sexta-feira, 12 de maio de 2017

O Conselho de Segurança (CS) das Nações Unidas instou o Presidente da Guiné-Bissau a respeitar as disposições do Acordo de Conakry

Conselho de Segurança reitera confiança no Acordo de Conacry e diz estar preparado para tomar medidas

O Conselho de Segurança (CS) das Nações Unidas instou o Presidente da Guiné-Bissau "a nomear um primeiro-ministro que respeite as disposições do Acordo de Conakry”, assinado no ano passado entre os principais actores políticos do país, sob a mediação da Comunidade Económica dos Países da África Ocidental (CEDEAO).

Numa reunião realizada na noite de quinta-feira, 11, em Nova Iorque, os 15 membros do CS “manifestaram a sua profunda preocupação com a prolongada crise política e institucional na Guiné-Bissau, como resultado da incapacidade dos actores políticos de chegarem a uma solução duradoura e consensual, conduzindo ao actual impasse”.

Em comunicado divulgado na madrugada desta sexta-feira, 12, o órgão elogiou “os esforços e a liderança da CEDEAO e congratularam-se com a visita da sua missão ministerial de alto nível a Bissau, a 23 e 24 de Abril de 2017” e reafirmou o Acordo de Conakry como ”quadro-base para a resolução da crise política”.

“O Conselho exortou as partes interessadas a absterem-se de acções susceptíveis de agravar as tensões e incitar à violência, e a respeitarem e cumprirem rigorosamente o Acordo de Conakry, bem como o roteiro estabelecido pela CEDEAO como meio para abordarem as suas diferenças e os desafios que enfrentam”, diz o comunicado.

Os representantes dos 15 membros do órgão, “convidaram o Presidente Vaz a nomear um primeiro-ministro que respeite as disposições do Acordo de Conakry” e reiteraram o seu compromisso de continuar a acompanhar a actual crise política.

Confiança perdida

O CS ainda afirmou estar preparado para “tomar as medidas necessárias para dar resposta ao agravamento da situação na Guiné-Bissau”.

Além de revelar a sua preocupação com a população civil da Guiné-Bissau “que sofre os efeitos negativos da crise política”, o Conselho lembrou que a implementação do Acordo de Conacry “pode ser uma forma de restabelecer a confiança dos parceiros e permitir que a comunidade internacional cumpra os compromissos assumidos durante a Conferência de Bruxelas de Março de 2015 na qual apoiou o programa "Terra Ranka", que visa o desenvolvimento da Guiné-Bissau”.

No extenso comunicado, “os membros do Conselho de Segurança elogiaram as forças de defesa e de segurança por não terem continuado a interferir na situação política na Guiné-Bissau e exortaram-nas vivamente a manter a mesma postura”.


Os signatários do documento manifestaram também o seu apoio ao representante especial do secretário-geral das Nações Unidas em Bissau Modibo Touré e às organizações sub-regionais que trabalham para a resolução da crise política na Guiné-Bissau.

5 comentários :

  1. A ONU a exigir a nomeação de um novo Primeiro-ministro? A Guiné-Bissau não é um estado soberano, ou não tem a sua própria constituição? A ingerência tem limite! A ONU deveria era exigir a abertura da ANP e consequentemente a votação do programa do governo. Será que a nomeação do novo primeiro-ministro resolverá o problema? O PRS e os 15 deputados ilegalmente expulsos do PAIGCWOOD não chumbarão o programa desse novo governo?

    JOMAV, não ceda as pressões e chantagens do lobby lusófono que a todo custo quer pessoas da sua confiança na governação do nosso país com único propósito de sugar as nossas riquezas.

    Sabemos que o JOMAV incomoda muitos países e organizações que estavam habituados a saquear o nosso país, a título de exemplo, a política de controlo do nosso mar levada a cabo por sua excelência, Presidente de todos os guineenses, não caiu bem a muita gente, ou seja, é uma ameaça para muitos interesses instalados, por outro lado, muitos países receberam garantias do governo de DSP de que seriam as suas empresas a explorarem os nossos recursos, entre os quais, fosfato, bauxite, petróleo, arreia pesada etc, o seu afastamento do cargo de Primeiro-ministro, foi uma machadada, e não foi bem digerido pelo lobby lusófono e mafiosos do MPLA ávidos pelas nossas riquezas. A ingerência desse tamanho, demonstra que as nossas riquezas já estavam vendidas aos baratos, ou seja, a "ONU" não está a defender os interesses dos guineenses mas sim os interesses externos. A hora da verdade está a chegar, defenderemos o nosso país com unhas e dentes, nenhum marionete ocupará o cargo de Primeiro-ministro.

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  2. Fazendo tábua rasa das suas responsabilidades de imparcialidade e equidistância, o Conselho de Segurança da ONU, equivocado por relatórios enviesados e distorcidos de Alpha Condé, mediador mentiroso (há longa data a soldo dos interesses angolanos e abusando da sua posição na UA), em conluio com o Presidente da Comissão manipulado da CEDEAO Marcel de Souza.

    A este propósito, a ONU deixa-se enredar na teia conspirativa e de intrigas, que envolve a maçonaria portuguesa, o seu Ministro dos Negócios Estrangeiros, e conta com a passividade submissa do Secretário Geral da instituição, António Guterres, bem como da inércia do Primeiro Ministro português. A tudo isto junta-se o desinteresse com que o Presidente Marcelo de Portugal encara o problema guineense e sem que tenha coragem para por cobro à pouca vergonha, que mina em profundidade os alicerces da CPLP.

