
Engenheiro formado na Rússia em aviação civil, Nuno
Gomes Nabiam, de 50 anos, é candidata-se como independente, mas com apoio de
uma das alas do Partido da Renovação Social (PRS), a segunda maior força
política da Guiné-Bissau.
O presidente da Agência de Aviação Civil, até aqui
um desconhecido na cena politica guineense, está a ser orientado pelo antigo
Presidente do país Kumba Ialá, fundador do PRS.
Segundo Nuno Nabiam, Kumba Ialá, que classifica como
“um político incontornável no sistema político da Guiné-Bissau” entendeu que “é
hora de dar oportunidade aos jovens, para criar uma certa dinâmica na
governação”. Sublinha ainda que “o país só tem a ganhar com isso”.
O apoio de Kumba Ialá, que faleceu poucos dias antes
da primeira volta, a Nuno Nabiam é uma indicação clara de que o PRS enfrenta
divisões profundas, já que a cúpula partidária já apontou um outro candidato,
na figura do empresário Abel Incada.
Nuno Nabiam apresentou-se no dia 25 de março como
candidato às eleições presidenciais de 13 de abril como forma de ajudar a
“mudar a imagem e estabilizar o país”, que, acrescentou, tem sido destruído por
conflitos políticos e armados desde a independência até hoje.
“Depois da independência, houve muitas perturbações
a nível da governação. O país está onde está hoje por causa da instabilidade, o
que não ajudou de forma alguma ao desenvolvimento do país. E foi isso que me
motivou a candidatar-me”, explicou.
Assume-se como um “candidato de consenso”, que
“poderá de facto juntar a família guineense” e que vai apostar no saber para
que a Guiné-Bissau possa sair da situação em que se encontra”.
O candidato disse que pode ajudar a criar um clima
de entendimento com o Governo, promover o desenvolvimento e ainda dar as
condições de base, nomeadamente água potável, energia eléctrica da rede
pública, saúde e educação. Se ganhar as eleições, afirma que a sua prioridade
será “trabalhar com o Governo que sair das eleições legislativas”,
concentrando-se então “nos aspectos fundamentais do desenvolvimento”.
Nuno Nabiam disse que conta com o apoio de uma
grande franja dos jovens e mulheres para ser eleito "próximo
Presidente" da Guiné-Bissau, acrescentando que espera também o voto de
António Indjai, actual chefe das Forças Armadas, que conhece desde os tempos me
que ambos eram estudantes em Kiev.
Sobre as remodelações das chefias militares que
muitos defendem com o mais ideal para a estabilização do país, Nuno Nabiam
defende um modelo diferente. “A reforma não é só do setor de defesa e
segurança. Tem de ser a todos os níveis”, sublinhou, defendendo que a
remodelação das chefias militares “tem de ser bem pensada”.
Caso seja eleito presidente, promete recuperar os
princípios e valores da sociedade guineense, para construir um Estado que
proteja os interesses e os ideais dos seus cidadãos.
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