Sila Donque, o pequeno cientista, inventor inovador e Musico Guineense.Ele inventa geradores movidos a água e a sumo de limão com
material apanhado no lixo de Bissau. Na cabeça tem máquinas de
dessalinização e carros telecomandados.
Bissau - Sila Donque inventa geradores movidos a água e a sumo de limão com material apanhado no lixo de Bissau. Na cabeça tem máquinas de dessalinização e carros telecomandados, ainda que tenha de fazer contas para saber a idade.
No Bairro de Luanda, na pequena casa que partilha, Sila Donque fica indeciso com a pergunta "quantos anos tens?". "Nasci em 89", responde o jovem, a frequentar o 12.º ano mas mal falando português.
É em crioulo que pensa nas coisas que quer criar: "quando vou para a cama já fico a pensar nas coisas que quero inventar, as coisas que sonho construir. Depois do gerador, tenho planos para criar um carro com um pequeno satélite que pode ser comandado por um rato de computador, tenho muitas ideias".
A sua cabeça começou a funcionar em "modo engrenagem" em 2004, quando pensou numa forma de produzir energia gratuita para alimentar a rádio comunitária onde trabalhava. E inventou um gerador movido a dois litros de água que alimentava as lâmpadas e até dava para carregar telemóveis, diz.
Juntou garrafas de plástico, tubos, paus e latas, "aparelhos inúteis e fios" e fez um gerador, garante. Sila Donque não pode provar que fala verdade porque o gerador foi levado para o Senegal para representar o país no Salão Internacional de Invenções, de Genebra, que começa na próxima semana.
Também a presença do gerador a água em Genebra não pode provar. Mas é verdade que faz com que uma caixa de madeira forrada com latas de farinhas lácteas cortadas, ligada a uma garrafinha azul de plástico com sumo de limão, produza energia que dá para um aparelho de rádio funcionar. E para provar que não mente mostra que o rádio não tem pilhas.
A ignição é uma moeda que coloca na ranhura de uma caixa onde escreveu a azul "Cientista Sila". E quando o faz de dentro da caixa sai um som contínuo e o rádio liga-se, ouve-se música, sintoniza-se várias estações. E o rádio sem pilhas, e a caixa e o seu zumbido ligada a uma garrafinha azul de sumo de limão.
"Pode trabalhar uma semana inteira", garante, acrescentando que depois basta mudar o sumo. Dá para alimentar uma rádio e "alguns materiais, carregar o telemóvel, e se tiver uma lâmpada pode ligar-se".
Sila diz que foi no gerador a água que deu "o máximo", e justifica que tenha sido levado para o Senegal porque "lá o Estado apoia tudo" e na Guiné-Bissau nunca teve qualquer apoio, "nem do Governo".
O jovem garante que nunca teve qualquer formação específica e diz que o material que utiliza procura no lixo. "O que é difícil é o material, se tiver material sento-me e faço. Num mês tenho um gerador pronto", conta, acrescentando: "não andei em nenhuma escola e ninguém me ensinou a fazer isto, nasci com isto, sempre tive admiração pelas invenções".
"Quero fazer uma máquina para transformar água do mar para água doce. Também quero montar uma rede de telemóvel comunitária", diz Sila Donque, que mostra um telemóvel que construiu e que pode funcionar com quatro cartões ao mesmo tempo.
E conta que também já inventou uma "barragem", um aparelho que produz energia com a passagem de água e que alimentava um aparelho de rádio, e criou uma televisão cujo ecrã era o de um "gameboy" e funcionava a pilhas. Estão noutro bairro onde morava, diz, mostrando apenas as fotografias.
Como mostra também fotografias do tal gerador a água, que não sabe se está no Senegal ou se já na Suíça.
Em Genebra (41.º salão), de quarta-feira a domingo, vão estar cerca de mil invenções, 76 por cento de empresas e instituições e as restantes de particulares.
