Sindicalista revela que os fatos de
proteção estão a rasgar-se e os técnicos correm perigo de contaminação.
O presidente do Sindicato dos Técnicos
de Emergência Médica disse esta quinta-feira à agência Lusa que aquela
estrutura foi informada, verbalmente, sobre problemas com os elementos do INEM
da atual missão portuguesa na Guiné-Bissau, nomeadamente condições de
habitabilidade e salariais.
"Fomos informados, verbalmente, que
efetivamente há situações complicadas relativamente às condições de
habitabilidade e outras condições que foram dadas aos elementos que estão na
missão. Estamos a espera que nos envie as informações por escrito, pois só
assim poderemos avançar com algum tipo de posição e tomar medidas", disse
Ricardo Rocha.
A Guiné-Bissau possui desde março um
laboratório instalado por Portugal e no qual especialistas do Instituto
Nacional de Emergência Médica (INEM) e do Instituto Nacional de Saúde (INSA)
Dr. Ricardo Jorge podem detetar o vírus Ébola a partir de amostras em cerca de
cinco horas.
Até então, seria necessário recorrer ao
estrangeiro com prazos mais longos, sob pena de a demora na análise comprometer
o isolamento das cadeias de transmissão. De acordo com Ricardo Rocha, a equipa
do INEM na Guiné-Bissau é composta por um médico, dois enfermeiros, cinco
técnicos, que são trocados a cada cinco semanas.
Segundo o sindicalista, "a ser
verdade todas as informações que nos chegaram, a situação é grave",
sublinhando que o INEM já participou em outras missões no estrangeiro e nada de
parecido se verificou. "O que me foi informado verbalmente é que o
material EPI (equipamento de proteção individual) não é igual ao que foi
mostrado em Lisboa e que os fatos de proteção estão efetivamente a rasgar-se,
portanto com um risco elevado de contaminação das equipas que estão a usar este
material", disse.
"Foi-nos comunicado pela equipa
outras condições, como terem de lavar fardamento em bidés, terem de pagar a
água que utilizam, as comunicações não estarem ainda estabelecidas para
Portugal e os profissionais terem de pagar do próprio bolso, entre outros
problemas" acrescentou.
Ricardo Rocha adiantou que "isto
não é de todo aceitável, a ser verdade, e o sindicato lamenta a situação e,
assim que tiver os relatos por escrito, irá pedir esclarecimentos ao conselho
diretivo do INEM".
De acordo com elementos da equipa do
INEM na Guiné-Bissau, ainda há problemas nos pagamentos de comissões extras,
que seriam de 80 euros/dia, mas que agora não se sabe se receberão estes
valores.
Contactado
pela agência Lusa, o INEM ficou de verificar todas as alegações e
comprometeu-se a divulgar um comentário logo que seja possível.
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