domingo, 20 de outubro de 2013

Vice-Presidente da República de Angola pede à PGR de Portugal para excluir o seu processo com dos generais


Manuel Domingos Vicente, o vice-Presidente da República de Angola, terá solicitado recentemente, segundo noticiou o jornal português Diário de Notícias na sua edição de domingo (20), a separação do seu caso no processo que investiga a prática de eventuais crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais, denunciados há dois anos pelo antigo embaixador angolano Adriano Parreira.

Segundo o periódico, o pedido de Manuel Vicente entrou nos últimos dias através do seu advogado em Portugal, Paulo Amaral Blanco.

Já antes, idêntico requerimento tinha sido feito ao procurador encarregado do caso, Paulo Gonçalves, que adiou para "momento oportuno" uma decisão sobre a matéria.

Neste sábado 19, um outro jornal luso noticiou (como manchete) que a Procuradoria-Geral da República de Portugal havia recusado por três vezes arquivar os processos que envolvem altas individualidades angolanas, dentre os quais do Manuel Vicente.

O pedido terá sido feito pelo advogado português que representa três dos angolanos visados no processo. O advogado submeteu um requerimento ao DCIAP onde questionava se era necessário mais algum esclarecimento por parte dos clientes e pedia, pela 3ª vez o arquivamento do processo.

Mas o procurador Paulo Gonçalves voltou a recusar o pedido alegando que ainda decorrem as perícias financeiras. O jornal diz ainda que a última recusa foi feita pelo Ministério Público há quinze dias e que o processo não tem prazo para acabar e ainda não foram constituídos arguidos.

De salientar que quatro altos dirigentes angolanos próximos ao Presidente José Eduardo dos Santos, estão a ser investigados por indícios de fraude fiscal e branqueamento em Portugal, pela Procuradoria-Geral da República local.

Trata-se do vice-Presidente e ex-director-geral da Sonangol, Manuel Vicente, do general Hélder Vieira Dias "Kopelipa", ministro de Estado e chefe da Casa Militar da Presidência da República, do general Leopoldino Nascimento "Dino", consultor do ministro de Estado e ex-chefe de Comunicações da Presidência da República e do Procurador-Geral da República, João Maria de Sousa.

Este último abriu junto à Procuradoria-Geral da República de Angola vários processos-crime contra os jornalistas e activistas cívicos desta casa, Lucas Pedro e José Gama, acusando-os de cometer crimes de Injúria e Difamação contra intimidade pública e de Abuso de Liberdade de Imprensa.

Anteriormente (em 2012) em gesto de defesa, Manuel Vicente tivera dito ao jornal “Expresso” que todos os seus investimentos em Portugal estão "perfeitamente documentados junto das autoridades competentes".


Tchogue /DN/Expresso

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