Bissau - A Guiné-Bissau tem a
partir de hoje (terça-feira) um centro de tratamento de noma, uma doença que
afecta os tecidos moles da face de crianças e que pode provocar a morte.
O centro, inaugurado pelo Primeiro-ministro do
Governo de transição, Rui de Barros, foi construído por uma organização
não-governamental alemã, a Hilfsaktion Noma, empenhada em "lutar pela erradicação
da doença no país", disse a presidente da associação, Ute
Winkler-Stumpf.
A organização está há quatro anos na Guiné-Bissau
e quando iniciou o trabalho a noma "era praticamente uma doença
desconhecida pela maioria das populações", notou a responsável, que
agradeceu o apoio do Governo, da autarquia e da embaixada da Alemanha, além de
doadores e de pessoal local.
Lassana Tchasso, cirurgião e coordenador do novo centro, disse aos jornalistas que foram diagnosticados 106 casos de noma em todo o país. "Não temos casos internados, temos casos que vamos operar aqui no dia 27, por uma equipa austríaca que chega no dia 25", explicou.
O
centro hoje inaugurado tem capacidade para 15 pacientes e o tratamento, as
operações e os medicamentos são gratuitos. As obras para a construção do Centro
de Noma, no bairro da Penha, começaram em Fevereiro passado.
Rui de Barros disse que a inauguração do Centro veio colmatar uma lacuna no país e prometeu que o Governo de transição tudo irá fazer para criar condições no sentido de os equipamentos serem usados por todos numa clima de paz e estabilidade.
A noma é uma doença também conhecida por estomatite gangrenosa e afeta principalmente crianças entre os 02 e os 06 anos. Deve-se a má nutrição e falta de higiene e está presente em países pobres de África e da América Latina.
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