quinta-feira, 4 de abril de 2013

Chefe das Forças Armadas da Guiné-Bissau nega instabilidade e fala de boatos

Bissau - O chefe das Forças Armadas da Guiné-Bissau, general António Indjai, garantiu hoje que o país está calmo e que "não há nada de anormal nos quartéis", e acusou um cidadão estrangeiro de espalhar boatos sobre instabilidade.
Em conferência de imprensa no Estado-Maior General das Forças Armadas em Bissau, o general Indjai disse que não há nada de anormal nos quartéis do país e na própria Guiné-Bissau e disse que o cidadão holandês Jan Van Manen é que espalhou boatos sobre instabilidade.
"Não há nada de anormal nos quartéis. Não há nada. Podem ver aqui a presença de todos os oficiais, todos os comandantes de todos os ramos das Forças Armadas, para analisarmos em conjunto esses boatos que estão a circular no país", afirmou António Indjai, acrescentando: "tudo não passa de
boatos lançados por pessoas que não gostam deste país".
"Já apanhámos uma delas. É o senhor Jan (Van Manen) da Mavegro (empresa de importação e exportação), ele é uma dessas pessoas que estão a lançar os boatos no país", afirmou o chefe das Forças Armadas guineenses explicando uma conversa que teria tido com o holandês que é cônsul honorário da Grã-Bretanha na Guiné-Bissau.
"Ontem (quarta-feira) ele ligou para várias pessoas. Até tive que lhe ligar a perguntar (Jan) onde foste buscar essa informação, ao que ele me respondeu para não lhe perguntar isso", disse António Indjai.
O holandês, proprietário de uma loja de venda de artigos de consumo e viaturas, é uma pessoa conhecida na Guiné-Bissau, onde vive há mais de 30 anos.
O general Indjai disse que teve que chamar os agentes dos serviços secretos para que fossem perguntar a Jan Van Manen onde tinha tido a informação de que havia movimentações militares em Bissau. O general disse ter dito ao holandês que aquele estava a estragar o nome da Guiné-Bissau.
"Disse-lhe, Jan tu és holandês e estás a estragar o país dos outros. Disse-lhe: se és defensor daquela pessoa que foi para Portugal (Carlos Gomes Júnior) o melhor é ires atrás dele", observou António Indjai.
"Quero avisar a comunidade internacional, sobretudo José Ramos-Horta, que está cá a ver o que se passa, que chame a atenção daqueles que estão a criar esta confusão, porque se um dia atuar contra essas pessoas, que não me venham a criticar", sublinhou o general, visivelmente furioso.
"Não vamos admitir seja quem for criar mais confusão neste país", observou António Indjai, para quem a intenção daqueles que espalham os boatos de instabilidade "é criar o medo na cabeça das pessoas".
"Aquelas pessoas que não gostam deste país, que sabem que a campanha de comercialização da castanha do caju está aí a chegar e por saberem que no ano passado a campanha não correu bem, portanto estão a tentar desestabilizar, lançando o medo na cabeça das pessoas, para que os empresários estrangeiros não possam vir. Algumas pessoas desse grupo estão aqui no país, outras estão lá fora", defendeu António Indjai.
"Gostaria de dizer aos guineenses que quem não quer ver a Guiné-Bissau em paz e na estabilidade é quem está a criar estes boatos. Quero pedir ao mundo, ou ainda melhor, quero pedir à Deus que nos perdoe, se por acaso temos alguma dívida a pagar. Basta de boatos que são inventados todos os dias pelo mundo fora contra a Guiné-Bissau", concluiu o general Indjai.
Jan Van Manen  é um  holandês, proprietário de uma loja de venda de artigos de consumo e viaturas, conhecido na Guiné-Bissau, onde vive há mais de 30 anos.
Na última semana, tem sido comentado nas ruas de Bissau que há movimentações militares e uma situação de instabilidade.

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