sábado, 15 de dezembro de 2012

Intervenção de despedida do Presidente KOUMBA YALA no IV Congresso Ordinário do PRS



Caros Vice-Presidentes do Partido da Renovação Social, amigos e companheiros de sempre;
Caros membros da Comissão de Honra e da Mesa do Congresso:
Cumprimento os membros da nova Comissão Nacional do Partido da Renovação Social. A vossa eleição demonstra a unidade e a força do Partido.
Dirijo agora palavras de reconhecimento e incentivo à nossa estrutura da Juventude e às mulheres renovadoras, a quem dirijo as minhas sinceras desculpas pelo incumprimento do cumprimento de boas-vindas.
Agradeço a todos porque certamente contribuem para a vitalidade, a força e a modernidade do PRS, um partido que se dirige a todos os Guineenses, de todas as condições.
Saúdo igualmente todos os militantes pelo trabalho demonstrado ao longo destes anos, e que pode e deve ser conjugado com rigor e responsabilidade, com solidariedade nacional e com democracia adulta.
Saúdo em especial os delegados a este Congresso que tiveram a coragem de se deslocar dos mais longínquos cantos da nossa terra, e também cumprimento de uma forma especial os delegados que, vindos de todas as partes do mundo, representam o PRS na diáspora guineense. Quero expressar-lhes, em meu nome próprio e em nome do PRS, partido, com o qual contarão sempre no apoio necessário, nos combates que se avizinham.
O PRS lidera a partir de hoje a construção de uma alternativa de rigor, transparência, convivência democrática e desenvolvimento para a Guiné-Bissau. E terá, nesta sua tarefa histórica, a solidariedade e o apoio de todos os renovadores.
Em meu nome e no nome de todos vós, dou também as boas-vindas aos nossos convidados.
Saúdo Sua Excelência o Senhor Primeiro-ministro.
Saúdo os senhores Embaixadores e elementos do Corpo Diplomático.
Cumprimento ainda, com respeito e consideração democrática, os partidos políticos guineenses aqui representados. Registamos esta boa tradição da nossa democracia, que o nosso Partido cultiva com prazer e dignidade. É uma honra ter-vos connosco, num momento, que apesar de difícil, evidencia bem o nosso empenho na afirmação da democracia pluralista e pluripartidária. Saúdo e agradeço, portanto, a presença das delegações do PAIGC, do PRID, da RGB, da UPG e da Nova Democracia.
Cumprimento igualmente os representantes dos parceiros sociais. Sabem, por experiência própria, que o PRS é um partido empenhado na concertação social. Pois é assim que o PRS vai continuar: defensor e praticante do diálogo social, a bem dos trabalhadores e das empresas.
Cumprimento, em suma, todas as convidadas e todos os convidados. E deixem-me dirigir uma palavra final de reconhecimento aos que trabalharam na preparação deste Congresso.
Aceita, caro Eng.º Orlando Viegas, como Presidente da Comissão Organizadora, e em nome de todos, uma palavra de felicitações e agradecimento.
Caras e caros Companheiros:
Este IV Congresso foi uma lição para muita gente!
O Povo guineense viu neste IV Congresso do nosso Partido, um PRS unido, mobilizado e determinado.
Os Guineenses viram aqui, em primeiro lugar, um Partido unido. Sim, um Partido unido. Porque este
Congresso foi uma grande lição de unidade. A unidade de todo o Partido na afirmação dos seus princípios e dos seus valores; a unidade de todo o Partido na defesa do seu trabalho ao serviço do País e na defesa do seu projeto para o futuro da Guiné-Bissau.
Mas este Congresso mostrou também um Partido mobilizado. Mobilizado, com toda a sua força, para defender a Guiné-Bissau e para lutar pela vitória nas próximas eleições.
Neste Congresso o PRS deu também, uma grande lição de força e determinação. A determinação de quem não desiste. A determinação de quem não se conforma. A determinação de quem tem ambições para enfrentar e para superar as dificuldades, ao lado dos Guineenses, ao lado dos trabalhadores e das suas famílias, ao lado das empresas, em defesa do interesse nacional e de um futuro melhor para todos.
Mas este Congresso mostrou também aos Guineenses que o PRS é um partido com ideias claras. A nossa agenda não é feita de ideias vagas e de palavras vazias.
E por isso os Guineenses sabem onde nos podem encontrar. O nosso posicionamento político situa-se ao centro, e na esquerda democrática e moderna.
Defendemos a consolidação das instituições do Estado e defendemos a promoção do investimento económico, de modo a gerar mais emprego e riqueza nacional.
Defendemos a proteção social do Estado, com serviços públicos, eficientes, acessíveis a todos e a todos garantindo igualdade de oportunidades.
Defendemos a modernização da nossa sociedade, com mais qualificação e mais tecnologia, mas com menos burocracia para os cidadãos e menos burocracia para as empresas.
