quinta-feira, 21 de março de 2013

Ministros das Finanças da áfrica ocidental aprovam união aduaneira

Os ministros das Finanças da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) aprovaram hoje na Cidade da Praia uma união aduaneira regional, que o presidente da organização quer ver em funcionamento em 2014.
A decisão e a manifestação de vontade foram feitas na sessão final da reunião em que os ministros das Finanças da África Ocidental aprovaram a Tarifa Externa Comum (TEC), a que se seguiu a reunião inaugural do Comité de Seguimento Oeste-Africano das Negociações do Acordo de Parceria Económica (APE) com a União Europeia (UE).
A aprovação da TEC da CEDEAO, disse à agência Lusa o presidente da Comissão da organização, Kadré Désiré Ouedraogo, abre portas para que se retomem as negociações do APE com a União Europeia, paradas devido a divergência entre os Estados membros.
Na abertura da reunião do comité de seguimento, Ouedraogo salientou a necessidade de a parte oeste-africana apressar a integração regional para facilitar o retomar das negociações em que parte essencial do impasse residia justamente nas diferentes tarifas aduaneiras praticadas na sub-região.
Apelando para que os esforços possam permitir a entrada em vigor da TEC-CEDEAO no segundo semestre de 2014, Ouedraogo defendeu que o passo seguinte deverá dar disso mesmo conta a Bruxelas, para que a oferta de acesso ao mercado seja equilibrada e justa.
O ministro das Relações Exteriores de Cabo Verde, Jorge Borges, foi entretanto, mais longe, ao criticar a proposta europeia feita à CEDEAO de liberalizar 80 por cento do comércio, alertando para os riscos inerentes.
"Se tivermos de liberalizar 80 por cento do comércio, como propõe a UE, o mercado regional corre o risco de ser totalmente controlado pelos produtos europeus, pondo seriamente em causa as possibilidades de aumento do comércio intra-CEDEAO, de diversificação dos mercados e de industrialização", sustentou.
"Apelamos à parte europeia para reexaminar a sua posição, de modo a permitir que as negociações continuem e nos conduzam a um acordo capaz de satisfazer a todos", frisou Jorge Borges, a abrir a sessão, que deverá prolongar-se até sexta-feira.

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