva consistiu em três ataques,
com uma centena de mísseis, contra instalações utilizadas para produzir e armazenar
armas químicas, informou o Pentágono.
O Presidente dos EUA justificou o ataque
como uma resposta à "ação monstruosa" realizada pelo regime de
Damasco contra a oposição e prometeu que a operação irá durar "o tempo que
for necessário".
A Rússia anunciou, entretanto, que vai
pedir uma reunião de urgência do Conselho de Segurança da ONU após os ataques
ocidentais contra alvos na Síria.
"A Rússia convoca uma reunião de
urgência do Conselho de Segurança da ONU para discutir as ações agressivas dos
Estados Unidos e seus aliados", refere Moscovo em comunicado.
Peritos da Organização para a Proibição
de Armas Químicas (OPAQ) tinham previsto iniciar hoje uma investigação sobre o
alegado ataque com armas químicas. A missão recebeu um convite do Governo
sírio, sob pressão da comunidade internacional.
Mais de 40 pessoas morreram e 500 foram
afetadas no ataque de 07 de abril contra a cidade rebelde de Douma, em Ghouta
Oriental, que, segundo organizações não-governamentais no terreno, foi
realizado com armas químicas.
A oposição síria e vários países acusam
o regime de Al-Assad da autoria do ataque, mas Damasco nega e o seu principal
aliado, a Rússia, afirmou que o ataque foi encenado com a ajuda de serviços
especiais estrangeiros. Com a Lusa
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