domingo, 7 de junho de 2015

Idelfrides Manuel Gomes Fernandes solto sem despacho judicial na Guiné-Bissau


Idelfrides Manuel Gomes Fernandes é acusado de venda ilegal de passaportes diplomáticos e de serviço.

O secretário de Estado das Comunidades da Guiné-Bissau Idelfrides Manuel Gomes Fernandes, detido na passada sexta-feira, 4, foi solto neste sábado, 6, sem qualquer decisão judicial.

Gomes Fernandes foi detido por agentes da Polícia Judiciária no dia 4 por volta das 16 horas e levado para a sede daquela corporação.

Neste sábado, o secretário de Estado foi libertado, mas fontes em Bissau garantem que não houve qualquer autorização da justiça. Nem o Governo nem o Ministério Público ou a Polícia Judiciária comentaram o caso que é tema de conversa nas ruas da capital guineense.

Em determinados círculos, nomeadamente observadores e fontes do poder judicial, estranham a soltura do governo e temem que a impunidade continue a marcar pontos no país, depois de restabelecida a ordem constitucional há mais de um ano

Idelfrides Manuel Gomes Fernandes é acusado pelas autoridades policiais e judiciais de alegada venda ilegal de passaportes diplomáticos e de serviços.

Recorde-se que meses atrás, muitos cidadãos estrangeiros foram apanhados com passaportes diplomáticos e de serviço, os quais tinham a assinatura do Secretário de Estado das Comunidades, em vez da do ministro titular dos Negócios Estrangeiros, como impõe a lei.

Idelfrides Manuel Gomes Fernandes é secretário de Estado das Comunidades desde o Governo de Transição, formado na sequência do golpe de Estado de 12 de Abril de 2012, cargo que já havia desempenhado também no Governo de Carlos Gomes Júnior, o seu primo.


//VOA

2 comentários :

  1. O IDELFRIDES FERNANDES continua com o mesmo estatuto jurídico de prisão preventiva, mas problemas graves de saúde obrigaram a justiça guineense a autorizar que essa situação seja cumprida em sua residência, tudo porque as justiça guineense não tem meios para dar assistência médica e medicamentosa a Didi que sofre de grave problema de saúde, a manutenção do preso numa cela poderia levar a sua morte, o que não é a intenção do Ministério público.

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  2. De imunidade a impunidade, vai um simples letra. A VOA dá parte dessas preocupações, enquanto a LUSA, depois de contactar vários responsáveis judiciais guineenses, refere a estranheza manifestada por estes quanto à libertação do Secretário de Estado, preso dois dias antes.

    Não ficando claro de quem partiu a ordem para a sua libertação, apenas surgiram (do nada?) algumas «explicações», invocando razões de saúde e as más condições de detenção (o dúbio e oportuno papel da Liga na denúncia dessa situação, uns dias antes, traz igualmente água no bico)...

    E se fosse o vulgar cidadão, deverá presumir-se que igual complacência se manifestaria? O que é facto é que essa «doença» se manifestou de forma súbita, pois um dia antes da sua prisão, fôra visto a jantar, com óptima disposição, num restaurante de Bissau, e no próprio dia, à saída da ANP (armado em deputado para insinuar imunidade, aliás incompatível com o seu estatuto de membro do Governo) não patenteava qualquer sinal desse mal que repentinamente o acometeu (decerto do foro alérgico).

    A confirmar-se a sua saída para tratamento (fuga ao Tribunal) para Dakar, será um grande golpe na credibilidade da Justiça guineense, em reconstrução. Este senhor, pelos vistos com razão, julga-se acima da Lei do país, sem pudor em fazer gala de ter as costas quentes, depois de tecer uma teia de cumplicidades nos últimos três governos: Cadogo, Transição, Domingos Simões Pereira.

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