sexta-feira, 29 de março de 2013

FREHU-N-FLIF Nº 4: A principal causa de instabilidade política da Guiné-Bissau e o seu reflexo na sociedade


Desigualdade social e a queda da 1ª república

 Foi assim, na 1ª República, que vigorou entre 1974 e 14.11.1980, sob a liderança do Presidente Luís Cabral, acobertado pela nomenclatura político-militar, de que se rodeou (maioritariamente de origem Cabo-Verdiana).
Durante esse período, foram chacinados, pelo menos, 500 Cidadãos, devidamente identificados, enterrados em valas comuns, que foram denunciados à Comunidade Internacional, após o golpe de Estado de 1980. 
Entre as vítimas, contavam-se os antigos Comandos Africanos (Tropa Africana especial, instituída pelo General Português António de Spínola, então Governador da Guiné Portuguesa), Soldados das FARPs, que tinham passado para o Exercito Português, tornando-se seus colaboradores, os ex-Pides/Dgs de origem Guineense, assim como elementos do Grupo rebelde de Malan Sanhá, até, mesmo, simples cidadãos comuns.
O poder pessoal e a queda da 2ª república
O Caso 17 de Outubro de 1985
Assim foi, na 2ª República, que vigorou entre 14.11.1980 e 08.05.1999 (fuga de Nino Vieira para exílio em Portugal), com o denominado Caso 17 de Outubro de 1985, sob a Presidência do General de Brigada João Bernardo Vieira (Nino Vieira).
O “Caso 17 de Outubro” foi um acto de violência gratuita, engendrado, por medo do efeito da popularidade crescente, na opinião pública Guineense, em finais de 1985, de algumas figuras públicas (jovens militares) que, pelas suas qualidades, começavam a despertar simpatia e admiração da População.
Por ordem do Presidente do Conselho da Revolução (equivalente de Chefe de Estado), General Nino Vieira, foram alvo de perseguição e detenção, sujeitos à tortura e à morte (alguns dos quais - os mais temidos e emblemáticos - por fuzilamento), além de muitos outros que sucumbiram à violência das torturas na prisão e no campo de concentração.
O massacre foi devido à fragilidade política e ideológica do Presidente do Conselho da Revolução (Nino) e do Governo constituído sob a sua orientação. 
Para levar a efeito o seu desígnio criminoso (a matança de gente inocente), inventou o falso pretexto de uma tentativa de golpe de Estado, na verdade inexistente, tendo como motivação por razões étnicas.
 Guerra Civil de 1998/1999.
Como se sabe, este conflito teve origem num diferendo pessoal entre o Chefe de Estado (General Nino Vieira) e o CEMGFA (Brigadeiro Ansumane Mané), tendo como causa latente a troca de acusações mútuas em torno da questão do tráfico de armas para os Rebeldes de Casamança.  
O pedido de intervenção de Forças Militares Estrangeiras (do Senegal e da Guiné-Conakry) pelo Chefe de Estado (General Nino Vieira) levou a que uma parte do Exército Nacional da Guiné-Bissau (as FARP) se posicionasse do lado do Brigadeiro Ansumane Mané (que havia sido deposto do cargo de Chefe de Estado-Maior das Forças Armadas).
Como se sabe, o conflito terminou com a histórica vitória da Junta Militar e a derrota da Milícia Étnica de Nino Vieira (de Etnia Papel), assim como das Forças Estrangeiras (do Senegal e da Guiné-Conakry), a tomada da Cidade de Bissau pela Junta Militar e a fuga de Nino Vieira para a Embaixada de Portugal em Bissau e o pedido de exílio em Portugal. 
A má governação
 e a queda do regime 
deposto em 12 de abril de 2012 
O Governo deposto em 12 de Abril de 2012 tornou-se conhecido pela corrupção desenfreada que minou os dois Governos liderados pelo sr. Carlos Gomes Júnior.
Disso se fez eco a Comunidade Internacional, sedeada em Bissau ou com representação no País, denunciando casos de corrupção, na Saúde, em que pessoas saudáveis recebiam Junta Médica, para se deslocar a Portugal, alegadamente para tratamento, acabando por ficar ilegalmente no País. 
Ao contrário, era negada Junta Médica a pessoas verdadeiramente doentes, a necessitar de tratamento no estrangeiro, sem meios para se deslocarem a outro País, acabando por falecer. Porque as Juntas Médicas também eram alvo de corrupção.
O mesmo tipo de procedimento era denunciado nas Escolas, no preenchimento de cargos na Administração Pública, nas Bolsas de Estudos, nas Embaixadas e no Governo das Regiões. 
Mas, foi a ambição do Poder total que determinou o Governo deposto a levar a efeito uma negociação internacional com o objectivo de instalar no País uma Força Estrangeira (a MISSANG), que passaria a garantir a segurança do Governo, em detrimento das Forças Armadas Nacionais.
Tal sucedeu, na sequência do fracasso das negociações (também de âmbito internacional) com vista à Reforma das Forças Armadas e sua substituição por outra gente, de confiança pessoal do Primeiro-Ministro. 
Como se sabe, o projecto da Reforma dos Militares não teve sucesso, porque as condições eram inaceitáveis, além de humilhantes e mal-intencionadas.
Em face das circunstâncias, e perante o risco de perturbação da ordem pública, se o processo eleitoral fosse levado ao seu termo (Eleições Presidenciais), o Comando Militar entendeu ser seu dever interromper a realização da 2ª fase do acto eleitoral, em defesa da Paz e da Estabilidade, evitando ao País o risco de um conflito iminente.
                                                                               (até próxima edição)
PARTICIPA COM A TUA OPINIÃO!
Conhecendo a realidade do País, você estará colaborando para a Paz e Estabilidade Política e Social da Guiné-Bissau, pela Verdade e Justiça! Por isso, leia o nosso próximo Tema, neste blogue, no dia 06.04.2013.
Colabore connosco. Dê a sua sugestão por uma Guiné Melhor, mais Digna e Desenvolvida. Esse é o nosso objectivo! Nada mais!

