A liberdade de
expressão não pode ser sinónima de anarquia e nem pode ser desassociada à
responsabilização por danos causados a terceiros. Por isso, aos órgãos de comunicação
social, sobretudo, aqueles com estatuto de entidades públicas, importa a
salvaguarda dos interesses e do direito, públicos!
Fernando Casimiro
(Didinho)
Um "bloguista" é
dono do seu espaço, no qual pode escrever o que bem entender, sujeitando-se ele
próprio e só ele, às consequências de uma responsabilização que sobre ele vier
a pender, no caso de lesar terceiros, nas diversas formas que utilizar para
"julgar" o outro!
É, no mínimo, estranho, que, de Cabo-Verde se
continue a desinformar sobre a Guiné-Bissau, numa deselegante e irresponsável
campanha anunciada como sendo de apresentar alguém que possa explicar melhor o
que se passa na Guiné-Bissau, quando desse alguém, apenas se sabe que tem um
blogue e que o mesmo se apresenta como jornalista, sem, contudo, ter qualquer
actividade profissional vinculada à profissão de jornalista!
É no mínimo estranho e deselegante que, órgãos de
comunicação social, públicos, de um Estado soberano que em princípio, deveria
respeitar outro Estado soberano, promovam "caça às audiências",
protagonizadas por desabafos pessoais, de alguém que quer falar em nome de um
povo que não representa!
É no mínimo estranho e deselegante que, mesmo querendo
fazer abordagens sobre a Guiné-Bissau, os órgãos de comunicação social de
Cabo-Verde não tenham em conta que uma moeda tem duas faces e que, quando se
quer falar de um determinado país, de uma determinada realidade, importa ter
presente não apenas uma versão, ou uma realidade, mas ter várias perspectivas,
várias versões, distintas realidades do assunto em causa, para que os leitores,
espectadores e ouvintes, em geral, possam também ter outros elementos, já que
não se pode falar em todos os elementos, para que cada um possa avaliar e tirar
as suas ilações sobre o assunto em causa.
É no mínimo estranho e deselegante que, em nome da
liberdade de expressão, se dê várias oportunidades a um mesmo indivíduo, para
falar, apenas e só, MAL da Guiné-Bissau e dos guineenses, quando o mesmo
indivíduo, desfruta do direito de se candidatar às próximas presidenciais na
Guiné-Bissau e tentar mudar tudo o que na sua perspectiva está mal e parece
que é mesmo tudo, pois não se ouve nada de positivo, nada de construtivo das
suas apreciações!
É no mínimo estranho e deselegante que, os órgãos de
comunicação social de Cabo-Verde, não dêem voz a milhares de cabo-verdianos que
têm razões para falar bem ou mal de Cabo-Verde, ou simplesmente, a tantos
jornalistas cabo-verdianos que, também poderiam falar abertamente sobre o que
lhes vai na alma e que não têm oportunidade de o dizer publicamente, porque não
é conveniente, e desaconselha-se...
Porquê a Guiné-Bissau, na agenda e na mira dos órgãos
de comunicação social de Cabo-Verde, pela negativa?
Porquê os guineenses, na agenda e na mira dos órgãos de
comunicação social de Cabo-Verde, tomando sempre o factor depreciativo como
destaque das abordagens em causa?
Porque não outros países e povos?
Porque não convidam Rafael Marques
de Morais para falar sobre Angola, através dos órgãos de comunicação social de
Cabo-Verde...?
Não vejo como podem os cabo-verdianos que se dizem
irmãos dos guineenses ou amigos da Guiné-Bissau aceitar tanta deselegância,
tanta desconsideração para com a Guiné-Bissau e para com os guineenses, em nome
de uma campanha, a todos os títulos, difamatória e irresponsável!
Alguma vez esses órgãos de comunicação social promoveram
programas positivos sobre as potencialidades humanas e naturais da
Guiné-Bissau?
Quantos cidadãos de bem, nascidos e criados na Guiné-Bissau e
posteriormente formados no exterior em nome da Guiné-Bissau, não são desde há
anos, distintos quadros, ainda que, com o "novo" estatuto de cidadãos
cabo-verdianos, que nunca tiveram oportunidade de serem apresentados
publicamente, para dizerem o que pensam sobre a Guiné-Bissau, sobre os
guineenses, ou sobre os complexos que existem de parte a parte?
Porque é que se está a passar publicamente, através de órgãos
de comunicação social públicos, de Cabo-Verde, a imagem de uma Guiné-Bissau
"bosta" e dos seus filhos como sendo os menos capazes e habilitados,
sempre numa provocatória, ainda que implícita comparação com Cabo-Verde e com os
cabo-verdianos?
Alguma vez esses órgãos de comunicação social promoveram
programas/debates sobre a História no tocante às raízes/identidade da maioria
do povo cabo-verdiano e mais recentemente, sobre a luta de libertação que teve
como palco a Guiné-Bissau e que proporcionou a independência de Cabo-Verde?
Um "jornalista" que ninguém conhece para lá de ter
um blogue é mais credível que todo um povo?
Um "jornalista" que ninguém sabe o que faz, para
além de ter um blogue é quem tem moral para falar mal da Guiné-Bissau e dos
guineenses?
O que é que ganha Cabo-Verde, fomentando negativismos sobre a
Guiné-Bissau, através de alguém que incita publicamente os guineenses à
violência, dando inclusive, sugestões e "receita" sobre a fórmula
para "cocktails molotov"?
Que irmandade afinal une Cabo-Verde à Guiné-Bissau?
Com tudo o que se tem assistido, admira não haver alguém, de
bom senso e com autoridade, em Cabo-Verde, para mandar investigar o porquê
desta campanha difamatória e responsabilizar quem está a pôr cada vez mais, em
causa, os laços históricos e de sangue entre os dois povos e países!
Apesar de ter ascendência cabo-verdiana, quer do lado
paterno, quer materno e de ter muitos amigos em Cabo-Verde, creio que, o
momento aconselha-me a desligar-me por completo de Cabo-Verde, por isso, a
razão deste meu desabafo hoje.
Cabo-Verde para mim, acabou, até que os cabo-verdianos voltem
a respeitar a Guiné-Bissau e os guineenses!
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Vamos continuar a trabalhar!
Fernando Casimiro
(Didinho)
É, enquanto não tomamos a atitude de construir a nossa própria terra e estabelecer a organização que falta em nós, acima de tudo mudar a nossa mentalidade para assim possamos conversa de igual por igual nas nossas reuniões (Saber dialogar e construir conhecimentos) os Cabo-verdianos não vão nos respeitar e não só, resto do mundo nem nos olhem com bom olho... Se até hoje os nossos dirigentes "não sabem nada" (Analfabetos) e o povo lá votando e dançando por eles...
ResponderEliminar1 - Quando isso vai mudar?
2 - Quando o meu povo vai ter ousadia de sair nas ruas e renunciar?
3 - Quando vamos entender que é necessário e urgente lutar pela nossa nação (causa comum)?
Quando essas coisas mudam, vamos avançar com certeza os que falam mal da Guiné-Bissau e dos Guineenses vão parar...
Finalmente, alguém ousou pôr dedo na ferida. O mundo ainda tem gente decente com capacidade de análise e de perceção. Quem ama a Guiné-Bissau de verdade jamais ensinaria a ninguém como fabricar bombas incendiárias para causar, passo a citar, maiores estragos.
ResponderEliminarPARABENS DEDINHO....ISSO MESMO, ESTOU CONTIGO....
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