Um grupo de intelectuais guineenses
publicou hoje uma carta aberta na qual manifestam a sua "profunda
preocupação" face à degradação do ambiente político e social no país,
fruto de disputas políticas e partidárias.
A carta à que a Lusa teve acesso, é
assinada, entre outros pelo escritor Adulai Silá, o economista Carlos Lopes, a
linguista Fatima Candé, o ator Welket Bungué, o jornalista e escritor Tony
Tcheka, assinala que os subscritores são cidadãos guineenses sem filiação
partidária.
Para os subscritores do manifesto, a
classe política "não tem medido as consequências" das lutas que tem
travado para conquista e conservação do poder, pelo que é lhe pedida que
preserve a paz social e consolide a unidade nacional.
Também é solicitada aos políticos que
façam tudo, mas que preservem a estabilidade e os valores democráticos
consagrados na Constituição do país.
Os intelectuais guineenses enaltecem o
desempenho da comunidade internacional, que afirmam, tem feito o suficiente,
dentro do seu mandato, no sentido de oferecer uma solução à crise política que
persiste na Guiné-Bissau há três anos.
Sublinham que existem sinais de o país
voltar a mergulhar em situações iguais às que em 1998 conduziram para um
conflito político-militar.
"Face aos recentes acontecimentos
ocorridos no país, nós, como cidadãos e intelectuais cientes dos seus direitos
e deveres, não desejamos a reabertura de tais feridas", declararam os
intelectuais guineenses.
Condenam também a limitação das
liberdades dos cidadãos, pedem à comunidade internacional que continue a
acompanhar a situação na Guiné-Bissau e exortam os cidadãos que continuem a
lutar pela democracia. Com a Lusa
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