    Devida a serie de faltas, omissões e de inverdades que caracterizam este processo de mediação alimentadas por retóricas incendiárias numa mistura explosiva, com actores irresponsáveis a deitarem gasolina para as chamas, como Manecas dos Santos (em entrevista à jornalista portuguesa ressabiada que, expulsa do Público por indecência, não tardou em vender-se à concorrência controlada pelos angolanos), que atiça com palpites golpistas a tranquilidade e o actual alheamento dos quartéis em relação ao cenário político (aliás, elogiado nos vários documentos das organizações internacionais).

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  3. Não fosse a pequena dimensão da Guiné-Bissau à escala global, os vários países responsáveis e com direito de veto, como a Rússia e a China, estariam decerto mais atentos para estas jogadas desenvergonhadas e mal orquestradas, que atentam contra o papel da ONU e do Conselho de Segurança, e não se deixariam embalar a-criticamente nesta canção do bandido.

    Entre toda a conversa fiada do comunicado emanado, no bom estilo do palavreado vazio a que a ONU habituou o mundo para ocultar a sua inoperância organizacional, apenas uma frase é relevante para o contexto nacional. A que recomenda a "selecção de um Primeiro Ministro de acordo com as disposições do Acordo de Conacry". É incrível a cegueira da ONU, inclusive para com a inconsistência constante do próprio comunicado. Como é possível que tenham "anotado" e se tenham congratulado com a missão ministerial da CEDEAO que se deslocou a Bissau nos dias 23 e 24 de Abril, se no seu comunicado final, ponto 9 alínea h), esta "anota" igualmente a disponibilidade do PAIGC e do Governo - "seleccionado" pelo Presidente, ao abrigo do ponto 1 do tão badalado (des)Acordo - para encetar negociações imediatas para a substituição da parte ministerial cabendo proporcionalmente ao PAIGC (e ocupada por militantes seus, se bem que entretanto expulsos pela raiva e frustração da actual Direcção de DSP)?

    Valerá a pena repetir, pela enésima vez, que o tal ponto 1 foi minuciosamente cumprido pelo Presidente, escolhendo pessoa da sua confiança, conforme a letra, e passível de apoio parlamentar, conforme o espírito?

    É lamentável que tantos países e tantas personalidades se queiram imiscuir da reconhecidamente conturbada realidade interna, sem se inteirarem dos meandros patentes nos textos oficiais (para não falar já da volátil realidade que traduzem).

    Talvez devessem contratar mais tradutores, consultores, ou treinadores, que não se deixem comprar ou envolver pelas partes aparentemente mais fortes, pois desacreditam assim toda a máquina da ONU, a qual queremos acreditar que ainda tenha gente de boa fé.

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  4. Não vale a pena chover no molhado e vir com declarações pretensamente ingénuas de apelo à paz, à concórdia, ao entendimento, ao consenso, se não mostram o mínimo bom senso nas regras mais elementares de boa-fé negocial, mostrando uma disposição autista, bem ao estilo do PAIGC (levado ao extremo pelo seu actual Presidente, comanditário de toda esta confusão, com experiência diplomática - já colocada, aliás, contra o serviço do seu próprio país, por várias vezes: na CPLP, em declarações desprestigiantes, etc - e filiações secretas mafiosas).
    Para voltar sempre ao ponto de partida, de cada vez que o resultado das evoluções não convém a quem se julga dono e senhor eterno dos desenlaces.

    Que diplomacia patológica é esta?
    Uma nova arte do bloqueio, do entrave e da terra queimada?
    Fazer de toda a gente parva, porque é o único esperto?
    Não há portanto volta a dar, que não seja o mediador (tendo sido desqualificado como mentiroso, deveria ter tido a hombridade de se demitir, a sua insistência doentia não passa de uma confirmação do seu envolvimento interesseiro e parcial) publicar, como já foi repetidamente desafiado a fazer, todos os documentos acessórios ou qualquer prova de qualquer género que tenha, daquilo que afirma.

    Ou simplesmente, voltar a convocar os envolvidos (pois estão todos vivos e a memória dos factos não é assim tão longínqua) e pedir que confirmem a sua versão distorcida.

    Tanta confusão, porque este senhor pretende convencer o mundo da sua boa-fé contra os factos, o texto do Acordo, e os seus desenvolvimentos posteriores.

    Estamos perante um flagrante abuso de confiança e de poder, uma ignóbil conspiração contra a soberania da Guiné-Bissau, tramada aos olhos do mundo por personagens sem quaisquer valores ou dignidade, confiantes no mau nome com que etiquetaram o país, valendo-se, para atingirem os seus objectivos, dos medos que varrem hoje o mundo, como o terrorismo ou o narco-tráfico.

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  5. O PAIGC, passado quase um quarto de século, ainda não digeriu o multi-partidarismo. Continua a ser o principal factor de instabilidade do país, lançando os foguetes, fazendo a festa e apanhando as canas.

    Terminamos lembrando à comunidade internacional que foi esse Partido que apoiou a eleição do actual Presidente, que agora querem destituir sem olhar a meios, nem que seja recorrendo a um "golpe de estado bom" (a favor deles próprios, claro), nem que isso implique o risco de uma guerra e a desestabilização artificial de um país onde o povo é sereno e situação calma. Mas o povo, enganado durante demasiado tempo com as manobras maniqueístas e demagógicas dos artífices da manipulação, já percebeu de onde vem o mal. Não passarão!

    Não e não. Todas estas manobras e tentativas de manipulação não vingam na Guiné Bissau, sobretudo por esta altura em que as instituições publicas estão sendo saneados e moralizados; numa altura, em que os dinheiros de Estado estão sendo encaminhados para os Cofres de Estado.

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