quinta-feira, 11 de abril de 2013

Golpe na Guiné-Bissau foi positivo e país está a "regressar paulatinamente à legalidade constitucional


Bissau - Um ano após o golpe que derrubou os governantes eleitos da Guiné-Bissau, os militares que o protagonizaram consideram que foi positivo e que hoje o país está a "regressar paulatinamente à legalidade constitucional".

Em entrevista à Agência Lusa um ano depois do golpe, o coronel Daba Na Walna, que a 12 de abril do ano passado foi o protagonista visível do levantamento militar, diz que continua a pensar que valeu a pena, porque "quem atua em legítima defesa pode dizer que a sua atuação é legítima e consequentemente vale a pena que o faça".

Também porta-voz do Estado Maior das Forças Armadas, Daba Na Walna afirma que não esteve, não está nem estará arrependido de ter participado no golpe militar, porque, diz, o fez para defender a vida.

"Se não me tivesse defendido contra o Carlos Gomes Júnior (primeiro-ministro na altura e candidato a Presidente) hoje não estava aqui a falar. As pessoas podem pensar que isto é mentira mas nós sabemos do que estamos a falar", afirma.

E acrescenta que também não se arrepende porque não fez nada de mal, não matou, não torturou nem insultou ninguém, e sempre lutou "para respeitar a dignidade e a integridade das pessoas".

Numa altura em que surgem em Bissau muitas críticas à situação atual do país, nomeadamente de que está pior em termos económicos, Daba Na Walna diz ter já ouvido essas "leituras" mas para ele "tudo o que era feito antes continua até hoje".

"O governo anterior tinha como bandeira o pagamento de salários. Quando se fez o levantamento militar uma das questões que se colocavam era a de saber se este governo (transição) estaria em condições de pagar salários. E os salários estão a ser pagos", diz.

Usando esse indicador afirma Daba Na Walna que a situação não se alterou e acrescenta que este governo até está a "trabalhar mais", porque está "completamente bloqueado (sem apoio internacional) mas consegue pagar salários".

"Já ouvi que o governo está a pagar salários com dinheiro da droga. Isso é falta de vergonha. É especulação de alguns indivíduos que tinham depositado toda a confiança na impossibilidade de o governo pagar salários", afirma.

Com a comunidade internacional a querer eleições ainda este ano o porta-voz das Forças Armadas reafirma aquela que tem sido a posição dos militares: o país precisa de mais tempo, para "refletir profundamente sobre o que é a Guiné-Bissau desde o 07 de junho (guerra civil de 1998/99)", que tem "vindo a transitar de golpe em golpe".

"O país nunca parou para refletir sobre o que está mal", diz, pelo que defende mais tempo para analisar os problemas. Mas também critica que não haja ainda uma agenda de transição, sem a qual se torna difícil pedir mais tempo à comunidade internacional.

As Forças Armadas, lembrou o coronel, pediram aos políticos para que criassem um espaço de concertação no qual todos pudessem discutir os problemas do país, algo que os deputados não querem, por considerarem que esse espaço é Parlamento.

Daba Na Walna junta a essa indefinição sobre a data das eleições o que chama de "oportunismo dos partidos políticos", que querem eleições este ano ou não consoante o que pensam que melhor lhes convém.

Mas olhando a realidade um "bom patriota, um bom guineense, que quer este país e não pensa no poder e nas vitórias eleitorais, diria seguramente que nós não conseguimos ainda traçar uma agenda de transição e que era preciso traçar algo para acabar com este ciclo de violência e permitir que as eleições a terem lugar sejam livres e transparentes", afirma.

4 comentários :

  1. Domingos Malam concordo plenamente com Coronal Daba na Walna

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  2. Platine Maestro o golpe nao foi possitivo de maneira algum nos estamos a fundar pra baixo e alguem a dizer que estamos a regressar nao nos faça de parvo ta.

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  3. Almeida Da Silva Quibumba o golpe de estado foi na hora certa e no tempo exacto e que os sanguinarios nao nos confundem mais!

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  4. Y tem guintis ku ta pensa, hora ku e tchiga puder eles y maior,ami sta dy acordo ku forcas armada dy guine-bissau.Nkuda y fala y na riba guine pa y bay, y na fasi fama li kuma ami ku guineenses misty bu na fia tudo ku bu fasi na e mundo LY KU BU TA PAGAL.
    Ytene processos la pa y bay ruspundi dipus y ta kunsa kandidata.

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COMENTÁRIOS
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