De acordo com dados oficiais do Salão, participam 45 países, 38 por cento da Europa, 58 por cento da Ásia e Médio Oriente, e apenas quatro por cento de outros continentes. Se o gerador de Sila Donque lá estiver, há de ouvir-se falar dele.VER VÍDEO IMAGEM AQUI ->
No Bairro de Luanda, na pequena casa que partilha, Sila Donque fica indeciso com a pergunta "quantos anos tens?". "Nasci em 89", responde o jovem, a frequentar o 12.º ano mas mal falando português.
É em crioulo que pensa nas coisas que quer criar: "quando vou para a cama já fico a pensar nas coisas que quero inventar, as coisas que sonho construir. Depois do gerador, tenho planos para criar um carro com um pequeno satélite que pode ser comandado por um rato de computador, tenho muitas ideias".
A sua cabeça começou a funcionar em "modo engrenagem" em 2004, quando pensou numa forma de produzir energia gratuita para alimentar a rádio comunitária onde trabalhava. E inventou um gerador movido a dois litros de água que alimentava as lâmpadas e até dava para carregar telemóveis, diz.
Juntou garrafas de plástico, tubos, paus e latas, "aparelhos inúteis e fios" e fez um gerador, garante. Sila Donque não pode provar que fala verdade porque o gerador foi levado para o Senegal para representar o país no Salão Internacional de Invenções, de Genebra, que começa na próxima semana.
Também a presença do gerador a água em Genebra não pode provar. Mas é verdade que faz com que uma caixa de madeira forrada com latas de farinhas lácteas cortadas, ligada a uma garrafinha azul de plástico com sumo de limão, produza energia que dá para um aparelho de rádio funcionar. E para provar que não mente mostra que o rádio não tem pilhas.
A ignição é uma moeda que coloca na ranhura de uma caixa onde escreveu a azul "Cientista Sila". E quando o faz de dentro da caixa sai um som contínuo e o rádio liga-se, ouve-se música, sintoniza-se várias estações. E o rádio sem pilhas, e a caixa e o seu zumbido ligada a uma garrafinha azul de sumo de limão.
"Pode trabalhar uma semana inteira", garante, acrescentando que depois basta mudar o sumo. Dá para alimentar uma rádio e "alguns materiais, carregar o telemóvel, e se tiver uma lâmpada pode ligar-se".
Sila diz que foi no gerador a água que deu "o máximo", e justifica que tenha sido levado para o Senegal porque "lá o Estado apoia tudo" e na Guiné-Bissau nunca teve qualquer apoio, "nem do Governo".
O jovem garante que nunca teve qualquer formação específica e diz que o material que utiliza procura no lixo. "O que é difícil é o material, se tiver material sento-me e faço. Num mês tenho um gerador pronto", conta, acrescentando: "não andei em nenhuma escola e ninguém me ensinou a fazer isto, nasci com isto, sempre tive admiração pelas invenções".
"Quero fazer uma máquina para transformar água do mar para água doce. Também quero montar uma rede de telemóvel comunitária", diz Sila Donque, que mostra um telemóvel que construiu e que pode funcionar com quatro cartões ao mesmo tempo.
E conta que também já inventou uma "barragem", um aparelho que produz energia com a passagem de água e que alimentava um aparelho de rádio, e criou uma televisão cujo ecrã era o de um "gameboy" e funcionava a pilhas. Estão noutro bairro onde morava, diz, mostrando apenas as fotografias.
Como mostra também fotografias do tal gerador a água, que não sabe se está no Senegal ou se já na Suíça.
Em Genebra (41.º salão), de quarta-feira a domingo, vão estar cerca de mil invenções, 76 por cento de empresas e instituições e as restantes de particulares.
De acordo com dados oficiais do Salão, participam 45 países, 38 por cento da Europa, 58 por cento da Ásia e Médio Oriente, e apenas quatro por cento de outros continentes. Se o gerador de Sila Donque lá estiver, há de ouvir-se falar dele.VER VÍDEO IMAGEM AQUI ->
Sem comentários :
Enviar um comentário
COMENTÁRIOS
Atenção: este é um espaço público e moderado. Não forneça os seus dados pessoais (como telefone ou morada) nem utilize linguagem imprópria.