A coerência entre o que se ouve e diz e o que se faz; entre o que se convive em festas alegres e amigas e a distância de sentimentos e critérios de vida; entre a presença vistosa, provocadora e hipócrita, em praças públicas e as atitudes honestas, fruto da verdade e do bem; entre os comportamentos sociais, fingidos e corruptos, e o testemunho honrado e corajoso, ainda que incompreendido e desvirtuado; entre as situações discriminatórias e humilhantes e os laços fraternos das pessoas entre si e as relações filiais com o Deus de todos. Esta coerência vivida é expressão do reino anunciado por Jesus e tão belamente visualizado na porta estreita da salvação, na novidade do Evangelho.O Reino é para todos, mas não há entrada garantida, nem bilhetes reservados. As medidas da porta de acesso estão traçadas. Só entra quem “se libertar de todas as gorduras” e viver a sobriedade evangélica. Por isso, Jesus exorta, com insistência, a entrar pela “porta estreita” a fim de poder sentar-se à mesa da felicidade onde todos são comensais e saboreiam os “manjares” do seu Senhor.
Jesus, em vez do número que a pergunta
pede, prefere indicar o caminho para alcançar a salvação. “Esforçai-vos por
entrar pela porta estreita”, diz como ressonância, segundo a versão de Lucas
13, 22-30. E lembra que muitos tentaram entrar e não o conseguiram. (trata-se
de um banquete, símbolo da salvação, que se celebra numa casa de família). O
fracasso da tentativa é devido à porta estar fechada por decisão do dono.
“Se é certo que a porta da salvação
requer um esforço, ela carece também de algo mais. De facto, tem um senhorio
que a pode abrir e fechar. Para entrar, é preciso conhecer o senhorio, ter
intimidade com ele, uma boa relação com ele. A salvação é uma questão de
relação. Relação que começa, aqui e agora, com o Senhor Jesus e que espera
tornar-se comunhão com Ele para sempre. O esforço pedido ao crente também é,
então, a salutar inquietação de quem não toma a salvação por garantida pela
presença eclesial ou pela assiduidade aos sacramentos (comer e beber na
presença do Senhor pode também aludir à eucaristia”), Manicardi.
Quem está dentro? Uma multidão
incontável vinda de todos os povos. E fora? Um grupo que conhece o Senhor e
pretende entrar de qualquer maneira, e expor as suas razões que são de
proximidade e familiaridade com Ele, como a convivência no comer e no beber, na
escuta dos discursos na praça pública. “Repito que não sei donde sois”. Que
resposta desoladora! Que advertência tremenda! Que aviso solene deixado a todos
os que põem a sua garantia em “dar nas vistas” e se esquecem do resto, da relação
com o Senhor, da oração e de tantos outros meios da vida interior, que tem
muitas outras facetas. Sirva de referência o que se segue.
A coerência entre o que se ouve e diz e
o que se faz; entre o que se convive em festas alegres e amigas e a distância
de sentimentos e critérios de vida; entre a presença vistosa, provocadora e
hipócrita, em praças públicas e as atitudes honestas, fruto da verdade e do
bem; entre os comportamentos sociais, fingidos e corruptos, e o testemunho
honrado e corajoso, ainda que incompreendido e desvirtuado; entre as situações
discriminatórias e humilhantes e os laços fraternos das pessoas entre si e as
relações filiais com o Deus de todos. Esta coerência vivida é expressão do
reino anunciado por Jesus e tão belamente visualizado na porta estreita da
salvação, na novidade do Evangelho.
O Reino é para todos, mas não há entrada
garantida, nem bilhetes reservados. As medidas da porta de acesso estão
traçadas. Só entra quem “se libertar de todas as gorduras” e viver a sobriedade
evangélica. Por isso, Jesus exorta, com insistência, a entrar pela “porta
estreita” a fim de poder sentar-se à mesa da felicidade onde todos são
comensais e saboreiam os “manjares” do seu Senhor.
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