Defendemos uma visão universalista para o nosso País, o nosso empenhamento ativo nas Nações Unidas como forma de aumentar o prestígio da Guiné-Bissau, a nossa plena participação no plano da integração regional, a defesa sem complexos de uma lusofonia sem patrões, e a ligação estreita com as comunidades da nossa diáspora.
Este é o Partido da Renovação Social, o grande partido da democracia guineense, que sempre soube, e saberá sempre nos momentos mais difíceis, reconhecer e defender o interesse nacional. O partido da liberdade, da transparência e da justiça, mas também o partido da igualdade, da modernidade e da solidariedade social.
Neste momento particular da nossa História, posso assegurar-vos de que estou muito satisfeito, porque o PRS é, hoje um partido, unido e mobilizado, com sentido de responsabilidade e com ideias claras para o País.
Estamos conscientes de o nosso querido País necessita de muitas coisas, mas se há coisa de mais necessita hoje, é de responsabilidade, maturidade política e ideias claras.
Viva o Partido da Renovação Social!
Viva a Guiné-Bissau!
Agora, gostaria de dirigir-me a todos os Guineenses que connosco partilham estes momentos de alegria da família Renovadora.
O Livro de Eclesiastes, no Velho testamento, cita palavras do rei Salomão, que passo a citar:
“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todos os propósitos debaixo do Céu;
Há tempo para nascer e tempo para morrer; tempo para plantar e tempo para arrancar o que se plantou;
Tempo para chorar e tempo para rir; (…)
Tempo de espalhar pedras e tempo para juntar pedras; (…)
Tempo para amar e tempo para odiar; Tempo de guerra e tempo de paz.”
Eu, Koumba Yalá, aproveito esta ocasião soberana que se me oferece para vos declarar que me despeço, não da política, mas das disputas de mandatos e de cargos políticos partidários, porque em meu entender, o cumprimento dos deveres de cidadania não se esgota na militância partidária.
E também aproveito para vos lembrar que Aristóteles já advertia, na Grécia Antiga, que o homem é um animal político, querendo destacar o pressuposto da vida gregária dos homens, porque o homem sozinho é uma abstração.
Esta grande Casa onde habitei por quase duas décadas é feita à imagem e semelhança do povo guineense, e, por isso mesmo, tem as virtudes e os deméritos que decorrem da própria natureza humana.
Aqui, vivi momentos de alegrias e vitórias, mas também de ostracismo e desapontamento. Mas não poderia ser diferente; assim é a política, assim é a vida.
A minha decisão de não disputar mais uma Presidência do PRS decorre do reconhecimento de que o tempo, os novos costumes políticos e as circunstâncias me indicavam esse caminho.
Parto com a consciência tranquila de que sempre procurei dar o melhor dos meus esforços na Presidência do Partido da Renovação Social.
As iniciativas, de que participei no plano nacional, conhecendo as possibilidades do País, reforçaram em mim a certeza de que a Guiné-Bissau é maior do que os seus problemas. Também parto com o imenso sentimento de dever cumprido, porque ajudei a construir uma formação política, que apesar de todas as vicissitudes tem-se mantido, e navegar acima de diferenças partidárias, sancionado pelo entendimento de que o País para o qual trabalha tem saída. E esta deve-se situar na sensatez política e não no sectarismo ideológico dos seus políticos.
Vivemos a era da comunicação. Os circuitos comunicacionais, agilizados na internet, consolidaram os termos tecnológicos do mundo globalizado. Estamos condenados à tecnologia, nos seus benefícios e nos seus usos indevidos.
Mas, esse incontornável processo de mudanças, que altera paradigmas sociais, conviverá sempre com os valores imortais da ética e da liberdade.
Esses valores são a base de toda a sociedade sustentável. Pois é no parâmetro ético que os governos viabilizam a justiça. E é no espaço de liberdade que as pessoas afirmam a sua cidadania.
Daqui, sigo certo de que fui participante de momentos em que, à minha vista, se despoletaram horas de grandeza e de drama, mas com a confiança de que a grande instituição, que é o PRS, prosseguirá no papel que sempre teve, de testemunha da nossa dimensão histórica e da nossa dimensão nacional.
E com igual sentimento de valorização deste Partido, como instituição fiadora da democracia, que acredito em mecanismos que continuem o seu aperfeiçoamento, para cada vez mais situá-lo como instância representativa dos mais legítimos interesses da sociedade guineense.
Neste Partido, fiz amigos, como também os tive em diferentes partidos, preservarei, contudo, a amizade, estando a todos abertas as portas da minha casa, como estará sempre aberto o meu coração quando puder estreitá-los num abraço.
Não vou esquecê-los.
Muito obrigado.
Koumba Yalá

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