São Tomé e Príncipe integra uma lista de
sete países africanos que no final de 2015 se encontravam em risco de
"sobreendividamento elevado", segundo um estudo do Tesouro francês
citado pela agência France Presse.
Ao lado daquele país encontram-se o
Burundi, os Camarões, o Chade, o Gana, a Mauritânia e a República Centro
Africana.
O espetro da dívida tem vindo a
ressurgir nos últimos anos em África, de acordo com os analistas, à medida que
as nações subsaarianas que conseguiram empréstimos baratos nos mercados globais
enfrentam o colapso do preço das matérias-primas.
Segundo observadores contactados pela
AFP, o regresso do problema constituiu uma surpresa após as medidas de alívio
dos anos 2000.
A iniciativa internacional em favor dos
Países Pobres Altamente Endividados (PPAE) reduziu muito significativamente
entre 2000 a 2014 a dívida de 30 países africanos, fazendo diminuir, segundo um
estudo do Tesouro francês, a sua dívida pública externa em média de 119% do
produto interno bruto (PIB) para 33%.
Libertados de boa parte daquele fardo,
os Estados dispuseram de uma maior margem de manobra orçamental, o que lhes
permitiu acelerar o crescimento já impulsionado pela alta do preço das
matérias-primas.
Beneficiando de condições de
financiamento favoráveis, os países voltaram a endividar-se.
De acordo com o Tesouro francês, 13 dos
30 países do PPAE "viram a sua dívida crescer mais de 10 pontos
percentuais do PIB nos últimos cinco anos". A lista é liderada pelo
Congo-Brazzaville (mais 25 pontos), seguido do Níger (+ 23) e do Malaui (+ 19).
Ainda assim, o organismo considera que
não há risco a curto prazo de uma nova crise da dívida para a grande maioria
dos países africanos.
O secretário executivo da Comissão
Económica das Nações Unidas para África, Carlos Lopes, lembra, por seu turno,
que "a dívida pública total de África atingia 38% do PIB continental em
2014 contra perto de 111% para os países da OCDE (Organização para a Cooperação
e Desenvolvimento Económico) ".
"O endividamento vai agravar-se nos
países com um fraco nível de disciplina orçamental e naqueles que pediram
emprestado excessivamente", considerou Carlos Lopes, apelando a cada um
dos Estados para "reforçarem as suas capacidades de gestão da dívida"
e informarem sobre como estão a usar os fundos emprestados. Com a Lusa
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