O maior partido da oposição na
Guiné-Bissau salienta que o novo Executivo tem de ser escolhido por quem venceu
as eleições. Antes o PAIGC propôs governar com opositores, em nome da
estabilidade política.
Tudo depende agora da resposta do
Presidente José Mário Vaz (foto) à proposta da direção do Partido Africano da
Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).
Para a saída da crise política na
Guiné-Bissau, o partido com maioria no Parlamento sugeriu a formação de um
Governo em que terá 51% da representatividade. Mas o Partido da Renovação
Social, o principal partido da oposição, já refutou o convite para participar
no futuro Executivo do PAIGC.
Em comunicado divulgado esta
terça-feira, em Bissau, o PRS alega os "maus comportamentos" do
partido que, a seu ver, deve assumir sozinho a responsabilidade da maioria
absoluta conquistada nas urnas em 2014. Se o PAIGC dispõe de 57 mandatos não
precisa do apoio do PRS, justifica o partido.
"Quem tem 'a faca e o queijo na
mão' é o partido vencedor das eleições", comenta o porta-voz dos
renovadores, Vítor Pereira. "Aliás, [isso] está claro no discurso do
Senhor Presidente da República."
Governo
com 33 pastas
O presidente do PAIGC, Domingos Simões
Pereira, propôs na segunda-feira (16.05) um "governo de inclusão de base
alargada". Seria dirigido maioritariamente pelo PAIGC, mas incluiria
outros elementos.
O Executivo seria composto por 18
membros do partido maioritário, incluindo o primeiro-ministro - que poderia ser
o veterano Carlos Correia, chefe do executivo demitido por decreto presidencial
na passada quinta-feira (12.05) ou o líder do grupo parlamentar do PAIGC,
Califa Seidi.
Outros 16 lugares seriam distribuídos
entre o PRS, que ficaria com oito pastas. Os outros partidos representados no
Parlamento teriam três pastas, os que não possuem lugares no hemiciclo
receberiam duas pastas, a Presidência da República ficaria com outras duas e a
sociedade civil com uma pasta.
"Reconhecemos que 33 membros de um
Governo pode ser considerado extenso", disse Domingos Simões Pereira,
"mas achamos que a estabilidade governativa que se procura compensa
largamente o esforço que agora é solicitado em termos de número de membros
desse Governo."
Juntamente com a proposta da nova
orgânica do Governo, o PAIGC também remeteu para apreciação geral das forças
vivas da nação e dos representantes da comunidade internacional uma proposta de
assinatura de um acordo de incidência parlamentar para a estabilidade
governativa política e social - tal como sugeriram as Nações Unidas.
O documento estabelece as bases de
entendimento para o resto da legislatura e sugere a criação de uma estrutura de
facilitação do diálogo inter-institucional. Seria constituída pela comissão
parlamentar para o diálogo e reconciliação nacional e por representantes da
comunidade internacional e finalmente um mediador da Comunidade Económica dos
Estados da África Ocidental (CEDEAO).
Expetativas
Vicente Fernandes, do Partido da
Convergência Democrática (PCD), entende que o chefe de Estado, José Mário Vaz,
deve respeitar a resposta do PAIGC e não defraudar as expetativas do povo
guineense:
"O PAIGC ganhou e, obviamente,
caberá a ele nomear o seu primeiro-ministro e constituir a sua equipa",
diz Fernandes.
O líder do Partido da Nova Democracia
(PND), Iaia Djalo, espera que o novo Executivo seja trabalhador e
"competente", capaz de responder aos desafios que se colocam à
Guiné-Bissau, governe quem governar. Com o DW
PAIGC promove Nabiam como alternativa... insulta PRS e ainda quer negociar com este... para que? com que finalidade? q vva negociar com os 15! que tambem eles andaram a enxovalhar... PAIGC deve perceber q para se fazer um dialgo serio tem q respeitar outra parte...
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