2 comentários :

  1. Devo saudade esse grupo pela coragem de enfrentar a tempo e horas as questões candentes da Guiné-Bissau e exigir justiça pelos crimes cometidos no nosso país, que, aliás, estão na origem do marasmo em que estamos a viver até hoje. É claro que uma governação baseada em corrupção e más intenções não pode ter sucessos. Deus salve o nosso país! Obrigado!

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  2. REALMENTE, HÁ CERTA PESSOA QUE NÃO GOSTA DE FALAR A VERDADE, MESMO O DONO VE E FINGE NÃO SABER, COMUNIDADE INTERNACIONAL QUE NÃO TEM VONTADE POLITICA PARA RESOLVER O PROBLEMA CRONICA DA GUINE-BISSAU,O QUE ME ADMIRO MUITO E FAZ CHORAR,QUANDO ESSAS ORGANIZAÇÃO ITERNACIONAIS NÃO QUEREM FALAR DE ASSASSINATOS QUE CORRIAM NO CURTO TEMPO DE PRAZO QUE TERMINOU COM VIDA DE UM PRESIDENTE ELEITO DEMOCRATICAMENTE E GENERAL AO MESMO DIA , ELES NÃO FALAM COM FIRMEZA O RIGIME DE CADOGO ERA BOM PARA ELES, OS DEPUTADOS PERSEGUIDO ATE MORTE, ISSO QUER DIZER ELES GOSTAM E QUEREM PERDAS DE VIDAS DE QUE TIRAR DONO NO PODER!!! EU ADMIRO POLITICA QUE COMUNIDADE INTERNACIONAL ESTA A FAZER,COMO É QUE ELES PODEM ENPLANTAR PAZ????O SENHOR CADOGO NÃO QUERIA PAZ ELE QUERIA DOMINAR TUDO, ISSO NÃO PODE TRAZER PAZ NENHUMA, SE COMUNIDADE INTERNACIONAL QUER PAZ É SO FALAR VERDADE É SÓ , NÃO PODEMOS CONTINUAR NESTE TIPO DE POLITICA DE CALUNIAS QUE CERTAS ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAIS QUEREM DESDE QUE ESTAM A FALAR EM DEMOCRACIA, GUINE-BISSAU NÃO TEM PENAS DE MORTE, COMO CERTAS PESSOAS ENTENDEM QUE O SENHOR PRESIDENTE JÃO BERNARDO VIEIRA É CRIMINOSO , VIOLENTO PORTANTO ELE DEVE MORRER EM VIOLENCIA, ISSO NÃO PODE ACONTECER NUM ESTADO DEMOCRATO, SE COMUNIDADE INTERNACIONAL QUERIA OU TIVSSE UMA POLITICA OU SEJA SE COMUNIDADE INTERNACIONAL TINHA VONTADE POLITICA ISSO SERIA RESOLVIDA POR VIA DEMOCRATICA, MAS COMUNIDADES INTERNACIONAIS QUERIAM E ELES DEIXAM DÁ AQUELE DEU....

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COMENTÁRIOS
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