"É com a força do querer,
aliado à determinação e à persistência, que o homem vence obstáculos, alcança
os fins a que se propõe, faz as mudanças, vive o sucesso."
O multipartidarismo é uma prática muito recente na Guiné – Bissau.
Desde as primeiras eleições multipartidárias, em 1994, a vida política
guineense foi sempre dominada pelo PAIGC, mas pelas piores razões: recurso
sistemático à corrupção económica e política, como instrumento e meio de
fidelização de militantes.
Mesmo inexperiente na política, qualquer Guineense sabe que, para garantir
a subsistência económica, é fundamental tornar-se Militante do PAIGC.
O cenário político guineense é marcado pela bipolarização partidária: o
PAIGC, que, há muito, deixou de ser um Partido de esquerda, para se tornar um
Partido da Direita reaccionária e retrógrada, e o PRS (Partido da Renovação
Social), sem tendência claramente definida, frequentemente conotado com a
democracia populista, por assimilação com o carácter político do seu líder
carismático (Kumba Yala).
Além destes dois principais Partidos, a Política Guineense é, também,
influenciada pelos pequenos Partidos, em larga profusão, num total de 32
(Trinta e Dois) Partidos.
Em 1994, apenas concorreram ao pleito eleitoral o PAIGC, RGB, PRS, FDS,
PSD, AD, UM e UNDP.
Em 1999, após o conflito armado de 1998, que durou 11 messes, o número de
Partidos legalizados subiu para o triplo dos Partidos participantes na Primeira
Eleição Democrática, realizada em 1994.
Contudo, os partidos extra-parlamentares são bastante instáveis, na sua
organização, caracterizando-se pela sua fraca penetração social e capacidade de
mobilização.
Em geral, durante os períodos não eleitorais, tais partidos permanecem
silenciosos, para só reaparecerem em vésperas dos pleitos eleitorais,
impulsionados pelos recursos que lhes têm sido facultados pela comunidade
internacional ou, nos períodos de transição, quando ocorrem Golpes de Estado,
como foi o caso em 2012 e a formação de um Governo de coligação, em que
participam cerca de 35 Partidos.
Apesar de uma maior diversidade de partidos, na oposição, mais reduzido
ficará o papel e a relevância política destes pequenos Partidos, na definição
do rumo do País.
O fim e ao cabo a Democracia Guineense, permanece na dependência das
decisões e do nível de Democracia interna do PAIGC.
Sem reformas políticas adequadas, mesmo com a introdução do
multipartidarismo, nos anos 90, a estrutura organizativa do PAIGC continua a
desconhecer a distinção entre os seus próprios Órgãos e do Estado, continuando,
na prática, o regime de Partido Único, como exemplo máximo da falência
democrática do País, causa principal das crises cíclicas que, de tempos à
tempos, alarmam o País e preocupam o Mundo.
No entanto, o partido continua até hoje a beneficiar da sua estreita
ligação com os órgãos estatais e do facto de jamais ter deixado de governar.
Não são raros os casos em que o PAIGC faz uso dos recursos do Estado para
fins Partidários ou em benefício de grupinhos dentro do próprio Partido.
Dada a promiscuidade infamante entre o Partido (PAIGC) e o Estado, a
corrupção e o nepotismo proliferam num ambiente de cumplicidade mútua, entre a
Administração Pública e Regional, o Partido e a representação exterior do
Estado, onde permanecem, durante anos e anos, autênticas dinastias de
funcionários diplomáticos, que se sucedem uns aos outros.
A democracia interna não tem vindo a desenvolver-se no seio do PAIGC,
nomeadamente, no processo de escolha de Candidato para a Eleição Presidencial,
nomeadamente, no último acto eleitoral, em que se recorreu à votação de braço
no ar, para escolha do candidato presidencial, desrespeitando o estatuto do
Partido e as normas relativas ao sigilo de voto, favorecendo-se a prática de
votação por intimidação.
No que diz respeito aos processos democráticos, no interior dos partidos
políticos, o Governo deve introduzir – e a sociedade civil deve lutar por –
legislação a ser adoptada pela Assembleia Nacional Popular para que se
estabeleçam regras acerca da democracia interna dos partidos, incluindo o modo
de selecção dos candidatos com capacidade eleitoral e com a formação académica
adequada.
Outra questão importante relacionada à política partidária tem a ver com o
financiamento.
O financiamento dos partidos políticos deve ser bem regulado de modo a
evitar-se a corrupção e proliferação dos partidos.
A prestação de contas acerca do financiamento político, embora seja uma
obrigação legal, não tem sido respeitada pelos Partidos.
O financiamento por via parlamentar não tem sido justificado por nenhum dos
partidos beneficiários, e nenhum respeita a obrigação de publicação das suas
contas anuais.
As regras acerca das auditorias e transparência dos fundos recebidos pelos
partidos políticos devem ser reforçadas e implementadas.
Muito em especial, as seguintes áreas: a fiscalização das finanças dos
partidos políticos é da maior relevância, e a Inspecção Geral das Finanças deve
levar a efeito as auditorias às contas dos partidos.
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) deve assegurar-se que todos os
partidos políticos informem e justifiquem o uso das verbas públicas que lhes
são atribuídas durante a campanha eleitoral e publiquem os relatórios das
auditorias às suas contas, informando o Ministério Público acerca de
irregularidades para que aquele decida sobre as medidas a serem tomadas.
A Assembleia Nacional, apesar de ser a instituição da República, onde os
Deputados eleitos em representação dos seus partidos, e consequentemente, de
todo o Povo Guineense, não têm sido o palco dos mais importantes debate na
Guiné – Bissau.
Apesar da maior visibilidade pública do Poder Executivo em relação aos
demais Poderes do Estado e das dificuldades de diálogo entre os partidos
representados na Assembleia Legislativa, a verdade é que o trabalho dos
deputados é, também, bastante dificultado pela carência de recursos humanos e
materiais.
O aprimoramento da capacidade técnica da Assembleia Nacional é crucial para
que esta possa participar mais activamente dos debates legislativos. Ler mais aqui»»
Dr. Wilkinne
Boa opiniao.
ResponderEliminarRaimundo Rubio , Um país não progride por s só precisa de apoio de fora para abrir postos de trabalho de geração de comércio e riqueza com as exportações e importações em todas as fontes de riqueza do mesmo, abrindo as mãos e corações para todas as empresas que atuam na boa vontade, guiné pode crescer e alcançar a outros países, para não mencionar o seu hábito e raízes, asas respeitando pessoa e liberdades de cada ser humano, a Guiné-Bissau pode uma saudação de um amigo bissau
ResponderEliminarDr. Wilkinne o PAIGC voltou ao poder porque merece a confiança o povo, porque mostrou que apesar das limitações, porque não há nada perfeito neste mundo é úni
ResponderEliminarco partido capaz de dirigir este País. O seu partido PRS com o qual se identifica foi dado oportunudade e levou a Guiné ao abismo...denigrindo a imagem do país dentro e fora,insultando tudo e todos.Assim é que querem o poder? Windjaba