domingo, 30 de setembro de 2012

É bem provável que ninguém discurse na ONU em nome da Guiné-Bissau – Fontes diplomáticas



Encontro entre Raimundo Pereira (esq.) e Manuel Serifo Nhamadjo (dir.) em Nova Iorque
Encontro entre Raimundo Pereira (esq.) e Manuel Serifo Nhamadjo (dir.) em Nova Iorque
Nova Iorque (Exclusivo – GBissau.com, 1 de Outubro de 2012) – A questão da “representatividade” da Guiné-Bissau na 67ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas poderá ser decidida hoje.
Na passada sexta-feira, o Presidente da Assembleia Geral da ONU decidiu cancelar o discurso do antigo Presidente Interino, Raimundo Pereira, depois de uma interposição feita pela CEDEAO.
A carta da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental apontava para os riscos que uma intervenção do antigo presidente interino podia representar para a crise guineense. No argumento desta organização regional, qualquer uso de palavra por parte de Raimundo Pereira na Assembleia Geral como representante da Guiné-Bissau tinha “o potencial de não só comprometer os esforços actuais por parte dos parceiros regionais e internacionais para restabelecer a paz, mas também aprofundar ainda mais a crise no país”.
A carta teve o seu impacto imediato, tendo obrigado o sérvio Vuk Jeremić, o actual Presidente da Assembleia Geral da ONU, a adiar a intervenção da delegação da Guiné-Bissau até que uma decisão fosse tomada durante o dia de hoje, segunda-feira.
Ao que tudo indica, de acordo com fontes bem colocadas junto à ONU, “é muito provável que ninguém discurse” em nome da Guiné-Bissau. Uma decisão do género é tida como a mais provável para evitar o descarrilar do processo de transição no país, sobretudo depois das tensões observadas na última semana, em antecipação do discurso da Guiné-Bissau na ONU.
A GBissau.com apurou em exclusivo, os resultados da votação que forçou o reencaminhamento do processo de acreditação para a Presidência da ONU. Dos nove países que fazem parte do Comité de Credenciais para a corrente 67ª sessão da Assembleia Geral, três deles apoiavam a escolha de Raimundo Pereira a saber: Angola, Peru e Suécia. Os restantes seis — China, Rússia, Seychelles, Tailândia, Trindade e Tobago e os Estados Unidos da América — alegaram não terem informações suficientes para decidir a favor de um lado ou doutro.
Foi essa indecisão aliada à chamada da atenção da CEDEAO que terão obrigado a intervenção do Presidente da Assembleia Geral da ONU, Vuk Jeremić, que hoje irá render a sua última decisão. A opção de “neutralidade” parecer ser o caminho mais prudente, indicam algumas fontes diplomáticas contactadas pela GBissau.com
Depois do encontro entre o Presidente da República de Transição, Manuel Serifo Nhamadjo e o antigo Presidente Interino Raimundo Pereira, as duas partes parecem ter iniciado uma nova etapa na resolução da crise política guineense. Pelo menos foi este o clima que a GBissau.com conseguiu detectar nas últimas 24 horas entre os corredores dos hotéis onde as duas delegações estão hospedadas.
Este “quebrar do gelo” no relacionamento entre as duas partes “é já um progresso”como observou o Ministro dos Negócios Estrangeiros do governo de transição, Faustino Fudut Imbali.
O país já pode respirar de alívio? Logo se verá.

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