domingo, 7 de abril de 2013

O poder oligárquico angolano invadiu a vida económica, social e até política de Portugal


É dom­i­nante a pre­sença angolana nas maiores empre­sas por­tugue­sas. São inúmeras as suas par­tic­i­pações, que vão das tele­co­mu­ni­cações através da Zon, aos petróleos, onde mar­cam posição pre­dom­i­nante na Galp; pas­sando pela banca, através do Mil­len­nium ou do BIC, e estendendo-se a muitos out­ros sec­tores. Angola dom­ina hoje, directa ou indi­rec­ta­mente, uma parte sig­ni­fica­tiva do cap­i­tal bol­sista por­tuguês.
O din­heiro prove­niente das riquezas nat­u­rais angolanas jorra a rodos nos gru­pos económi­cos por­tugue­ses. Mas o bene­fí­cio para a econo­mia lusa é prati­ca­mente nulo. Os angolanos não investem em nada de pro­du­tivo, não criam riqueza agrí­cola ou indus­trial. Limitam-se a com­prar par­tic­i­pações de cap­i­tal aos seus ami­gos por­tugue­ses que assim enrique­cem, vendendo uma parte do tecido económico por­tuguês.
Mas não há qual­quer acréscimo de riqueza real, aumento de activi­dade económica ou cresci­mento do emprego, por via da pre­sença angolana. Para além do mais, o for­t­alec­i­mento das relações económi­cas com Angola estim­ula a cor­rupção, pois esta contamina-se. Angola tem os piores indi­cadores de cor­rupção do mundo lusó­fono. Ocupa uma das mais baixas posições mundi­ais no rank­ing de transparên­cia da Trans­parency Inter­na­tional.
Uma pre­sença per­ma­nente de angolanos em sec­tores chave da econo­mia por­tuguesa virá aju­dar a pio­rar a já de si débil e deca­dente situ­ação de Por­tu­gal, um humil­hante, em ter­mos europeus, 33.º lugar. Não serão segu­ra­mente os angolanos e os seus negó­cios que aju­darão Por­tu­gal a recu­perar os níveis dese­jáveis de transparência. Tam­bém no plano social, a pre­sença angolana é descome­dida. Nas lojas mais caras de Lis­boa, os mil­hões jor­ram.
Os con­sum­i­dores de luxo são a oli­gar­quia con­sti­tuída pelas famílias dos grandes gru­pos económi­cos por­tugue­ses, os fute­bolis­tas e os mil­ionários angolanos. Em Por­tu­gal, em tempo de crise, os por­tugue­ses mais pobres estão na mis­éria, a classe média exper­i­menta as provações do desem­prego, das dívi­das famil­iares e da ausên­cia de futuro. Em Angola, o desen­volvi­mento não chega, a assistên­cia na saúde é uma miragem, falta edu­cação, o povo vive na mis­éria.
Entre­tanto, as elites angolanas com­pram os aparta­men­tos mais caros de Lis­boa e Cas­cais, gas­tam mil­hões em automóveis topo de gama e fre­quen­tam os mais caros restau­rantes da cap­i­tal portuguesa. Final­mente, por via deste pre­domínio económico e influên­cia social, o domínio dos gov­er­nantes angolanos sobre o poder político por­tuguês é cres­cente. Há uma cor­rida de políti­cos por­tugue­ses que se deslo­cam a Luanda a prestar vas­salagem ao poder vigente.
A influên­cia angolana é galopante e chega a todo o apar­elho da Admin­is­tração por­tuguesa. Observam-se hoje situ­ações inimag­ináveis, como a do dep­utado Mota Pinto, que coor­dena a fis­cal­iza­ção dos serviços secre­tos por­tugue­ses e é, em simultâ­neo, admin­istrador da ZON, de Isabel dos San­tos.
Jamais se imag­i­naria que um empre­gado de Isabel dos San­tos pudesse fis­calizar as sec­re­tas portuguesas. As nos­sas autori­dades estão numa dependên­cia tal do gov­erno de Eduardo dos San­tos, que o min­istro dos estrangeiros Paulo Por­tas se teve de vir des­cul­par pelo facto de a justiça por­tuguesa andar a inves­ti­gar alguns poderosos cidadãos angolanos.
Uma ati­tude indigna dum min­istro de um gov­erno oci­den­tal. Com pos­turas destas, o gov­erno por­tuguês transformou-se num dos prin­ci­pais instru­men­tos das oli­gar­quias cor­rup­tas de Angola na Europa e torna-se cúm­plice da mis­éria a que o gov­erno de Eduardo dos San­tos con­de­nou os seus con­ci­dadãos, nos­sos irmãos angolanos. Este artigo foi orig­i­nal­mente pub­li­cado na edição de 30 de março de 2013 do jor­nal angolano Folha 8 Esta entrada foi publicada em Sem categoria com os tópicos Angola, corrupção, Folha 8, Investimento, Paulo Morais.VER FONTE AQUI ->

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